MPB ou MCB (Música Chata Brasileira)?

Posted on
  • quinta-feira, 16 de abril de 2009
  • by
  • Editor
  • in
  • Marcadores:

  • No domingo à tarde, coloquei neste humilde blog uma postagem despretensiosa intitulada "Sobre a Beleza" em que, marginalmente (já que não era este o objetivo principal do texto), ironizava dois sacrossantos ícones de nossa música, Caetano e Djavan. Pronto, foi o que bastou. No dia seguinte, uma aluna disse-me que eu era um "insensível" por não perceber a "beleza das canções de Djavan". Depois, ao abrir o correio eletrônico do blog, encontrei a mensagem de uma leitora - será que ela continua sendo? - insinuando que eu não devo gostar de Música Brasileira, já que não aprecio dois de seus maiores compositores. Isto sem contar o comentário desolado da Carlinha - minha querida amiga auto-exilada no coração do Império - na própria postagem: "Ai, mas eu gosto de Djavan... ops". Tudo bem: gosto musical não se discute. Mas como adoro colocar lenha na fogueira, resolvi postar agora uma versão revisada de um texto-desabafo que escrevi há algum tempo atrás - na minha época pré-blog - e que enviei, por e-mail, para alguns amigos. Estou preparado: que venham as pedradas...

    Há um bom número de anos, existe nessa tal de MPB uma vertente pop-modernosa que produz canções que conseguem agradar tanto ao segmento cabeça/descolado, quanto ao ouvinte médio das FM’s da vida. Este grupo inclui, em sua geração mais velha, nomes como Djavan (o grande ícone e mestre) e Caetano - em seus piores (mas não raros) momentos - e na mais nova, gente como Jorge Vercilo (o clone piorado do “mestre”), Ana Carolina, Orlando Moraes e Isabella Taviani (uma Ana Carolina revisitada). Sem sombra de dúvidas, esta troupe de cantores/compositores produziu (ou seria melhor “cometeu”?) algumas das mais ridículas letras compostas nesta língua de Camões e MV Bill, última flor do Lácio, inculta e bela, pátria de todos, terra de ninguém.
    Nesta linha, jamais poderão ser esquecidos aquele clássico do nonsense composto pelo “mestre” Djavan, cujos versos imortais ecoam em nossa memória: “Açaí, guardiã/zum de besouro um imã/branca é a tez da manhã” ou a “genial” parceria do clone Jorge Vercilo com a Ana Carolina: “Ultra -leve, amor/Abre o arco-íris da paixão/Asa delta eu sou/Pra voar no céu dessa emoção”. Isto sem falar na "homenagem" (?!) que Caetano fez a Raul Seixas: "Ter um rancho de éter no Texas/Uma plantation de maconha no Wyoming/Nada de axé, Dodô e Curuzu/A verdadeira Bahia é o Rio Grande do Sul".
    Porém, quando eu penso que a cota de mediocridade está esgotada, essa turma consegue se superar. Ana Carolina, a rainha do gênero, depois de nos ter brindado com a pura poesia erótica (de fazer o Paul Verlaine se virar no túmulo de inveja!) dos versos de “Eu comi a Madonna” (Me esquenta com o vapor da boca e a fenda mela./Imprensando minha coxa na coxa que é dela), agora estoura nas rádios com a seguinte pérola: “E eu subo bem alto/Pra gritar que é amor/Eu vou de escada/Pra elevar a dor”. Enfim, depois de realizar a inédita proeza de rimar “amor” com “dor”, essa senhora ainda conseguiu produzir um dos mais infames trocadilhos da História da música brasileira.

    É por estas e outras que, atualmente, só ligo o rádio para ouvir futebol.
     
    Copyright (c) 2013 Blogger templates by Bloggermint
    Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...