A edição impressa da Tribuna da Imprensa volta às ruas amanhã, pela primeira vez, desde que teve sua circulação suspensa no último dia 2. O jornalista Helio Fernandes disse que a partir de agora, temporariamente, a Tribuna terá distribuição semanal, sempre na quinta ou na sexta-feira. “O jornal não pode morrer”, destacou.
Nesta quarta-feira, em Brasília, o senador Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC) sugeriu que os senadores Pedro Simon (PMDB-RS) e Mão Santa (PMDB-PI) apresentem requerimento para realização de uma audiência pública sobre o fechamento da Tribuna. Para Mesquita Jr., que presidia a sessão, o periódico tem “uma importância histórica” e os motivos da interrupção de sua circulação precisam ser discutidos.
Os senadores Mão Santa e Simon tinham acabado de criticar, em pronunciamentos na tribuna, a suspensão da circulação do jornal, ocasionada por dois motivos: problemas de ordem financeira e em protesto contra o ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal (STF), que há dois anos analisa um processo da Tribuna da Imprensa contra a União, por danos materiais.
Fernandes disse que está otimista com as declarações de solidariedade que recebe dos representantes do Congresso Nacional e da Assembléia Legislativa do estado do Rio, além das pessoas que o encontram e cumprimentam na rua. “A recepção é magnífica”, acentuou. A edição eletrônica do jornal pela Internet será mantida e atualizada diariamente, com a ressalva de estar momentamente com o seu conteúdo reduzido.
No pronunciamento desta quarta-feira, Mão Santa disse que anunciava "com tristeza" a interrupção da circulação do jornal. Ele destacou a "beleza histórica" do periódico, que "surgiu para acabar com a ditadura (de Getúlio) Vargas e enfrentou a (ditadura) militar".
Pedro Simon pediu que fosse transcrita nos anais do Senado a entrevista concedida por Helio Fernandes ao jornal Zero Hora, de Porto Alegre, na qual ele diz que, caso a Justiça atendesse a sua demanda referente à indenização, a Tribuna teria recursos para voltar à normalidade.
Os profissionais da Tribuna da Imprensa, que continuam mantendo o vínculo empregatício com a empresa, foram dispensados no dia 1º dezembro com a promessa de voltarem ao trabalho tão logo o jornal receba a indenização referente à ação que tramita no STF.
O que chama minha atenção é que entre a briga por uma melhor gestão, as devidas cobranças ao STF, a corda arrebenta do lado dos mais fracos: os trabalhadores da empresa, que estão sem receber salários.