Isso não tem preço.
É bastante curioso se discutir a qualidade do voto, sistemas econômicos ou ideologias, quando parte da população sequer faz três refeições diárias. Passar fome, ter dificuldade de abrigo, exclusão, e uma infinidade de outras faltas; parecem fazer parte de uma imensa ferramenta de trabalho para intelectualóides.
Certa vez, ouvi de um fotógrafo que foi ao norte do Brasil, reclamar do “Bolsa Família”. No dia em que ele chegou a um determinado povoado, não havia quem fotografar, "pois o povo local havia viajado para receber a tal esmola", não estando presente para compor o trágico cenário.
Tive duas grandes decepções neste processo eleitoral; o comportamento de Marina Silva no segundo turno e Plínio Arruda Sampaio no segundo e "terceiro turno". Marina Silva agiu como uma “colaboradora” da Natura, empresa de seu candidato a vice. Vendeu o que não podia ter vendido. Acredito que Marina Silva agiu com ódio, no segundo turno. Por puro instinto de vendeta, não apoiou ninguém. Já Plínio Arruda, o espírito desistiu da matéria, não havendo mais sincronismo entre os dois. Parecem completamente perdidos.
Causou desconforto também...
Os anti-Serra; sei não....
E os que anularam o voto ou não foram votar.Foram mais autênticos dos que votaram no candidato de Rigotto e Fogaça.
Ideologia não enche barriga.
Isso não significa que concorde com os rumos de nosso sistema político-econômico, local ou planetário. O acúmulo de bens de capital, principal atividade humana sobre o planeta e que destrói o meio-ambiente, está com os dias contados.
Não há sustentabilidade em um sistema capitalista (como Marina tentou fazer crer) e muito menos num comunista. Enquanto houver produção em larga escala de alimentos e o acúmulo de bens de capital, haverá impacto ambiental. O meio-ambiente é nosso meio de vida e será nosso fim. Podemos tentar retardar.
O processo eleitoral afetará nossas vidas pelos próximos quatro ou cinco anos. A transformação que deveremos empreender levará muito mais do que isso só para ser discutida.
O olhar para trás, como fazem os Zulus ao andarem por uma trilha para não perderem o caminho de volta, deveria ser seguido por nós em relação ao nosso tempo e aos erros cometidos até aqui.
Infelizmente, somos muito diferentes dos Zulus. Mas política é assim. Um muro se constrói com uma pedra a cada momento.
Não devemos, portanto, cruzar os braços. Teremos muito trabalho nos próximos quatro anos fiscalizando nossos eleitos. Isso fará a diferença.
Mas este é o momento para celebrar o Funeral Party do DEM! E isso não tem preço!