E Catanhêde lembra que a democracia é um perigo

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  • terça-feira, 27 de janeiro de 2009
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  • Nossa mídia mauricinha continua as exéquias sobre sua derrota no referendo boliviano. Destacam, em previsibilidade de informação, títulos como “metade do país está descontente”, “líderes de Santa Cruz rejeitam texto”. Mas, nada foi tão representativo do chororô quanto a opinião de Eliane Cantanhêde na Folha de hoje.

    Ela dá importância às palavras de Enrique Iglesias, atual secretário-geral ibero-americano, que demonstra preocupação com as 14 eleições presidenciais na América Latina que ocorrerão nos próximos 3 anos. Chega a concluir: “E eleições provocam tentação populista”.

    Pronto, nada mais explícito. Iglesias descobriu o problema, e Cantanhêde achou importante alertar: é a democracia. Se a AL continuasse com seus fiéis ditadores, seguindo as ordens da matriz, não haveria perigo agora. Viveríamos com a certeza do futuro, tal como ainda existe no Egito, onde Hosni Mubarack há 30 anos mantém a ferro e fogo a oposição distante para fazer a política dos EUA e a de Israel, nunca lembrado pela nossa mídia como ditadura, apenas como “fator de equilíbrio” na região.

    E a jornalista ainda tenta raciocínio com a cabeça do espanhol: “Populismo com dinheiro público é sempre preocupante, mas pode ter consequências dramáticas se combinado com crise econômica”. E o cita para alertar que nas crises não há como fazer política compensatória para com o andar de baixo, apenas nos momentos de bonança, tem que crescer o bolo para dividir. Blá, blá, blá...

    Faltam lições de história para a jornalista. E menos cara de pau para o ex-diretor do BID. Deveriam lembrar que o decantado “new deal” de Roosevelt, agora tão lembrado pela mídia, tinha como um dos seus principais pontos a política compensatória, com a ajuda direta aos necessitados em um de seus 3 erres: Relief, Recovery e Reform (auxílio, recuperação e reforma). Claro que à época o baronato americano reclamou auxílio apenas para si, suas fábricas, bancos e estradas, não para a “gentalha”, que ganhava seus “bolsas-família”, auxílios para a moradia etc. Mas foram derrotados e Roosevelt salvou o capitalismo da burrice de seus players.

    A jornalista e a mídia da colônia falam agora até de um novo “new deal”, mas seguindo a tradição do pedaço, sem concessão ao gentio. Talvez o modelo da vez seja o Mubarack.
     
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