Para onde vai a mídia?

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  • sábado, 18 de setembro de 2010
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  • Alan Rusbridger, que dirige o conceituado jornalão inglês The Guardian, é figurinha fácil em palestras e na mídia pelo mundo. Por que tanto prestígio? Simples, o Guardian faz jornalismo de qualidade. Não pensem que trata-se de um jornal de esquerda, nada disso, seu pensamento é liberal desde 1821, ano de sua fundação, mas hoje produz diariamente uma quantidade de reflexões com foco no interesse público incomparável a outros concorrentes pelo planeta. Lembre que até o NYT sucumbiu aos compromissos com o governo Bush e sua guerra ao terror, ajudando na mentira das armas químicas de Sadam. É hoje uma das empresas que mais publica material sobre o próprio futuro de seus negócios. Compartilham com leitores suas apostas ao lado das dúvidas. É um bom exemplo para compararmos com a nossa mídia, ainda vivendo do mesmo golpismo dos anos 50, enredados em interesses partidários, escusos, onde o comercial e o editorial trabalham em venal sintonia.

    Aqui uma entrevista recente de Rusbridger para o El Pais, onde ele fala abertamente das mudanças recentes, do desafio de acompanhar o que um site como o Wikileaks faz.

    *****

    Um post recente do Tiago Dória ajuda a pensar sobre o atual papel da nossa mídia, seu futuro. Em resumo:

    1) As pessoas estão consumindo hoje muito mais informação do que antes.

    2) Em 2000, um americano passava, em média, 57 minutos por dia consumindo notícias. Em 2010, esse número subiu para 70 minutos.

    3) Há um fenômeno comparável quando o videocassette se popularizou. Na época, houve um crescimento no consumo de vídeos. As pessoas consumiram conteúdo visual como nunca antes registrado.

    Como a mídia velha não consegue acompanhar esta fome, há um espaço enorme para redes sociais, blogs etc.

    Quer dizer, perderam.
     
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