Em editorial, Folha chama Serrra-Kassab de incompetentes na educação

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  • sexta-feira, 26 de outubro de 2012
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  • Só agora, quando a candidatura de José Serra mostra-se como um titanic com metade do casco já afundado debaixo d'água, o jornalão Folha de São Paulo chama a secretaria municipal de Educação do governo Serra-Kassab de "Prova de incompetência". Antes tarde do que nunca.

    Detalhe: o vice escolhido pelo Serra nesta eleição era o secretário de educação (coisa que o jornalão se absteve de dizer).

    Eis o editorial:

    Prova de incompetência

    Está mal contada a história da divulgação de dados da Prova São Paulo pela prefeitura. Normalmente apresentadas até abril do ano seguinte, as médias dos alunos da rede municipal na avaliação de 2011 ainda não foram publicadas.

    Como revelou esta Folha, os resultados que ainda não vieram a público registram, em relação a 2010, queda acentuada no desempenho dos estudantes do terceiro e do quarto anos e alta no nono ano.

    É arriscado concluir que a demora na divulgação se deu por motivos eleitorais, mas é também ingênuo excluir a hipótese de pronto. Soa verossímil, contudo, a explicação da prefeitura de que precisa auditar possíveis erros na metodologia usada para calcular a média.

    Redes muito grandes como a paulistana, com quase 1 milhão de alunos, não mudam muito de um ano a outro. Quando avaliações trazem variações bruscas num intervalo curto e contra a tendência, a explicação mais provável é algum equívoco na calibragem do exame.

    A prudência manda segurar a divulgação de números que possam estar errados. Mas a prefeitura seria igualmente ciosa caso as notas tivessem melhorado demais?

    O mais grave é a pouca transparência da Secretaria de Educação. Ela só se manifestou sobre o atraso após indagação da Folha e não parece ter pressa em pôr os dados à disposição dos interessados.

    Os alunos fizeram a Prova São Paulo em novembro do ano passado, a um custo de R$ 6 milhões para os cofres municipais. Desde março, os resultados individuais, sobre os quais não há suspeita de erro, foram remetidos às escolas.

    Isso significa que os dados brutos coletados estão corretos, o que torna quase inconcebível que, em sete meses, a prefeitura ainda não tenha conseguido recalcular as médias. É tempo mais do que suficiente para a tarefa.

    A situação é grave porque a avaliação não é medalha para ser conferida à administração deste ou daquele alcaide e seus aliados, mas uma ferramenta de acompanhamento valiosa. Um dos mecanismos importantes é justamente a comparação de desempenhos individuais com a média da rede.

    A condição é que as informações sejam divulgadas em tempo hábil para que educadores e administradores possam tomar providências. Sistemas de outros países conseguem disponibilizar resultados de provas semelhantes em nove semanas. No ritmo de Gilberto Kassab, já são 11 meses.
     
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