Livro: 1961 - O GOLPE DERROTADO

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  • terça-feira, 3 de julho de 2012
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  • 1961 - O GOLPE DERROTADO
    Flávio Tavares
    Durante treze dias, em 1961, o Brasil viveu uma situação de guerra civil de facto, com mobilização de tropas e ordens de bombardeio aéreo. Este livro conta como um movimento de rebelião popular paralisou e derrotou o golpe de Estado dos ministros do Exército, Marinha e Aeronáutica e evitou a guerra­ civil. Escrito por um jornalista que testemunhou e participou do Movimento da Legalidade junto a Leonel Brizola,­ então governador­ do Rio Grande do Sul, aqui estão as peripécias­ da rebelião. Da astúcia de emitir dinheiro próprio para enfrentar­ uma situação de guerra, até o poder do rádio desafiando­ as armas, tudo está aqui, no estilo atraente e leve de Flávio Tavares,­ como se os fatos desfilassem à nossa frente.
    OS TREZE DIAS QUE MUDARAM O BRASIL
    Mais do que o retrato, aqui está a reconstituição do movimento popular-militar que, em 1961, derrotou o golpe de Estado dos ministros do Exército, Marinha e Aeronáutica, após a renúncia do presidente Jânio Quadros. Testemunha e participante do Movimento da Legalidade, Flávio Tavares vai além da descrição do jornalista que tudo acompanhou. A partir das peripécias da rebelião que Leonel Brizola iniciou no Sul, surge neste livro o lado humano e o perfil psicológico dos personagens envolvidos numa trama pelo poder que levará alguns deles ao golpe militar de 1964.
    Aqui, um episódio fundamental da História recente é narrado como um ágil romance de ação: cada gesto desemboca no inesperado e leva o leitor a esperar o fato seguinte, ansioso por saber como o golpe de 1961 se desfaz e João Goulart chega à Presidência da República.
    Este livro reabilita o poder da palavra e mostra como a Cadeia de Rádio da Legalidade conduz a população à rua, desafia a ameaça de bombardeio, mobiliza a opinião pública país afora e, no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, acaba por integrar o próprio Exército à Legalidade.
    Tal qual nos demais livros do autor, a memória é o fio condutor que desnuda detalhes e revela a face oculta de tudo, com uma surpresa a cada passo.
    Este livro segue o ritmo profundo do estilo leve que, durante décadas, Flávio Tavares reservou à crônica política, até que O dia em que Getúlio matou Allende (2004) consolidou o caminho iniciado com Memórias do esquecimento, que o descobriu para a literatura em 1999.
    Para avaliá-lo, basta a opinião, sobre seu primeiro livro, de dois escritores contemporâneos – o português José Saramago, Prêmio Nobel de Literatura, e o argentino Ernesto Sabato:
    Saramago o qualificou de “magistral” e frisou: “Li-o de uma assentada só, sem poder parar”.
    Sabato o chamou de “novo Dostoiévski” e viu na obra “o relato vivo de um inferno apenas entrevisto por Dante, Rimbaud e o próprio Dostoiévski”.
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