Antes de mais nada, Haddad venceu o debate por ser mais consistente e assertivo. Serra perdeu porque fugiu das perguntas várias vezes. Porém, ninguém chegou a cometer algum erro fatal capaz de mudar intenções de votos, e é improvável que o debate mude o quadro das pesquisas que dão vitória para Haddad com uma diferença de 13 a 15 pontos, dependendo do instituto.
Nas vezes em que Haddad teve oportunidade de escolher a pergunta, os temas foram de peso, ora sintonizados com as maiores preocupações dos paulistanos, ora pegando os pontos fracos que Serra procura fugir:
- Responsabilidade de Serra como ex-governador na escalada da violência;
- Taxa de inspeção veicular e pedágios nas rodovias dentro da área urbana;
- Enchentes
- Moradia
Quando José Serra pode escolher a pergunta, ele procurou temas mais amenos, que, embora importantes, estão abaixo na lista de preocupações que os paulistanos consideram serem as mais urgentes entre todas. Serra perguntou sobre:
- parques da cidade (relacionados ao meio-ambiente);
- políticas culturais (Serra escorregou ao pedir para Haddad não citar a "questão social" na resposta, pois apenas reafirmou a imagem tucana de não ter sensibilidade social);
- perguntou sobre políticas para pessoas com necessidades especiais (portadores de deficiência);
- ciclovias;
Como se vê, José Serra fugiu de um debate mais duro, que seria uma tentativa final de ir para o tudo ou nada. O tudo seria uma improvável virada, e o nada seria o risco de ter menos votos do que no primeiro turno, por exemplo.
Ao escolher temas amenos, Serra jogou a toalha nestas eleições, e desistiu de tentar vencer. Quer apenas sair com a imagem um pouco mais positiva do que tem agora, procurando temas mais simpáticos e menos pesados.
Serra aposta que terá um recall alto nas pesquisas presidenciais durante o ano de 2013 e início de 2014, mantendo-se na frente de Aécio como o principal nome da oposição, o nome mais lembrado pelo eleitor nas pesquisas.
Aécio pode desistir de concorrer à presidência em 2014 se achar que não tem chances de vencer Dilma e, ao mesmo tempo, sentir um risco alto de perder o governo de Minas para o PT ou PMDB. Ou pode desistir se for abatido por fatos novos do "mensalão" tucano, da lista de furnas, da rádio Arco-Iris, ou de algum outro escândalo entre as dezenas que os tucanos mineiros varrem para debaixo do tapete. Pode até ser abatido por um simples bafômetro, dado seus hábitos. Neste caso, se a oposição não tiver candidato nenhum, pode aceitar Serra como uma espécie de anti-candidato (para alegria geral da blogosfera em 2014). Provavelmente, pelo comportamento de Serra no debate, ele já está se preparando para esse cenário.
Voltando ao debate SBT/Uol, quando os temas foram determinados pelos internautas, por sorteio, e os candidatos não puderam escolher o assunto, coube a Haddad perguntar sobre:
- combate a corrupção;
- trânsito (engarrafamentos e transporte público lotado);
Coube a Serra perguntar sobre:
- saúde (os internautas reclamam da demora nos exames e consultas);
- Crack e cracolândia;
Nas respostas, houve troca de farpas de todos os lados. Haddad encaixou bons argumentos, cobrando falhas da gestão Kassab e do próprio Serra, falta de comprometimento de Serra com novas propostas, a intervenção desastrada na cracolândia, a proposta de vender 25% dos leitos dos hospitais públicos para a iniciativa privada.
Serra também distribuiu farpas, mas à medida em que o debate se encaminhava para o fim, procurou atacar menos, e tentar ser mais propositivo, fugindo das perguntas, para falar do que queria, como promessas de bolsa no ensino técnico, e de um factóide lançado de última hora: um "upgrade" no bilhete único. Certamente porque perdeu o debate do bilhete único mensal, ao qual parou de fazer críticas.
Voltando ao debate SBT/Uol, quando os temas foram determinados pelos internautas, por sorteio, e os candidatos não puderam escolher o assunto, coube a Haddad perguntar sobre:
- combate a corrupção;
- trânsito (engarrafamentos e transporte público lotado);
Coube a Serra perguntar sobre:
- saúde (os internautas reclamam da demora nos exames e consultas);
- Crack e cracolândia;
Nas respostas, houve troca de farpas de todos os lados. Haddad encaixou bons argumentos, cobrando falhas da gestão Kassab e do próprio Serra, falta de comprometimento de Serra com novas propostas, a intervenção desastrada na cracolândia, a proposta de vender 25% dos leitos dos hospitais públicos para a iniciativa privada.
Serra também distribuiu farpas, mas à medida em que o debate se encaminhava para o fim, procurou atacar menos, e tentar ser mais propositivo, fugindo das perguntas, para falar do que queria, como promessas de bolsa no ensino técnico, e de um factóide lançado de última hora: um "upgrade" no bilhete único. Certamente porque perdeu o debate do bilhete único mensal, ao qual parou de fazer críticas.