Que vença a democracia

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  • sábado, 6 de outubro de 2012
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  • Hoje é dia de irmos às urnas. De forma consciente escolher o homem ou a mulher que cuidará das nossas cidades pelos próximos quatro anos. Em Rio Branco, muito mais do que uma eleição de prefeito, esta campanha se mostrou mais um cabo de guerra governo x oposição. Com ambos os lados jogando todas as fichas para a vitória já neste domingo, sem necessidade de um segundo round.

    Esta eleição se transformou em plebiscito, onde o que está em avaliação é o petismo e seu modus operandi. A oposição também está em teste nas urnas. Ninguém sabe o que sairá delas logo mais. As pesquisas Ibope são piadas esdrúxulas, sem graça. Não merecem o mínimo de crédito.

    Derrotados em 2010 na capital, os petistas adotaram em 2012 as estratégias de sempre. Eles têm a melhor estrutura na mão. Usam de seu poder para se manter no poder, provocando uma disputa desigual e injusta. Colocam os servidores públicos em cargo de confiança para segurar as bandeiras vermelhas, usam dos programas de governo (estadual e federal) para cooptar votos e tentar nos fazer acreditar que eles podem mudar o mundo.

    O maior adversário do PT foi o próprio PT. O partido teve como desafio provar para o eleitor ser o novo mesmo sendo o velho. Marcus Alexandre teve uma campanha vazia. Não há mais promessas a serem feitas. Todas elas já foram usadas nas eleições de Jorge Viana, Binho Marques, Raimundo Angelim e Tião Viana. O PT ficou sem discurso. 

    A Frente Popular chegou desgastada após um intenso período de embate PT x PCdoB. Aquela velha militância aguerrida já não existe mais, ela não se vê em Marcus Alexandre. A atual situação vivida pelo partido hoje é natural, pois todo poder um dia se deteriora. E esta eleição decidirá se o povo do Acre viu que o petismo e o Vianismo aprenderam com o recado de 2010, ou se tudo continua como dantes.

    Já a oposição, depois de bater na trave em 2010, pode enfim soltar o grito de gol. Ela pode sair vitoriosa neste primeiro turno ou ir para um embate ainda mais duro no segundo. Depois de tantas disputas Tião Bocalom (PSDB) enfim poderá dizer –se vencer, lógico – que a esperança é a última que morre.

    Em caso de derrota, o melhor é deitar num bom divã para uma profunda reflexão, autoanálise. A derrota oposicionista em 2012 será a garantia de mais domínio petista nos próximos anos, provocando uma lenta e torturante recuperação das forças de oposição, em que a maior prejudicada é a democracia. 

    Nas ruas o desejo do eleitor é por mudança. O povo acreano é sábio, entende que o princípio básico da democracia é a alternância de poder. Nosso histórico nos mostra que não temos o costume de deixar um partido muito tempo ditando o ritmo.

    As eleições sempre são apertadas por aqui. O PT é o partido que mais tem resistido no poder, justamente por conta de seu modus operandi. Que mais uma vez o povo acreano fique cara a cara com a urna e escolha o que é melhor para toda a sociedade. Que no fim das contas (e da apuração), a democracia saia fortalecida. 
     
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