Quando um anencéfalo advoga em favor de um descerebrado

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  • domingo, 21 de novembro de 2010
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  • Lendo, a partir do RSurgente, a canhestra tentativa de defesa do Luiz Carlos Prates [RBS/SC] feita por David Coimbra [RBS/RS], faz-se necessário conceituar ideologia:

    Ideologia é o uso de formas simbólicas para criar ou produzir relações de dominação, conforme definição de John Thompson. Ou, ainda, pode ser o conjunto de ideias que predominam em uma sociedade e que, via de regra, representam os interesses do grupo social dominante.

    Toda a vez que os tais deformadores de opinião da RBS são colocados contra a parede, por conta das imbecilidades que proferem, recorrem ao seu truquezinho predileto, que é acusar os críticos de estarem agindo, a partir de uma  motivação ideológica. Repetem isso, como uma espécie de mantra, enunciado axiomático, sempre ao alcance da mão como um salvavidas, que os permite continuar boiando no mar de estupidez que eles mesmos criam. Ideologia na concepção dos celetistas da RBS é um conceito aplicável, apenas, para seus desafetos, particularmente, os que se situam a esquerda do espectro ideológico. 

    No entanto, os tais "pensadores" da RBS jamais se enxergam como parte de uma sinistra engrenagem ideológica, que também produz conceitos e formas simbólicas de dominação. Não eles, tão puros de intenções e sem nenhuma outra preocupação, que não seja a de analisar a realidade, a partir de uma perspectiva isenta e racional.

    A esquerda - sempre a esquerda - "obcecada pela ideologia", é que insiste em meter o dedo nessa ferida e fazer espirrar o pus da parcialidade, da manipulação e do indisfarçável alinhamento ideológico à direita, que caracteriza a RBS e o seu quadro de empregados. Aliás, ser indubitavelmente de direita, é uma condição sine qua non para os que pretendem ascender profissionalmente nesse monopólio midiático.

    A tentativa estapafúrdia de David Coimbra ao defender Prates, desvinculando essa ação de qualquer comprometimento ideológico, tanto seu, quanto dele, só pode ser coisa de um descerebrado. Ele não percebe o óbvio: a sua obsessão em negar o vínculo do Prates com o ideário da direita é, por si só, uma postura ideológica. Talvez isso seja explicável, do ponto de vista de David Coimbra, porque ele se percebe como alguém que se encontra num estado de graça, onde o natural é agir como se age há 500 anos no Brasil; onde uma autoproclamada elite põe e dispõe sobre a vida do restante da população, como se propriedade sua fosse. Qualquer tentativa de alterar essa "ordem natural das coisas", seja ela a eleição de um presidente do qual não se gosta, ou a entrada no mercado de consumo de automóveis daqueles a quem, historicamente, estava reservada uma posição subalterna, é vista como uma  alteração desse "estado natural", uma verdadeira ameaça aos "homens de bem" desse país. E isso, na cabeça insana do Coimbra e seus coleguinhas amestrados, nada tem a ver com ideologia. 

    Da nossa parte, só nos resta recomendar a esses deformadores de opinião, algumas leituras básicas, como por exemplo, O que é ideologia, da Coleção Primeiros Passos [baixar AQUI]. É uma leitura razoavelmente simples e imaginamos, que até um beócio, como David Coimbra, pode entender. 

    Tais leituras teriam uma dupla vantagem: tira-lo-ia desse mundinho de simplificações grosseiras da realidade, que é o grupo RBS, e cortaria, pela raiz, a reprodução dos anencéfalos que infestam esse estado.

    Resta uma dúvida: Coimbra escreveu essa barbaridade de livre e espontânea vontade, ou foi escalado, da mesma forma que Marcelo Madureira é escalado pela Globo, quando se precisa de alguém para salvar o Titanic?




    Atualizado 24 de novembro de 2010 às 3h30min.
     
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