Brava gente brasileira

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  • sexta-feira, 7 de setembro de 2012
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  • Terra sem homem para homens sem terra. Este foi o clichê usado pelo militares para justificar a ocupação predatória da Amazônia nas décadas de 1970 e 1980. Passadas algumas décadas, a frase que melhor definiria a situação fundiária na Amazônia é: Poucos com muitas terras e muitos sem um pedaço de terra. A política dos militares alimentada pelos governos civis fomentou uma política devastadora, permitindo a superconcentração de terras nas mãos de um pequeno grupo.

    A foto acima é de um acampamento montado numa fazenda às margens da BR-364, em Acrelândia. Famílias marcam seus territórios com o uso de barracas construídas com lonas –cenas já enraizadas no nosso imaginário quando o assunto é invasão de terra. A área era um antigo seringal, o que formava todo o antigo território acreano. Os seringueiros foram expulsos, a floresta deu lugar ao pasto e a riqueza ficou nas mãos dos “paulistas”.

    O cenário é o mesmo ao longo de toda a BR-364 e 317. Extensas fazendas de perder de vista usadas somente para colocar boi, enquanto importamos até o tomate para comer. A política fundiária do Acre foi (e é) um desastre, sempre com a omissão do Estado –tanto o local quanto o federal. São milhares de hectares com uma só pessoa, enquanto muitos precisam viver em condições subumanas nas invasões.

    Será que enfim a CUT do PT abriu os olhos e decidiu agir? Será esta uma manobra apoiada pelo governo para depois chegar às terras do candidato Tião Bocalom (PSDB) e fazer uso político da questão fundiária? Torço para que não, e que enfim um amplo debate possa ser realizado em torno deste nó na garganta do Acre.

     
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