Porto Alegre: empresas de comunicação tentam impor favoritos numa eleição sem favoritos

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  • segunda-feira, 10 de outubro de 2011
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  • Tentar impor o favoritismo de uma ou outra candidatura e relegar ao segundo plano um partido que historicamente lidera a preferência dos eleitores é, no mínimo, arriscado, para não dizer imprudente. Afinal, poucos são os pré-candidatos colocados na disputa, partidos importantes não definiram suas táticas eleitorais e o próprio eleitorado sequer começou a pensar com mais profundidade sobre o processo futuro. Além do mais, a política é dinâmica e tal qual um jogo de xadrez, todos os movimentos são cuidadosos e tem seu tempo para acontecer. Como acertadamente diz a peça publicitária de um determinado veículo de comunicação, “em um minuto tudo pode mudar”.

    Pois é dentro deste cenário que duas grandes empresas de comunicação buscam impor desde já o favoritismo de um ou outro candidato em Porto Alegre. O ponto em comum entre elas é que ambas desconsideram o PT, que governa o Brasil com Dilma, o Rio Grande do Sul com Tarso, que governou a cidade por quatro mandatos consecutivos e sempre esteve presente no segundo turno nos pleitos eleitorais na capital. Também desconsideram solenemente a indefinição de partidos como o PTB, PMDB e PP sobre o comportamento que adotarão em 2012. Sobre os novos PSD e PPL, que já nascem com vereadores e alguma expressão na política municipal, tecem algumas poucas linhas.

    Ambas as empresas de comunicação utilizam semelhante estratégia para projetar os candidados de sua conveniência. Através de pesquisas, notas plantadas, críticas, elogios, buscam novas formas e fatos no intuito de criar uma verdadeira confusão no eleitor menos atento. Aliás, cabe lembrar, esta mesma tentativa de construção do favorito foi realizada em pleitos anteriores. Na eleição de 2010, por exemplo, um ano antes da eleição, as mesmas empresas disseminaram que o PT poderia compor a chapa do PMDB ao governo estadual e, em nível nacional, a vitória de Serra era algo quase natural diante da falta de candidato de expressão do PT. Nada disso ocorreu. O favoritismo foi desfeito ao longo do tempo, com Tarso vencendo Fogaça ainda no primeiro turno no Rio Grande do Sul e Dilma aniquilando Serra e tornando-se a primeira presidenta do Brasil.

    Por hora, é evidente que a tendência é pré-candidatos já lançados aparecerem melhores colocados em pesquisas eleitorais. Porém, a mudança deste cenário até o início do processo eleitoral é algo inevitável. Certo é que o PT caminha para ter candidatura forte em Porto Alegre, o PMDB pode ter candidatura própria ou ser vice do Fortunati, O PTB e o PSD esperarão 2012 chegar para definir em qual chapa serão vice, podendo compor inclusive com o PT, o PP tem como opções compor com Paulo Borges do DEM, Marchezan do PSDB ou mesmo Manuela do PCdoB-PSB.

    Conclusão? O que todos já sabem. Não há candidatos favoritos um ano antes de qualquer eleição, mesmo que as empresas de comunicação, por um motivo ou outro, busquem impô-los. A propósito: na última década, os favoritos apontados um ano antes do pleito pelas empresas de comunicação quase sempre perderam as eleições no Rio Grande do Sul.
     
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