São Leopoldo vai de vexaimel, vive seu momento Brandon, Iowa

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  • sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
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  • Na cidade de Brandon, no estado de Iowa, no interior profundo dos EUA (na tal da América profunda!) há uma atração turística única. Trata-se da maior frigideira do mundo. 

    Olha, aí ao lado, uma foto de uma turista visitando a maior frigideira do mundo. Em Brandon, Iowa, nos EUA profundos. 

    Isso demonstra, claramente, que algo tosco pode atrair turistas. Não se trata da massa de turistas que vão visitar o que não é tosco, mas há atração de algum turista. Caso encerrado. 

    E se uma cidade como São Leopoldo apostasse em algo tosco para atrair turistas? Tipo, que tal um prédio em estilo vexaimel, digo, enxaimel? Olha só a proposta do novo prédio da prefeitura de São Leopoldo, em uma estética oficial, mas digna de Brandon, Iowa:


    Não é belo, mas é uma bela de uma tosqueira! E se São Leo fizesse isso? Viria algum turista?

    Bem, nesse caso, temos que conceder que um ou outro turista seria atraído. Olha só:



    Isso encerraria o caso de vez, mas nem todo o mundo tá feliz com a brandonização de São Leo. Eis o que dizem alguns arquitetos:
    Talvez com ingenuidade, a Prefeitura Municipal de São Leopoldo lançou em 2009 um projeto de Centro Administrativo para a cidade. Localizado no coração histórico da cidade, o prédio seria um nefasto vizinho do patrimônio cultural circundante: Um bloco em altura, que tanto mimetizava o prédio Art Déco da antiga Prefeitura quanto acrescentava traves enxaimel a fachada.
    Em suma, uma completa vergonha. Um projeto digno de figurar em programa humorístico, ou em alguma sátira arquitetônica de faculdade. Era difícil, à época, acreditar na veracidade da notícia. Mas ela estava lá, apresentando uma Prefeitura “vexaimel” que viria para resgatar a cultura alemã na cidade e “criar” um novo ponto turístico.
    As obras do novo prédio da prefeitura de São Leopoldo tão a todo vapor. Brandon com músculo!

    O estilo escolhido é o vexaimel, digo, enxaimel. 

    Acho que uma coisa é usar enxaimel enquanto escolha consciente da apresentação medonha (medonha, pois não se está citando uma referência na criação de algo, mas sim fazendo algo meia boca, com orgulho, por se achar fiel ao passado) de uma estética. 

    Outra coisa é inventar um passado fajutão (pois descontextualizado) e estufar o peito, dando uma de cara respeitador, dizendo eu-fiz-como-o-tata-fazia. 

    É cômico. Cômico de provocar risadas de cuspir a farofa. Cômico de fazer pensar em Brandon, no obscuro, profundo e medonho interior dos Estados Unidos da América. 

    O pessoal dessa outra coisa só cria ponto turístico ao criar uma bela tosquice (a qual não necessariamente é uma tosquice bela), a qual só atrai turistas de tosquices (tipo os personagens de filmes que vão pra roça obscura ver a maior frigideira do mundo).
     
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