Pesquisa divulgada por uma empresa de comunicação logo após o centésimo dia de gestão reflete o acerto do governo Tarso nestes poucos mais de três meses no comando do Piratini. 80% dos gaúchos aprovam a atuação do governo, sendo que 79% confiam no governador e sua nota média é 6,9, mesmo índice alcançado pela presidenta Dilma no período.
Na verdade, o governo Tarso surpreendeu ao impor um ritmo acelerado de mudanças necessárias no Rio Grande do Sul quando todos esperavam somente a organização, o planejamento da gestão e as surradas críticas deixadas pela gestão anterior. Não que elas não existam e não sejam corretas, pois o RS viveu nas duas gestões anteriores o aprofundamento de uma crise estrutural que fez o estado “andar para trás”. Nem o tal “déficit zero” comemorado pelo governo Yeda era real, já que o déficit do governo estadual é superior a R$ 500 milhões.
Nestes cem primeiros dias, o governo Tarso já construir símbolos importantes voltados ao estabelecimento de um novo ciclo de desenvolvimento econômico e social, alicerçado no diálogo, na participação popular, na recuperação e valorização dos serviços públicos oferecidos à população e, por conseqüência, de seus servidores.
Um dos casos mais positivos neste processo é o fato de que, mesmo com previsão de déficit, a atual gestão teve reconhecido o seu esforço de estabelecer um ritmo acelerado de recuperação salarial do funcionalismo público, em especial com relação aos servidores da educação. A proposta de aproximadamente 11% de aumento imediato e o compromisso de cumprir gradualmente o piso nacional, cujo governo anterior contestou no STF, levou os professores estaduais a aprovar a proposta do governo. Há também o esforço para recuperar os salários e a dignidade dos servidores de segurança pública e de outras áreas.
O segundo símbolo positivo é o do diálogo e da participação. Problemas importantes do estado estão sendo discutidos no chamado Conselhão gaúcho, onde empresário, trabalhadores, governo, academia e terceiro setor estudam e debatem temas importantes como o desenvolvimento metropolitano, o desenvolvimento da serra e os arranjos produtivos locais, um novo modelo de financiamento da malha rodoviária que contemple necessidades de cada região e a qualificação das rodovias, o pacto pela educação, uma política permanente voltada ao piso regional e a previdência pública. Ao mesmo tempo, a população tem a oportunidade de incidir na formulação de políticas públicas e na definição dos investimentos que serão realizados nos próximos quatro anos através do Plano Plurianual Participativo.
O terceiro símbolo da gestão de Tarso é a recuperação da própria estrutura do governo com o objetivo de fortalecer o desenvolvimento de políticas sociais como o combate à extrema pobreza, a redução das barreiras físicas e sociais a que estão submetidas pessoas com deficiência e o combate ao crack e a outras drogas que vêm desestruturando as famílias gaúchas. Aliás, sobre este último, importante salientar que o RS não tinha nenhum programa de prevenção através da rede pública de saúde, muito menos de acompanhamento ao processo de reinserção social do dependente químico.
Outro símbolo positivo é o da transparência na gestão. Diante de supostas irregularidades cometidas por servidores concursados do DAER, o governo Tarso não hesitou. Formou uma força-tarefa com participação de quadros do governo, membros do Tribunal de Contas e do Ministério Público e acompanhamento da Assembléia Legislativa para investigar as supostas irregularidades. Mais do que isso anunciou a reestruturação de um organismo que foi criado durante a ditadura militar, que está viciado e longe de cumprir sua real função.
Por fim, o quinto e último grande símbolo é o de recuperação da capacidade de investimento do estado. Seria impossível a consecução de um novo modelo de desenvolvimento, com o Rio Grande crescendo no mesmo ritmo do Brasil, sem estabelecer mecanismos de financiamento deste projeto. Para isso, o governo gaúcho foi atrás de créditos federais desconsiderados pelo governo anterior de Yeda Crusius, do estabelecimento de uma parceria sólida entre a União e o estado e de empréstimos que garantirão, no ano de 2011, investimentos superiores a R$ 2 bilhões na geração desse novo ciclo de desenvolvimento econômico e social que o estado experimentará nestes próximos quatro anos.
Como se vê, o Rio Grande do Sul caminha com Tarso para a superação de uma realidade de crise estrutural para o estabelecimento de um novo ciclo de desenvolvimento econômico e social.