Na Declaração de Bens que Zé Chirico entregou ao Tribunal Superior Eleitoral não se faz menção à nababesca residência em que vive o tucano, no Alto de Pinheiros, bairro nobre da zona oeste paulistana.
Como se sabe, o candidato do PSDB à presidência da República é morador de um palacete situado na rua Antônio de Gouveia Giudice, na região conhecida pelo ostentoso luxo das residências e pelo altíssimo padrão de vida de seus habitantes. Ali, os imóveis mais modestos raramente custam menos de R$ 2 milhões.
Comenta-se que o verdadeiro dono da aparatosa moradia seria ninguém menos que um certo Gregório Marin Preciado, espanhol naturalizado brasileiro, casado com a prima de José Serra, Vicencia Talan Marin.
Serra, em sociedade com sua filha Verônica, teve uma empresa de consultoria denominada ACP Análise da Conjuntura Econômica e Perspectivas Ltda. O negócio sempre funcionou no prédio da empresa Gremafer, especializada em trambiques (Rua Simão Álvares, 1020, Pinheiros, São Paulo), de propriedade de Gregório Preciado. Curiosamente, por ocasião da campanha presidencial de 2002, o tucano “esqueceu” de declarar a empresa entre seus bens, fato que obrigou o advogado Arnaldo Malheiros a divulgar uma enroladíssima nota à imprensa, como se pode ler no site Universo Jurídico.
Nessa mesma nota, o causídico apressou-se em dar explicações sobre “a casa em que o casal reside em São Paulo”, que, segundo ele, “é de propriedade de sua filha, Verônica Allende Serra, que a adquiriu em 2001, como declarou à Receita Federal neste ano. Ela teve rendimentos declarados à Receita Federal nos dois últimos anos-bases, em valor bem superior ao pago pelo imóvel, conforme documentos em meu poder”.
Neste momento, é grande a expectativa no esconderijo de Serra para a chegada da equipe da Polícia Civil de São Paulo, com investigadores e peritos criminais, para execução de “varredura” idêntica à procedida pelo esquadrão na casa do candidato do PC do B ao Senado, Netinho de Paula, acusado de “fraude” na sua declaração de bens.