O primeiro turno passou. Por muito pouco o governo não fez seu prefeito ainda neste domingo. Tião Bocalom não teve a capacidade de manter sua liderança folgada registrada meses atrás. Nas últimas semanas caiu bastante. Dois fatos em especial foram essenciais para isso: a forte força da máquina do governo em ação e a autoconfiança de Bocalom em achar que o efeito 2010 se repetiria em 2012.
“Se vencemos o Tião Viana em 2010 aqui em Rio Branco por que não venceríamos esse Marcus Alexandre agora?” Era a o que mais se ouvia de tucanos e seus seguidores. Venceu em 2010 e perdeu ontem.
O primeiro turno de Bocalom foi marcado por uma série de trapalhadas. Seu programa eleitoral foi de péssima qualidade, não soube reagir à altura dos ataques que sofria do governo e não passou segurança para o eleitor. Ficou mais tempo fora do ar do que em exposição na propaganda eleitoral.
Bocalom confiava no rancor da população no petismo de dois anos atrás. Ao que parece, o governo Tião Viana conseguiu diminuir essa rejeição. Manteve seu governo centrado no social, ao contrário de seus antecessores.
Levou o governo para os bairros, para a periferia (ex-reduto de Bocalom?). A qualidade do Ruas do Povo pode ser pífia, mas para quem lidava com a lama e a poeira ter o tijolo ou o asfalto na frente de casa já foi uma diferença.
Bocalom fala no produzir para empregar mas não explica como aplicará esta plataforma. Faltou mais diálogo com o eleitor. A campanha tucana foi feita com base num suposto sentimento antipetista.
Há, de fato, este sentimento, mas não o suficiente para uma mudança brusca e cujas consequências poderiam ser desastrosas. Na memória do eleitor ainda está bem fresco o Acre antes do PT.
Bocalom subestimou a capacidade política do governador Tião Viana. Por acaso alguém achava que ele entregaria o maior colégio eleitoral do Estado de badeja para Bocalom? De Roma alguma.
Bocalom perdeu no primeiro turno para ele mesmo. Não teve a capacidade suficiente de ficar pelo menos na frente de Marcus Alexandre. Caso queira uma virada vai ter que queimar muita caloria.
É uma nova campanha que começa agora. Bocalom vai ter que deixar seu estilo turrão de fazer campanha, parar de ouvir só a ele mesmo e achar que só o que faz é o correto; lutar para manter os votos deste domingo e “roubar” alguns de Marcus Alexandre. Bocalom não explorou seu currículo de prêmios enquanto prefeito de Acrelândia. A campanha foi totalmente errada.
Marcus Alexandre não vai mudar muito o estilo. Só precisará apresentar mais seu plano de governo, já que foi ofuscado pelos ataques constantes a Bocalom que surtiram o efeito de tirá-lo do primeiro lugar. O segundo round desta batalha está só começando; são só dois gladiadores em campo. Nós ficaremos na arquibancada para ver quem sobreviverá.
E agora Bocalom?
Posted on segunda-feira, 8 de outubro de 2012 by Editor in