Postos sem bandeira foram obrigados a buscar produto em outros estados.
O presidente da associação, Gilberto de Oliveira, diz que os valores voltarão ao normal assim que o abastecimento no estado for normalizado. "Estamos repassando o custo do frete para os clientes. Já trouxemos cerca de 300 mil litros do Paraná para amenizar a situação. É o consumidor que paga por isso, infelizmente”, afirma Gilberto.
Desde a semana passada, proprietários de postos reclamam que não estão recebendo combustível suficiente. A distribuição no estado foi afetada por problemas climáticos – como vento forte e mar agitado –, que impediram a descarga de petróleo e nafta na monoboia da Petrobras em Tramandaí, no Litoral Norte. Em nota, a estatal afirmou que navios conseguiram descarregar o produto na quarta-feira (17).
O período sem receber matéria-prima, no entanto, afetou o processamento na Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), em Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Responsável pelo abastecimento de cerca de 80% dos postos de combustíveis do estado, a Refap foi obrigada a diminuir a produção diária de combustíveis e não conseguiu dar conta da demanda.
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A previsão do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes no Rio Grande do Sul (Sulpetro) é de que a falta de gasolina em alguns postos continue pelo menos até a próxima segunda-feira (22). Segundo o presidente, Adão Oliveira, este é o tempo necessário para que o combustível chegue até Refap, seja processado e distribuído novamente.“Um navio conseguiu atracar no terminal de Tramandaí na quarta (17), mas a gasolina só deve ser liberada na segunda. Até lá, vamos continuar enfrentando problemas", diz Adão Oliveira. A embarcação tem carga estimada em 100 mil metros cúbicos, o que corresponde a 100 milhões de litros. "As distribuidoras estão entregando 5 mil litros para cada posto e isso dura, no máximo, quatro horas ", afirmou.
Até que a Refap volte a operar normalmente, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) autorizou as distribuidoras a buscar gasolina em outros estados, como Santa Catarina e Paraná. O órgão regulador reiterou que há risco do Rio Grande do Sul sofrer com desabastecimento.
Nesta quinta-feira (18), o Ministério Público Federal (MPF) instaurou processo administrativo para investigar os motivos do desabastecimento no estado. A procuradoria estabeleceu prazo de cinco dias para que a Transpetro, a ANP, a Capitania dos Portos, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e o Sindicato dos Revendedores de Combustíveis do Rio Grande do Sul esclareçam a questão e informem os procedimentos adotados até agora para a solução do problema.
FONTE: G 1 RS.