GUERRILHEIROS contra a censura!

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  • terça-feira, 18 de setembro de 2012
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  • As décadas entre 1960 e 1980 foram a Idade Média brasileira. 

    As bandeiras do Movimento Democrático Brasileiro – MDB (atual PMDB) e dos movimentos de bases tremulavam em grandes manifestações pelo retorno do Estado Democrático de Direito. Enquanto a elite dormia em berço esplendido os trabalhadores deste país, reivindicação a liberdade. Quem é livre não tem limite, mas responsabilidade pelo que faz com sua liberdade. Com o fim do bipartidarismo e a redemocratização do país surgia o Partido dos Trabalhadores, forjado nas lutas.
     PMDB e PT são partidos que compreendem a dimensão da liberdade e por isso, são contra a instituição de tribunal de censura. Como pessoa, sinto-me atingida.
     Esse ato de censura é uma ameaça a todos que trabalham nas comunicações ou que gostam de comunicar-se pelas mais diversas ferramentas que a tecnologia da informação permite. 
    Não concordo com esse verdadeiro “DIREITA VOLVER”, nem aceito a turma do mal ditando aquilo que posso falar e de que modo.



     Alguns anos atrás, tive experiência única, entre um espetáculo de teatro e outro, trocava idéias e aprendia com Guarnieri, como foram as décadas do regime autoritário. 
    Não tinha a mínima idéia do que era, até ele me explicar os métodos e o procedimento que se adotava: calar, bater e depois perguntar. 
    Noutra passagem, também de teatro, Jackson Antunes, trazia um monólogo em que no imaginário de suas lembranças, retratava o tal de pau-de-arara, muito comum nos processos inquisitoriais promovidos nas décadas do regime autoritário.
     Noutra feita, estando fazendo um curso de textos com Maria Helena Khünner e que nos intervalos abordou-se a questão da riqueza do teatro e da música durante o regime de exceção. 
    Com muita propriedade chegamos a conclusão que para sobreviver era preciso ser extremante criativo. 
    Chegou o momento de revigorar o pedido: Pai, afasta de mim esse cale-se, como dizia nas entrelinhas a letra de Chico Buarque. 
    Aprendi a gostar de teatro e conhecer essas história, por causa de meu irmão que promovia, escrevia e atuava como ator, produtor... Eram duas gerações que se cruzavam. 



    A mais velha e experienciada disposta a deixar um legado, um depoimento, uma súplica para que não mais cessassem a liberdade, enquanto nós, mais moços admirávamos aquelas pessoas que pela arte e pelo ideal doaram-se inclusive, muitos a própria vida. Hoje, venho triste a censura retornando. À pedido de pessoas ligadas àqueles que dispõem dos meios de produção e do capital e que diariamente exploram o trabalhador para acrescentarem valores ao seu patrimônio, um veículo de comunicação foi multado e teve seu material de trabalho apreendido (recolhido, censurado). Em nome de todos os companheiros e companheiras (PT e PMDB) que durante os anos amargos do regime de exceção, que conheceram os rigores das prisões, dos processos sumários e da censura, hipotecamos nossa solidariedade ao site de notícias http://midianews.com.br.
     
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