Não temos noção do fascista, do torturador, do chato, do perseguidor, do carrasco, do intolerante que existe em cada um de nós até nos encontrarmos na WEB.
O tuiter é revelador dos demônios que nos assaltam em nossas próprias trevas.
Revelador do medo que temos de ser iguais aos mais abjetos e desprezíveis dos seres humanos que conhecemos.
Revelador de que por um toma-lá-dá-cá agimos como eles.
Ora é um que acusa o outro de repressor; ora é outro que acusa um de maconheiro. Ora é um que acusa o outro de fascista; ora é outro que acusa um de terrorista; ora é um que acusa outro de ladrão; ora é outro que acusa um de enganador. Ora é um que acusa o outro de vendilhão; ora é outro que acusa um de machista. Ora é um que acusa o outro de homofóbico; ora é outro que acusa um de estúpido.
O tuiter, a Rede, são muito bons para percebermos o mundo real que nos cerca. Não são o retrato de um mundo virtual. É o retrato do mundo real. Que ali se pronuncia... ali se projeta no outro todas as nossas autoacusações.
Há uma quebra do romantismo da Humanidade ideal. Percebe-se que cada um revela-se um Torquemada projetado no seu próximo.
O mínimo de humanismo e compreensão de si mesmo exige que eu trate o próximo com candura, ternura, respeito, e educação. E mesmo na adversidade busque a paz, o entendimento, a paciência, a tolerância e a alegria.
Tais dons não nascem conosco. Se não os buscarmos e exercitarmos nunca os teremos. Viveremos sempre no inferno dos nossos fantasmas aterradores.
Quero minha timeline limpa, harmoniosa, luminosa, e isso não tolherá críticas, discordâncias... porque a Luz nasce do entendimento que vem da Sabedoria, o último e primeiro entre os dons.
Prefiro bloquear o maledicente, o venenoso, o que com palavras espalha ódio, rancor, e inveja.
Não porque não o tolere, não porque tenha medo dele, mas porque a besta que ruge e ronda à minha volta vem apenas para destruir e nada constrói.
Prosseguir, acreditando , é o mínimo que posso fazer pela minha humanidade.