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Máquina conservadora em ação: bispos católicos têm novo manifesto anti Dilma
publicada sábado, 09/10/2010 às 16:41 e atualizada sábado, 09/10/2010 às 17:52
Há quem acredite, ainda, que eleger Dilma ou Serra não faz tanta diferença assim.
Serra já deu todas as demonstrações de que vai bater da “medalhinha pra cima” – como se dizia na época em que eu jogava de lateral-direito (e batia da medalhinha pra cima, aliás). Com Serra estão a extrema-direita militar, as igrejas evangélicas mais conservadores, a Opus Dei, a TFP, a ala mais nefasta do novo catolicismo e os interesses econômicos de quem quer interromper a política de independência econômica e diplomática do Brasil.
Essa turma não brinca em serviço. Acabo de receber a seguinte mensagem, de uma pessoa muito bem informada sobre os bastidores da CNBB:
“Rodrigo
Informação quente e urgente… Um bispo de direita tentou aprovar no conselho-geral da CNBB um manifesto ultra conservador, mas a plenária não apoiou.
Dai, os bispos da Regional Sul da CNBB resolveram por conta própria fazer um folheto igual. O Dom Demétrio escreveu um texto denunciando esse novo panfleto feito pela regional.
Por causa dessa reação do Dom Demétrio, a CNBB soltou a nota oficial de ontem, você deve ter visto.
O PSDB soube do panfleto da regional sul, e MANDOU IMPRIMIR 2 MILHÕES DE CÓPIAS DO MESMO PARA DISTRIBUIR NAS ESCOLAS CATÓLICAS !
Acho que isso deveria ser difundido… Já foram distribuídos, pelo que soube.
A fonte é de um diretor de escola católica das mais tradicionais.”
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Imaginem se Serra ganhar graças a essa onda. O que será o governo dele? Um vale-tudo em que a Globo, a Veja, os ruralistas, a direita católica, os mercadistas mais reacionários, os demo-tucanos derrotados nas urnas (e loucos para uma vingança contra “essa raça” de lulistas) vão dominar o Estado.
Diante disso, a pergunta: o PT vai continuar jogando feito seleção do Parreira? Vai tocar a bola de lado, esperando o tempo passar?
O programa da Dilma, na reestréia do horário eleitoral, foi muito bem feito. O de Serra também, diga-se (apesar de lamentável, pela exploração do tema do aborto). Tecnicamente, Dilma levou alguma vantagem porque o programa dela foi mais bem acabado, com um toque mais autoral da turma de João Santana. Ok. Tudo ótimo.
Acontece que a eleição não será decidida no horário eleitoral. Lula e o PT acostumaram-se a avançar sem politização. Tudo feito sem choque, dissolvendo os conflitos, aparando as arestas, chamando um ou outro empresário de comunicação pra pedir: “vocês estão pegando muito pesado, vamos maneirar…”.
Pois bem. Isso não vai da certo. O que Dilma e Lula precisam fazer é partir para o ataque. Até porque o tempo de TV no horário político é o mesmo para Serra e Dima. Serra tem todo o resto: “Veja”, “Folha”, Globo e as Igrejas a pautar o Brasil com a pauta que interessa a Serra.
Como equilibrar esse jogo?
Não é com marquetagem, mas com povo na rua.
Acabo de ler, no Azenha, que Jacques Wagner (governador eleito da Bahia) já percebeu que o caminho é esse.