Na falta de críticas consistentes capazes de abalar politicamente o governo Dilma perante a população, a imprensa golpista adotou a estratégia de disseminar supostos escândalos de desvios envolvendo membros da administração federal. A cada semana nos deparamos com denúncias de irregularidades cometidas por algum ministro. Na maioria das vezes, as mesmas carecem de provas ou mesmo de fontes seguras e confiáveis.
O “modus operandi” funciona sempre da mesma forma. Uma revista semanal publica a denúncia tendo como fonte os desafetos do governo, investigados pela Polícia Federal e até mesmo pessoas que já foram presas por conta de supostas falcatruas. Depois, os sites das grandes empresas de comunicação, seus veículos televisivos, jornalecos e estações de rádio passam a reproduzir a notícia insistentemente. Como se esta fosse verdade absoluta, condenando sumariamente o integrante do governo, expondo o mesmo a um verdadeiro linchamento midiático. A pressão aumenta e o ministro, secretário ou assessor se obriga ou é obrigado a deixar as suas funções para não comprometer a imagem do governo e poder se defender decentemente. A mídia golpista acusa, condena, derruba sem comprovar as irregularidades e sem respeitar a presunção de que alguém é inocente até que se prove ao contrário.
Foi assim com praticamente todos os ministros substituídos por Dilma. Foi assim com Orlando Silva (PCdoB). O próprio “delator” do ex-ministro dos esportes reconheceu não poder comprovar nenhuma das acusações feitas. Orlando caiu, o assunto se esvaziou e imediatamente foi substituído por outra denúncia. Desta vez contra Carlos Lupi (PDT). O mesmo já havia ocorrido com Alfredo Nascimento (PR) e dois ministros do PMDB.
Desta forma, a mídia golpista busca enfraquecer a base aliada do governo Dilma, disseminando a discórdia entre os partidos que a compõe e fragilizando um possível avanço do projeto de esquerda no Brasil. Dilma pode até estar se saindo bem, mas é fato que possíveis avanços como a reforma política vão ficando mais difíceis diante da fragilidade da base no Congresso Nacional.
Além de atingir Dilma, os grandes meios de comunicação tentam atingir Lula por tabela. Os escolhidos como bola da vez na onda de denuncismo tem um passado em comum. Foram ministros de Lula e, portanto, quer fazer crer a mídia, o melhor e mais reconhecido presidente que o Brasil já teve, seria o responsável pela suposta corrupção envolvendo a gestão federal.
Ao mesmo tempo, as “marchas contra a corrupção”, que ainda não conseguiu reunir mais do que algumas centenas de militantes do conservadorismo ganha espaços estratosféricos nos noticiários de TV. São muitos minutos de um telejornal a comentar as pequenas manifestações de direita e alguns poucos segundos para notícias positivas sobre os avanços que os governos Lula e Dilma produziram e produzem para o povo brasileiro. Mostrar a venda de emendas orçamentárias praticadas pelo PSDB na Assembleia Legislativa paulista ou os escândalos pessoais e políticos envolvendo Aécio Neves em rede nacional, nem pensar. Afinal isso fragilizaria a oposição.
A estratégia das grandes empresas de comunicação é a formação de um quarto poder. Sim, no Brasil temos o Executivo, o Legislativo, o Judiciário e o Partido da Imprensa Golpista (PIG). Esta, a serviço das velhas oligarquias, do velho rancor da elite conservadora por não ter conseguido evitar a vitória do povo e as transformações sociais em curso que beneficiam aqueles que sempre foram excluídos no Brasil.