Duas velhas notícias para reflexão:
Folha Online
16 de fevereiro de 2009
Levantamento realizado pela ONG (organização não-governamental) Transparência Brasil mostra que 85 parlamentares que disputaram as eleições de 2008 mentiram à Justiça Eleitoral sobre a declaração de bens. Segundo o estudo, eles doaram às suas campanhas eleitorais mais do que declararam ter.
Agencia Estado
16 de março de 2009
SÃO PAULO - Despesas sigilosas com cartões corporativos da Presidência da República somaram R$ 2,1 milhões em janeiro, o equivalente a 42% de todos os recursos desembolsados pelo órgão durante o ano passado inteiro (R$ 4,9 milhões), mostra levantamento feito pelo site Contas Abertas, com informações da Controladoria-Geral da União (CGU). A relação é ainda mais alarmante quando se constata que os gastos sigilosos cresceram 116% na comparação de janeiro com todo o primeiro trimestre do ano passado (R$ 971,5 mil).
Durante um bom tempo, os principais jornais do país usaram informações da ONG Transparência Brasil e do site Contas Abertas para notícias deste tipo. Como ficará agora quando um dos fundadores do Transparência Brasil, Fernando Antunes, e um dos fundadores do Contas Abertas, Augusto Carvalho, são acusados de receberem propinas de empresários na Secretaria de Saúde do DF? Antunes é subsecretário de Saúde e presidente do PPS-DF, Carvalho é o secretário e também dirigente do PPS em Brasília.
O empresário José Celso Gontijo, dono da empresa Call Tecnologia, que prestava serviços à Secretaria de Saúde do DF, aparece em vídeo pagando parte dos R$ 60 mil mensais à dupla. Em outra gravação, a empresária Nerci Bussamra, diretora da Uni Repro Serviços Tecnológicos Ltda, também prestadora de serviços à Secretaria, aparece com uma caixa de sapatos com maços de notas de R$ 100. Afirma que Fernando Antunes achacou a empresa por meio de uma auditoria nos contratos e pediu dinheiro para ser enviado a São Paulo para ajudar o presidente do PPS, o ex-deputado Roberto Freire.
Ao que parece, as contas do PPS eram mais do que abertas às “colaborações”. Um diálogo entre Durval Barbosa e José Roberto Arruda, no inquérito, mostra o tamanho do apetite da legenda da “ética”: “Você tem de pegar o Antunes e dar uma freada”, afirma Barbosa. “Também acho”, responde o governador. “O Augusto e o Antunes tomaram muito dinheiro dela [a empresária Nerci]”, conclui Barbosa, com máxima transparência.