Paulo Moura

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  • terça-feira, 13 de julho de 2010
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  • Paulo Moura (1932–2010)



    Uma forte rajada sobre a cidade do Rio de Janeiro anunciava à noite o desfecho de uma lenta agonia...



    No sábado, dia 10 de julho, Paulo Moura ainda conseguiu reunir forças para tocar uma última música – "Doce de Côco", de Jacob do Bandolim e Hermínio Bello de Carvalho – com seu parceiro de longa data Wagner Tiso, ao lado de sua mulher Halina, o filho Domingos, o sobrinho Gabriel, amigos e admiradores, e alguns pacientes da Clínica São Vicente, maravilhados com aquela inusitada e comovente celebração musical, organizada pelos músicos Cliff Korman e Humberto Araújo.



    Uma réstia de sol fazia da exuberante folhagem de jaqueiras um cintilante cenário para a varanda do hospital. O maestro, sereno e sorridente, vestia uma camisa azul e cobria as pernas inchadas e inertes com um manto púpura.

    Lembrei-me da última estrofe de um poema que lhe dediquei alguns anos atrás, homenagem diminuta e insuficiente frente à imensa alegria que sua música me proporcionara e ao doce convívio que tive o privilégio de gozar:



    mistura e manda

    o maestro

    pra lá

    das bandas

    do rio

    preto:

    aéreo conduz

    e sopra

    por onde zoar

    o pássaro azul

    púrpura



    Ele se foi na calada da noite, sua memória, no entanto, não há de se calar jamais em nossos corações e ouvidos. Paulo Moura não passou, não passará: virou pássaro alvissareiro... para todos e para sempre.




    André Vallias

    Rio, 13 de julho de 2010




    http://www.paulomoura.com.br/





     
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