Na próxima quarta-feira (21/09), a presidenta Dilma Roussef será a primeira mulher a discursar na abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). No histórico pronunciamento, analisará a crise econômica, defenderá o reconhecimento do Estado palestino, ressaltará a importância do protagonismo feminino na política e convidará os chefes de estado para o Rio+20.
Dilma sustentará que o Brasil amenizou os efeitos do tsunami neoliberal que assola a Europa e os Estados Unidos a partir de políticas de inclusão social e combate à pobreza, do fortalecimento do estado e do investimento no mercado interno. Enquanto as grandes economias adotaram o velho caminho de salvar bancos e grandes empresas multinacionais e vivem uma recessão sem precedentes, as medidas adotadas pelo Brasil contribuíram para que dez milhões de pessoas deixassem a pobreza nos últimos cinco anos.
Reconhecimento do Estado palestino
O Brasil reconheceu o Estado palestino em dezembro de 2010. Dilma sustentará que o reconhecimento e a integração da Palestina como país membro é uma dívida histórica da ONU e que a atitude, além de respeitar a autodeterminação daquele povo, significaria uma grande contribuição da entidade com o fortalecimento da cultura de paz no mundo.
O tema deverá dominar as discussões da Assembleia Geral e países que ainda se alinham a Estados Unidos e Israel deverão resistir a proposta. No entanto, o fato da ONU pautar o reconhecimento do Estado palestino e o apoio dos países do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) é um passo significativo.
Encontros paralelos e repercussão internacional
Antes da reunião, Dilma realizará uma série de encontros paralelos com chefes de estado. Dos quarenta pedidos de audiências recebidos pelo planalto, sete foram concedidas. Entre elas, encontros com os chefes de estado Barack Obama (EUA), Nicolas Sarkozy (França) e David Cameron (Înglaterra).
A presidenta também receberá o prêmio Woodrow Wilson para Serviços Públicos e estampa a capa da revista Newsweek desta semana, o que demonstra a importância do Brasil na geopolítica mundial atual.