O Palácio Rio Branco precisa escolher melhor seus deputados que vão à imprensa afirmar que acionarão o Conselho de Ética da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) para cassar Wherles Rocha (PSDB) por quebra de decoro parlamentar. Bem, se fosse enquadrar o tucano por este crime, o mesmo deveria ocorrer com alguns de seus colegas de Casa –inclusive os com dedo em riste.
Vários são os deputados denunciados pelo Ministério Público Eleitoral por compra de votos e outras infrações que afrontam a legislação, a moral e a ética da política. O próprio presidente da Aleac, Élson Santiago (PEN), está pendurado num processo de compra de votos de 1998. Longevo no cargo, ele usa a imunidade parlamentar para evitar a condenação.
Seu colega de partido, Walter Prado, também está no mesmo barco. Ética é uma palavrinha tão longe do vocabulário da Assembleia acreana que não existe o Conselho de Ética. O que há de sobra são manobras para aprovar instrumentos que os livrem de processos na Justiça. Antes de falar em ética, senhores deputados, procurem vivenciá-la diariamente em suas funções públicas e em épocas de (re) eleição.
Como diz o bom cientista político Nilson Euclides, às vezes o silêncio é a melhor arma na política. Aqueles que estão no encalço de Rocha agora passarão a ter suas vidas investigadas. A sociedade acreana não pode ficar no jogo do sujo falando do mal lavado.
O sujo e o mal lavado
Posted on segunda-feira, 13 de agosto de 2012 by Editor in