A crise do capitalismo não impediu a queda do desemprego no Brasil. Na última semana, o IBGE registrou que a taxa de desocupação caiu para 5,2% em novembro e a criação de 708 mil novos postos de trabalho no setor privado durante o último ano. Situação inversa aos países do hemisfério norte, principais responsáveis e principais vítimas desta crise. Na zona do Euro, o desemprego atingiu 10,2% em outubro de 2011. Destaque para a Espanha, onde 22,6% dos cidadãos e cidadãs não possuem emprego. Com relação aos Estados Unidos, a taxa de desocupação foi de 9,2% em novembro e a perspectiva dos economistas é de que ultrapasse os 10% em 2012.
Os dados acima demonstram duas visões distintas de enfrentar a crise.
A primeira delas é o caminho adotado pelos chamados países desenvolvidos, todos localizados no hemisfério norte. A Europa e os Estados Unidos optaram por salvar grandes empresas multinacionais tendo como custos o aumento da desigualdade social, a diminuição dos investimentos em infraestrutura e na área social e a redução do consumo interno. Para isso, direitos sociais foram cortados e Obama não conseguiu elevar os impostos dos mais ricos e nem ver aprovada a sua reforma na saúde. É preciso lembrar que nos Estados Unidos a tabela de impostos é inversamente progressiva: quem ganha mais paga menos e quem ganha menos paga mais. Na Europa, o enxugamento da máquina, dos gastos e do poder decisório enfraqueceu os estados e as economias nacionais, aprofundando sua dependência da especulação financeira. Medidas que poderão ter como conseqüência o agravamento da crise.
A segunda visão foi implementada pelo Brasil e por alguns outros países em desenvolvimento. Quando o ex-presidente Lula afirmou que a crise em nosso país não passaria de uma “marolinha”, foi debochado e chamado de irresponsável. Porém, a história provou que o primeiro trabalhador a assumir o poder central sabia o que falava e estava certo. O Brasil está em franco crescimento e os países ricos estão encolhendo.
Para enfrentar a crise, o governo Lula optou por movimentar o mercado interno, gerar emprego, distribuir renda e direitos sociais. Os investimentos em infraestrutura e habitação, através do PAC e do Programa Minha Casa Minha Vida, contribuem para a resolução de problemas históricos brasileiros ao mesmo tempo em que geram empregos e movimentam o mercado da construção civil. Os programas de transferência de renda como o Bolsa-Família garantem um ganho mínimo para famílias despossuídas e ajudam a aquecer os pequenos comércios locais. O aumento real do salário mínimo, que em 2002 representava 56,50 dólares e hoje representa em torno de 335 dólares, elevou a renda da classe C. A redução dos juros de 25% em 2002 para 12% este ano, aliado ao aumento da oferta de crédito ao consumidor ajuda na ascensão de uma nova classe média.
Já neste primeiro ano de governo, a presidente Dilma não só deu continuidade a esta política como caminha para o seu aprofundamento. O programa Brasil Sem Miséria, por exemplo, tem como objetivo erradicar a pobreza extrema ainda durante esta gestão. Aqui no RS, duas obras essenciais para a mobilidade urbana na capital e para a melhoria do escoamento da produção – o metrô de Porto Alegre e a segunda ponte do Guaíba – anunciadas pela presidente somam-se a outras já concluídas ou em andamento, como a duplicação da BR-101, a Rodovia do Parque, a duplicação da BR-116 e o Pólo Naval na metade sul. Além disto, o aporte de recursos federais em diversas áreas como o saneamento, as UPAs e a expansão das escolas técnicas federais irão contribuir para o desenvolvimento econômico e social de um estado que estava estagnado.
Esse modelo de desenvolvimento brasileiro, capitaneado pelo PT e sua base aliada, é o principal responsável para que a crise seja mais amena em nosso país, permitindo a geração de novos postos de trabalho e, ao mesmo tempo, a inclusão de uma parcela significativa da população que foi desprezada por mais de 500 anos.