Os partidos da base governista do governo federal ganharam e os partidos de oposição perderam. Simples assim. Os números falam por si só. PT, PMDB, PSB, PC do B, PDT – aqueles partidos que formam o núcleo do governo – ampliaram significativamente o número de prefeituras e de votos obtidos na eleição. PV que, a despeito de ser governista, na eleição jogou dos dois lados, também saiu bem nessa eleição. Partidos como PP, PTB e PR – governistas de segundo time classificados como mensaleiros – ficaram do mesmo tamanho ou com pequeno acréscimo. Por outro lado, PSDB, DEM e PPS perderam significativa quantidade de prefeituras e de votos. Qualquer outra aritmética que objetive explicar uma possível vitória oposicionista é puro mel para passar na boca dos iludidos.
Uma análise para agradar os iludidos é sempre feita cheia de condicionantes. Uma vertente é tentar explicar a vitória do PMDB, principalmente nas capitais que disputou com o PT, como vitória oposicionista. Pela ampliação do número de prefeituras e por ter-se firmado capitais de grande densidade eleitoral – Rio de Janeiro, Salvador, Porto Alegre – o partido é sem dúvida um grande vitorioso nessa eleição. Ou seja, o PMDB ampliou o número de prefeituras ao mesmo tempo em que obteve vitórias em prefeituras importantes. A maior delas, a do município do Rio de Janeiro, é bom lembrar, era um dos bastiões do DEM no país, partido que regrediu consideravelmente também no interior daquele estado.
Apesar da disputa com o PT em algumas localidades, o PMDB que sai vitorioso nessa eleição é majoritariamente governista. A grande exceção é o PMDB de Orestes Quércia em São Paulo, figura que a mídia fez questão de esconder na eleição paulistana para não prejudicar a candidatura de Kassab. Quando Quércia apóia candidatos do PT é um escândalo, cantado em verso e prosa em todos os grandes veículos de comunicação. Agora quando dá apoio aos adversários do PT, com o precioso tempo de televisão do PMDB, nesse momento não há qualquer problema. É importante frisar que o Quércia joga o PMDB nos dois lados (situação e oposição) como forma de valorizar ou encarecer o apoio do partido, mas é um mero negociante, não um oposicionista convicto. As circunstâncias em São Paulo o levaram para os braços do DEM e do PSDB, pois esses partidos tinham mais a dar em troca para seu projeto político em 2010. Todavia, trata-se de casuísmos da política local, mas jamais pode ser considerado como ferrenho opositor ao governo. Os outros líderes do partido que flertam com a oposição simplesmente saíram do cenário, ou seja, foram perdedores dentro de um partido que sai vitorioso.
O PT é outro dos grandes partidos que sai vitorioso sem dúvida. Mas o PT em 2004 elegeu nove prefeitos nas capitais e agora apenas seis. Em 2004 o PT elegeu prefeitos para as capitais de Belo Horizonte, Vitória, Recife, Aracaju, Fortaleza, Palmas, Macapá, Rio Branco e Porto Velho. Em 2008, Belo Horizonte, Macapá e Aracaju passaram para o comando de outros partidos – todos da base governista. Em Aracaju, o PC do B herdou a prefeitura do PT que assumiu o governo estadual na eleição passada. Ou seja, é também uma administração do PT, partido que elevou a importância política no Estado de Sergipe com a eleição de Marcelo Deda. Em Belo Horizonte, o partido também faz parte da coligação que elegeu o candidato do PSB, apesar de toda a confusão que gerou a aliança na cidade. Então, apenas Aracaju, um capital de pouca expressão, é que o partido realmente perdeu.
Por outro lado, o PT voltou a crescer nas cidades médias, sendo o partido que mais elegeu prefeitos no chamado G79, ou seja, o grupo de cidades com mais de 200 mil eleitores. Em Minas Gerais, das grandes cidades, apenas Juiz de Fora não terá prefeito petista ou terá a participação do partido. O PSDB do governador Aécio foi simplesmente expulso para os rincões. Em São Paulo, o partido praticamente dominou os municípios da região metropolitana, apesar da derrota simbólica ocorrida em Santo André – onde o abuso do poder econômico numa eleição nunca foi tão descarado. O mesmo ocorreu na região metropolitana de Porto Alegre – com exceção de Pelotas, que ficou com o PP, ou seja, da base governista -, em que o partido manteve os municípios que governava e ainda ampliou para alguns que jamais tinha passado por governos petistas. Em Santa Catarina, o partido obteve a prefeitura mais importante do interior do Estado, Joinville. No Rio de Janeiro, o partido também ampliou sua presença no interior do Rio de Janeiro. No país como um todo, o PT ampliou em 37% o número de prefeituras, sendo que nas cidades com população acima de 150 mil habitantes o crescimento ficou em 40,9%. São números que mostram como o partido saiu vitorioso. Dos grandes partidos, o PT foi simplesmente o que mais cresceu. Ademais, o partido teve o maior percentual de reeleição entre os partidos nacionais, ou seja, 56% dos prefeitos e prefeitas do partido reelegeram ou fizeram o sucessor.
Os partidos aliados do bloco mais esquerda (PC do B, PSB e PDT ) tiveram crescimento expressivo nessa eleição. O PC do B ampliou em 300% o número de prefeituras, passando de 10 cidades em 2004 para 41 nessa eleição. O PSB foi outro partido que obteve uma expressiva vitória, passando de 195 para 315. Por outro lado, os três partidos de oposição – PSDB, DEM e PPS perderam 549 prefeituras, com destaque para o último que perdeu 57% das prefeituras que administra atualmente. A oposição extremada do antigo partido comunista que está à direita do PSDB não rende votos, apenas serve para os interesses dos outros partidos de oposição. Aliás, o espaço político mais à direita do espectro político já foi ocupado pelo DEM, que a cada eleição se reduz, sobrando pouco espaço para um partido formado de ex-comunistas (PPS) convertidos de direitistas de plantão para ganhar a confiança desse eleitorado. A oposição, ao contrário do que sugere a eleição do DEM na capital paulista (frise-se, a prefeitura já estava com o partido), só manteve a posição nos rincões. PMDB e PT ampliaram significativamente a presença nas grandes cidades, empurrando os três partidos de oposição para as cidades menores. Em Minas Gerais, esse fato foi flagrante.
Quem quiser acreditar em versões de fortalecimento da oposição para as eleições de 2010 fique à vontade. Cada um vive com sua ilusão. Mas o fato é que o governo sai fortalecido, pois os partidos que compõem seu núcleo nunca tiveram tanta presença política como terá a partir de janeiro de 2009. É claro que o tabuleiro presidencial é mais complicado. Mas é melhor chegar nele mais fortalecido que o contrário. O resultado dessa eleição municipal manteve todos no páreo, mas o consórcio governista se tiver juízo vai aparar as arrestas da disputa eleitoral, acertar os ponteiros e sair unido em torno de um projeto de continuidade para a eleição de 2010. Afinal, para que partir para uma aventura em vez manter o time que está ganhando. Há bem menos semelhança do que parece entre a eleição de 2010 com a que houve em 2002. Naquela eleição, o governo federal era muito mal avaliado, tornando mais fácil o sucesso de uma candidatura de oposição. Para 2010, tudo indica que o governo ainda chegará muito bem avaliado, o que favorece um projeto de continuidade. Como bem lembrou Lula, ninguém ganhou falando mal do governo. Não tem por que ser diferente em 2010.
O PT é outro dos grandes partidos que sai vitorioso sem dúvida. Mas o PT em 2004 elegeu nove prefeitos nas capitais e agora apenas seis. Em 2004 o PT elegeu prefeitos para as capitais de Belo Horizonte, Vitória, Recife, Aracaju, Fortaleza, Palmas, Macapá, Rio Branco e Porto Velho. Em 2008, Belo Horizonte, Macapá e Aracaju passaram para o comando de outros partidos – todos da base governista. Em Aracaju, o PC do B herdou a prefeitura do PT que assumiu o governo estadual na eleição passada. Ou seja, é também uma administração do PT, partido que elevou a importância política no Estado de Sergipe com a eleição de Marcelo Deda. Em Belo Horizonte, o partido também faz parte da coligação que elegeu o candidato do PSB, apesar de toda a confusão que gerou a aliança na cidade. Então, apenas Aracaju, um capital de pouca expressão, é que o partido realmente perdeu.
Por outro lado, o PT voltou a crescer nas cidades médias, sendo o partido que mais elegeu prefeitos no chamado G79, ou seja, o grupo de cidades com mais de 200 mil eleitores. Em Minas Gerais, das grandes cidades, apenas Juiz de Fora não terá prefeito petista ou terá a participação do partido. O PSDB do governador Aécio foi simplesmente expulso para os rincões. Em São Paulo, o partido praticamente dominou os municípios da região metropolitana, apesar da derrota simbólica ocorrida em Santo André – onde o abuso do poder econômico numa eleição nunca foi tão descarado. O mesmo ocorreu na região metropolitana de Porto Alegre – com exceção de Pelotas, que ficou com o PP, ou seja, da base governista -, em que o partido manteve os municípios que governava e ainda ampliou para alguns que jamais tinha passado por governos petistas. Em Santa Catarina, o partido obteve a prefeitura mais importante do interior do Estado, Joinville. No Rio de Janeiro, o partido também ampliou sua presença no interior do Rio de Janeiro. No país como um todo, o PT ampliou em 37% o número de prefeituras, sendo que nas cidades com população acima de 150 mil habitantes o crescimento ficou em 40,9%. São números que mostram como o partido saiu vitorioso. Dos grandes partidos, o PT foi simplesmente o que mais cresceu. Ademais, o partido teve o maior percentual de reeleição entre os partidos nacionais, ou seja, 56% dos prefeitos e prefeitas do partido reelegeram ou fizeram o sucessor.
Os partidos aliados do bloco mais esquerda (PC do B, PSB e PDT ) tiveram crescimento expressivo nessa eleição. O PC do B ampliou em 300% o número de prefeituras, passando de 10 cidades em 2004 para 41 nessa eleição. O PSB foi outro partido que obteve uma expressiva vitória, passando de 195 para 315. Por outro lado, os três partidos de oposição – PSDB, DEM e PPS perderam 549 prefeituras, com destaque para o último que perdeu 57% das prefeituras que administra atualmente. A oposição extremada do antigo partido comunista que está à direita do PSDB não rende votos, apenas serve para os interesses dos outros partidos de oposição. Aliás, o espaço político mais à direita do espectro político já foi ocupado pelo DEM, que a cada eleição se reduz, sobrando pouco espaço para um partido formado de ex-comunistas (PPS) convertidos de direitistas de plantão para ganhar a confiança desse eleitorado. A oposição, ao contrário do que sugere a eleição do DEM na capital paulista (frise-se, a prefeitura já estava com o partido), só manteve a posição nos rincões. PMDB e PT ampliaram significativamente a presença nas grandes cidades, empurrando os três partidos de oposição para as cidades menores. Em Minas Gerais, esse fato foi flagrante.
Quem quiser acreditar em versões de fortalecimento da oposição para as eleições de 2010 fique à vontade. Cada um vive com sua ilusão. Mas o fato é que o governo sai fortalecido, pois os partidos que compõem seu núcleo nunca tiveram tanta presença política como terá a partir de janeiro de 2009. É claro que o tabuleiro presidencial é mais complicado. Mas é melhor chegar nele mais fortalecido que o contrário. O resultado dessa eleição municipal manteve todos no páreo, mas o consórcio governista se tiver juízo vai aparar as arrestas da disputa eleitoral, acertar os ponteiros e sair unido em torno de um projeto de continuidade para a eleição de 2010. Afinal, para que partir para uma aventura em vez manter o time que está ganhando. Há bem menos semelhança do que parece entre a eleição de 2010 com a que houve em 2002. Naquela eleição, o governo federal era muito mal avaliado, tornando mais fácil o sucesso de uma candidatura de oposição. Para 2010, tudo indica que o governo ainda chegará muito bem avaliado, o que favorece um projeto de continuidade. Como bem lembrou Lula, ninguém ganhou falando mal do governo. Não tem por que ser diferente em 2010.