O ex-secretário estadual da Cultura e também ex-líder do Governo Antonio Carlos (PT) diz que se esforçou bastante para comunicar ao governador Cid Gomes (PSB) que estava deixando a Secretaria da Cultura (Secult). Ligou uma, duas, sete vezes. E nada de Cid atender. Resolveu então anunciar sua saída da pasta, após apenas seis dias de gestão, de uma maneira inusitada: através de uma mensagem SMS para o celular de seu agora ex-patrão. "Ele é um governador, ele não é vereador. Às vezes não tem tempo de atender. Deve me me retornar depois. Então mandei um torpedo informando o meu desligamento da Secretaria", tentou explicar o petista. Ele também revelou o conteúdo da mensagem: "Agradeci ao governador pela forma muita respeitosa como me tratou, mas falei que nao tinha mais sentido continuar na pasta".
Antonio Carlos comentou ainda a decisão do PSB de lançar candidatura própria à Prefeitura de Fortaleza. Segundo ele, setores do partido induziram o governador ao erro. "Induziram ao erro ao fazer uma avaliação equivocada da gestão com essa visão de caos, quando na verdade não é. Todo governo tem problema. Agora quando sou aliado de um governo eu não vou potencializar os problemas", defendeu.
O ex-líder de Cid coloca ainda no colo do PSB o ônus pelo fim da aliança. "Não foi o PT que fez a ruptura da aliança". E rechaçou a ideia propalada pelo PSB de que o PT queria impor um candidato. "Longe de ser uma imposição de um nome. Foi um processo de escolha democrático e legítimo. Teve inclusive outro nome (deputado Artur Bruno) que se colocou até o final do processo. Aí acusar de fazer um processo de imposição? Eu acho que isso não tem nenhuma sustentação. Imposição em que sentido?", questiona.
O petista também criticou a fala do governador Cid Gomes, para quem Elmano de Freitas (nome escolhido pelo PT) representa um projeto que se exauriu. "Há um desconhecimento (por parte do governador" da gestão. Há ainda um ataque sistemático de setores conservadores derrotados nas últimas eleições, uma tentativa de manipulação da opinião pública". Fonte: O Povo