Este é o nome de um antigo livro do Jean Duvignaud.
Resolvi usá-lo como homenagem ao autor, no meu post de hoje.
José de Abreu por vezes comenta comigo que pessoas que o seguem reclamam que ele fala de política, quando tudo que elas querem saber é das fofocas da TV , ou do seu trabalho como ator.
Comigo também acontece o mesmo.
E muitos colegas e cidadãos mantém a posição de que fazem apenas seu trabalho. “Sou comediante. Faço piada. No resto eu não me meto.”
A partir desta premissa não teríamos política alguma, pois um gerente de banco dedicaria seu tempo apenas a administrar contas, um leiteiro apenas a entregar o leite, um açougueiro apenas a cortar a carne, uma aeromoça apenas a atender passageiros, e por aí iríamos.
É o que dizem do Tiririca: “É um palhaço, devia se limitar a ser palhaço.”
Acontece que cada trabalhador, em qualquer área, cada cidadão , é político, tem o direito e o dever de se meter em política sim, de ter sua opinião política que não se resume apenas ao voto secreto. Mas à prática da política. Ou seja , da vida em sociedade e do posicionamento diante dos fatos que afetam esta sociedade.
O que confundem é que necessariamente ninguém precisa ser um político profissional, mas isso não impede de exercitar sua opinião e sua prática política. Sobretudo aqueles que tem uma vida pública e que por isso são formadores de opinião.
É impossível no decorrer da vida de um cidadão que ele jamais seja chamado a dar sua opinião política sobre qualquer assunto.
E se não o fez até agora é porque está no ganho. Porque a hora que começar a perder vai transformar-se em ativo participante político.
E lembrar que a omissão e o silêncio não significam estar alheio, mas sim concordar e apoiar os fatos e suas consequências.
Não existe o cidadão puro, que cuida apenas da sua vida. Sua vida está presa a normas e decisões políticas.