O Egito está na TV

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  • domingo, 13 de fevereiro de 2011
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  • Em sua luta sagaz contra as forças do mal que imperam na galáxia, A CORTIÇA se recusa a voltar de férias antes de março! RÁ, é isso mesmo! Deixem a produtividade para os produtivos!

    No momento, estamos muito ocupados tentando entender acomplicada situação do mundo (... na verdade, estamos revendo todas as temporadas de House, hehe). [aliás, nosso último post com mais de 1Giga de música foi sumariamente censuardo.... mas resolveremos isso em breve]

    Porém, irmãos e irmãs, não podemos ignorar o EGITO! Terra de gente bonita! Terra em que o carnaval de fevereiro é bem mais empolgante que o nosso. Terra, enfim, onde o povão na rua conseguiu acabar com 30 anos de ditadura de Hosni Mubarak. Claro! Sabemos que não é simples assim, mas convenhamos: foi o evento mais empolgante na política internacional e mobilização popular dos últimos tempos!

    Venha passar suas férias no Egito!!!
    Que tal uma tarde tranquila no centro do Cairo...

    E já que é assim, para não passarmos em branco, elencamos aqui n'A CORTIÇA alguns artigos "da pesada" sobre a situação atual do Egito. Ei-los!

    O FRACASSO DO LEOPARDO
    De Antonio Luiz M. C. Costa

    "O plano a, repressão policial e militar pura e simples, não funcionou. O povo não se intimidou com jatos d’água, cassetetes, balas de borracha e gás lacrimogêneo. Segundo jornalistas do Wall Street Journal, Hosni Mubarak ordenou ao ministro do Interior, general Habib al-Adly, atirar nos manifestantes para matar, mas o assistente militar deste, o general Ahmed Ramzy, recusou a ordem.

    [...]

    A proposta de uma 'abertura lenta e gradual' ao estilo dos generais Geisel e Golbery só teria esperança de funcionar se fosse oferecida antes que as massas estejam de fato nas ruas exigindo cabeças – como aconteceu no Brasil, Chile e Uruguai, mas não, por exemplo, na Argentina. Em vez de desmobilizar os protestos, a oferta soou como insulto e os acirrou. Muitas das principais forças de oposição recusaram-se a dialogar dentro desses limites e as manifestações tomaram novo ímpeto em 8 de janeiro, voltando a encher a Meydan Tahrir (Praça da Libertação) e transbordando para as ruas vizinhas."
    Leia o artigo completo aqui.

    ... Noites quentes, repletas de magias e mistérios...

    TOMBANDO O AUTOCRATA
    De Tariq Ali

    "A remoção de Mubarak por si só (e levando o grosso dos seus US$40 mil milhões saqueados do tesouro nacional), sem quaisquer outras reformas, seria considerada na região e no Egipto como um enorme triunfo político. Isto colocará novas forças em movimento. Uma nação que testemunhou milagres de mobilizações de massa e uma enorme ascensão na consciência política popular não será fácil de esmagar, como o demonstra a Tunísia.

    [...]

    Omar Suleiman, um velho favorito do Ocidente, foi seleccionado por Washington como vice-presidente, endossado pela UE, para supervisionar uma 'transição ordeira'. Suleiman sempre foi encarado pelo povo como um torturados brutal e corrupto, um homem que não só dá ordens como também participa no processo. Um documento da WikiLeaks contem um antigo embaixador dos EUA a louvá-lo por não ser 'melindroso'. O novo vice-presidente advertiu as multidões de manifestantes terça-feira passada que se não se desmobilizassem voluntariamente o exército estava à espera: um golpe podia ser a única opção restante. Foi ela, mas contra o ditador que eles haviam apoiado durante 30 anos. Era o único meio de estabilizar o país. Dali não podia haver retorno à 'normalidade'."

    Leia tudo aqui.

    ... Um povo caloroso e muito receptivo a novas idéias...

    EGITO: UMA DITADURA NOS ESTERTORES DA MORTE
    De Robert Fisk

    "Os soldados que conduzem os tanques, em uniforme de combate, sorridentes e às vezes aplaudindo os passantes, não fizeram qualquer esforço para apagar das laterais dos tanques os graffiti ali pintados com tinta spray. 'Fora Mubarak! Vai-te embora, Mubarak!' e 'Mubarak, o teu governo acabou' aparecem grafitados em praticamente todos os tanques que se vêem pelas ruas do Cairo. Sobre um dos tanques que circulavam pela Praça da Liberdade, vi um alto dirigente da Fraternidade Muçulmana, Mohamed Beltagi. Antes, andei ao lado de um comboio de tanques próximo de Garden City, subúrbio do Cairo, onde as multidões subiram aos tanques para oferecer laranjas aos soldados, aplaudindo-os como patriotas egípcios. A nomeação ensandecida e sem sentido de um vice-presidente [o primeiro, em 30 anos, e nomeação que significa que Mubarak desistiu de nomear o filho para substituí-lo no poder (NTs)] e a formação de um 'novo' Gabinete sem poder algum, constituído só de velhos conhecidos dos egípcios, evidenciam que as ruas do Cairo viram e vêem o que nem os estrategistas e políticos dos EUA e da União Europeia souberam ver: que o tempo de Mubarak acabou."

    Leia a íntegra aqui.

    ... Egito: desde os tempos antigos nos ensinando que quem planta, colhe!

     
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