Na cidade de Brandon, no estado de Iowa, no interior profundo dos EUA (na tal da América profunda!) há uma atração turística única. Trata-se da maior frigideira do mundo.
Olha, aí ao lado, uma foto de uma turista visitando a maior frigideira do mundo. Em Brandon, Iowa, nos EUA profundos.
Isso demonstra, claramente, que algo tosco pode atrair turistas. Não se trata da massa de turistas que vão visitar o que não é tosco, mas há atração de algum turista. Caso encerrado.
E se uma cidade como São Leopoldo apostasse em algo tosco para atrair turistas? Tipo, que tal um prédio em estilo vexaimel, digo, enxaimel? Olha só a proposta do novo prédio da prefeitura de São Leopoldo, em uma estética oficial, mas digna de Brandon, Iowa:
Não é belo, mas é uma bela de uma tosqueira! E se São Leo fizesse isso? Viria algum turista?
Bem, nesse caso, temos que conceder que um ou outro turista seria atraído. Olha só:
Isso encerraria o caso de vez, mas nem todo o mundo tá feliz com a brandonização de São Leo. Eis o que dizem alguns arquitetos:
Talvez com ingenuidade, a Prefeitura Municipal de São Leopoldo lançou em 2009 um projeto de Centro Administrativo para a cidade. Localizado no coração histórico da cidade, o prédio seria um nefasto vizinho do patrimônio cultural circundante: Um bloco em altura, que tanto mimetizava o prédio Art Déco da antiga Prefeitura quanto acrescentava traves enxaimel a fachada.
Em suma, uma completa vergonha. Um projeto digno de figurar em programa humorístico, ou em alguma sátira arquitetônica de faculdade. Era difícil, à época, acreditar na veracidade da notícia. Mas ela estava lá, apresentando uma Prefeitura “vexaimel” que viria para resgatar a cultura alemã na cidade e “criar” um novo ponto turístico.
As obras do novo prédio da prefeitura de São Leopoldo tão a todo vapor. Brandon com músculo!
O estilo escolhido é o vexaimel, digo, enxaimel.
Outra coisa é inventar um passado fajutão (pois descontextualizado) e estufar o peito, dando uma de cara respeitador, dizendo eu-fiz-como-o-tata-fazia.
É cômico. Cômico de provocar risadas de cuspir a farofa. Cômico de fazer pensar em Brandon, no obscuro, profundo e medonho interior dos Estados Unidos da América.
O pessoal dessa outra coisa só cria ponto turístico ao criar uma bela tosquice (a qual não necessariamente é uma tosquice bela), a qual só atrai turistas de tosquices (tipo os personagens de filmes que vão pra roça obscura ver a maior frigideira do mundo).