A propaganda eleitoral começou -para a nossa alegria. Dizem que a campanha inicia de fato agora. O argumento é que todos os candidatos estão em pé de igualdade, por mais que o tempo de Marcus Alexandre (PT) não seja o mesmo que o do nosso Barack Obama amazônico, Leôncio Castro e o seu “Sim, nós podemos”. Sonhar não custa nada.
Deixando o lado cômico da campanha, vamos nos ater aos três principais candidatos. Marcus Alexandre (PT), confeccionado pela Cia de Selva, teve o melhor programa no quesito conteúdo e qualidade. Também pudera, os milhões de reais que a dupla Gilberto Braga e Davia Sanrana vêm recebendo dos cofres públicos transformam qualquer calouro de publicidade em um Washington Olivetto da vida.
Neste primeiro dia, Marcus Alexandre ficou “bem longe” de seus padrinhos Tião e Jorge Viana. A estratégia dos marqueteiros é fazer com que o petista tenha vida e caminhe com as próprias pernas -seja nas ruas do povo ou dos condomínios fechados. A imagem do popular -palavra ovacionada entre os governistas – Tião Viana não foi pregada à de Marcus Alexandre, pelo menos no primeiro programa.
O carismático Jorge Viana ficou por Brasília batendo o ponto do Senado. Do Planalto, pelo iPad, disparou contra a oposição. Chamou Sérgio Petecão (PSD) e Tião Bocalom de, respectivamente, camaleão e troglodita -não necessariamente nessa ordem. O filhote de Petecão, Fernando Melo (PMDB), estreou bem a meu ver. Seus produtores fizeram um bom produto e foi bem apresentado.
Ao contrário do adversário petista, Fernando Melo precisou de um baita empurrão dos padrinhos Petecão e Flaviano Melo. Eles foram a grande estrela do programa de Fernando, cuja última pesquisa registrada no TRE o apontava oscilando na casa dos 5%. Mas acredito que Fernando Melo terá boas chances de crescer. Este crescimento se dará muito mais pela própria capacidade dele do que dos coronéis de sua campanha.
Fernando Melo estará em confronto direto com Tião Bocalom. O que está em jogo entre os dois é o estilo oposição. O tucano vem com seu bonde morro abaixo e sem freio disparando contra o PT. Mantém seu estilo agressivo e de confronto. Fernando Melo vai para a oposição “paz e amor”. A sua definição do cuidar do que deu certo caiu como uma nona sinfonia no ouvido do eleitor anti-PT, mas que não deixa de reconhecer os avanços realizados pelo partido.
Este eleitor está principalmente na classe média, formada por funcionários públicos, médios empresários, trabalhadores da iniciativa privada em função de chefia, além de advogados e outros profissionais liberais. Este eleitor fica receoso em votar em Bocalom pelo seu UFC eleitoral. O estilo do tucano pode espantar a classe média, mas é o agrado da população mais pobre revoltada com os petistas, esquecida na periferia; ou seja, a grande massa pode estar com Bocalom.
Ele terá os votos de oposição do povão e Fernando Melo da classe média: em resumo, o PSDB não alcançará a votação suficiente e iremos para o segundo turno. Se Tião Bocalom e Fernando Melo continuarem dessa forma a vitória logo em sete de outubro fica inviável, dando um fôlego para Marcus Alxandre na prorrogação.
O troglodita e o poligrota
Posted on quinta-feira, 23 de agosto de 2012 by Editor in