A USP em dois tempos - Uma prévia do projeto do PSDB para a Universidade brasileira.

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  • terça-feira, 9 de junho de 2009
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  • USP - 1968


    USP - 2009

    Depois dos acontecimentos de hoje no Campus da USP, não há muito o que comentar: há momentos em que os fatos são tão gritantes, que qualquer análise se faz desnecessária. No entanto, faço questão de reproduzir as palavras da professora e filósofa Olgária Matos, em uma entrevista concedida à Carta Maior, em 2007, quando a Universidade de São Paulo vivenciava uma situação de confronto muito parecida com a atual. Ao ser perguntada sobre o significado simbólico da presença da PM no Campus e sobre se aquilo se tratava somente de autoritarismo, a professora deu uma resposta brilhante e absolutamente inquestionável:

    "Não é autoritarismo, é pior. Porque quando há autoritarismo, ele previne muitas vezes o uso da força policial, porque já faz (implicitamente) o papel de polícia. Não é que os policiais sejam maus. Mas o que significa a presença da polícia armada dentro de um campus, sendo que as nossas únicas armas são os livros e o pensamento? É muito grave, porque se ocorrer isso, serão armas desiguais, e o recinto universitário é um lugar que fica distante do conflito armado urbano. Enviar a Polícia Militar neste caso é como tentar intimidar um movimento civil, intelectual e político dos estudantes. Seria responder a isso com a força bruta, então é totalmente absurdo".

    Relendo as palavras de Olgária e comparando as imagens acima, não posso deixar de lembrar das célebres palavras do velho Marx, em "O 18 Brumário": "Hegel observa em uma de suas obras que todos os fatos e personagens de grande importância na história do mundo ocorrem, por assim dizer, duas vezes. E esqueceu-se de acrescentar: a primeira vez como tragédia, a segunda como farsa".
     
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