CENAS DE UMA DITADURA 19 - AS CONTRADIÇÕES NO PÓS GOLPE 64

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  • segunda-feira, 15 de agosto de 2011
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  • A Ilha do Governador era o próprio retrato do Brasil nos meses, e primeiros anos,  que se seguiram ao golpe militar.

    A reação de Direita partia de grupos lacerdistas: Funcionários públicos aposentados que moravam na bucólica ilha onde também habitavam  militares de alta patente que estavam comprometidos com o Governo.

    Na mesma Ilha morava Agildo Barata, e muitos outros comunistas históricos, todos os sub oficiais, sargentos e cabos  da Aeronáutica e do Corpo de Fuzileiros Navais cassados, ao lado dos ministros da Aeronáuttica e da Marinha. Do Comando Naval e Aéreo do País.

    Aquele pequeno pedaço de terra cercado de mar era uma caldeirão de contradições políticas.
    Eu mesmo muitas vezes escondi-me da repressão na casa de um Brigadeiro da Aeronáutica, de cujo filho era amigo.

    Nestes primeiros anos, em que a tortura e os assassinatos não estavam ainda oficializados, em que ainda não eram prática diuturna das forças de repressão,  vivia-se intensa disputa emocional entre golpistas e resistentes ao golpe.

    Vale lembrar que ainda havia o direito do habeas corpus e a censura não estava de todo estabelecida no País, o AI5 ainda não existia e pensava-se até mesmo na candidatura de Juscelino à Presidência em 1965.
     
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