EUA: Abusos no uso de cartões corporativos

Uma matéria da jornalista Patrícia Campos, do Estado de São Paulo, sobre abusos na utilização dos cartões corporativos no governo americano. Enquanto aqui no Brasil os desvios foram pontuais, pois não foram identificados desvios sistemáticos, nos EUA a incidência de desvios parece ser bem maior. Mas a grande diferença mesmo é que lá a mídia não transforma um problema de gestão e de transparência pública numa batalha partidária pequena, uma tentativa incessante de fabricar crises virtuais.

Investigação aponta ainda despesas com iPods, lingerie, namoro on line e jantar no valor de US$ 13 mil

Patricia Campos Mello, do Estado de São Paulo

A farra dos cartões corporativos também atinge o governo dos Estados Unidos. Enquanto no Brasil os cartões foram usados para compra de tapioca e produtos em free shop, nos Estados Unidos os funcionários do governo usaram os cartões para comprar iPods e lingerie e para pagar por serviços amorosos online, manicures e um jantar de US$ 13 mil.

Uma investigação do Escritório de Responsabilidade do Governo dos EUA, divulgada ontem, revela que 41% das transações efetuadas com cartões corporativos do governo são irregulares. Segundo o relatório do escritório, a incidência de irregularidades com os cartões é “muito alta, inaceitável”.

A pedido do comitê de assuntos governamentais e segurança da nação do Senado, a agência analisou uma amostra de transações feitas com cartões corporativos entre 1º de julho de 2005 e 30 de junho de 2006.

O mecanismo foi usado por 300 mil funcionários do governo em 2007, na maioria das vezes para compras abaixo de US$ 2.500, mas houve também gastos maiores, com contratos, por exemplo.

“Dinheiro que deveria ser investido em educação, infra-estrutura e segurança está sendo usado para comprar iPod, lingerie e socializar”, disse o senador Norm Coleman, um dos legisladores que requisitaram o relatório. “Muitos funcionários do governo encaram os cartões corporativos como suas linhas de crédito pessoal; está na hora de tirar o cartão deles”, defende.

ABUSOS
Em uma das fraudes relatadas, um funcionário do serviço de correios usou o cartão corporativo para pagar por 15 meses de assinatura em dois sites de namoro pela internet, em um total de US$ 1.100. O funcionário foi obrigado a restituir o valor, mas não sofreu nenhuma outra punição.

Em outro caso, o serviço de correios usou cartões para custear um jantar de cinco horas para 81 pessoas. Foram servidos caranguejos, frutos do mar, carne, 200 aperitivos e mais de US$ 3 mil em bebidas alcoólicas. O jantar saiu por US$ 13.500 (US$ 160 por pessoa).

Outro gasto contestado foi a compra de lingeries por um funcionário do Departamento de Estado, na Boutique Seduccion. Segundo explicou o funcionário, a lingerie foi usada durante treinamento na selva de um programa de combate às drogas no Equador. A necessidade de tal compra foi questionada.

Uma funcionária do departamento de serviços florestais da Secretaria de Agricultura gastou US$ 642 mil no cartão ilegalmente ao longo de seis anos. Ela foi condenada a 21 meses de prisão e restituição integral dos recursos. Outras pessoas torraram US$ 77 mil em ternos da refinada Brooks Brothers, enquanto uma funcionária gastou US$ 1.800 em manicures e maquiagens da marca MAC.

No relatório, o escritório faz uma série de recomendações para coibir abusos no uso dos cartões, como multas para compras não autorizadas e uso apenas com pré-autorização para gastos acima de um determinado valor. O texto, porém, faz a ressalva de que o programa de cartões corporativos tem facilitado as compras do Estado e gerou economias anuais de US$ 1,8 bilhão com redução de custos administrativos.
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Na mesma linha,

vale fazer uma pesquisa e fazer doer o fígado de ódio ao ler Miriam Suína atribuir o aumento do preço do pão ao governo Lula... O fato do trigo ser importado da Argentina, e o governo deste país ter - aliás, com sabedoria- aumentado os impostos sobre a exportação de alimentos nada tem a ver com isso.

Daí você pode ver a seguinte regra: quando a economia vai bem, é porque a conjuntura internacional está favorável. Nunca, mas nunca é ponto do governo Lula.

Já na era fh..., todos as dificuldades eram causadas pelas instabilidades externas. Ele fazia todo o possível, todos os méritos eram dele, e os problemas, alheios.

Arrã n.2
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Dossiê FHC-Dilma: Digitais tucanas nas crises do governo petista

Um traço marcante das crises do governo Lula é a presença marcante das digitais tucanas. A primeira, a “Máfia dos Hemoderivados ou dos Vampiros” surgiu de uma investigação da Polícia Federal a pedido do ministro da Saúde da época, Humberto Costa (PT). O esquema teve início no governo Collor, em 1990, mas só foi desmantelada em 2004. Eram desviados anualmente cerca de R$ 120 milhões dos cofres públicos por meio de licitações fraudulentas. A oposição e a mídia caíram de pau no governo, mesmo não tendo realizado sequer uma licitação de compra de hemoderivados. É o governo sendo atacado justamente por fazer o seu dever: investigar e prender fraudadores de dinheiro público. A mídia na época definiu seu padrão de cobertura com relação ao governo, numa completa e incrível inversão dos fatos.
Durante todo o governo tucano a máfia dos vampiros agiu impunemente, a despeito de relatórios do Tribunal de Contas da União (TCU) apontando irregularidades nas compras. Os quatros anos da gestão de José Serra na Saúde conviveram com a máfia do sangue. Com a descoberta do esquema criminoso, a mídia e os tucanos partiram pra cima do ministro Humberto Costa (PT). A justificativa era que um dos presos na operação foi trazido para o ministério por ele. O que houve na verdade foi proteção de um grão tucano, José Serra, que corria risco de ser arrastado no escândalo. O PSDB e os aliados do ex-ministro José Serra nunca explicaram porque pagavam 41 centavos de dólares, enquanto o mesmo medicamento foi comprado por 12 centavos de dólares. E trata-se de uma despesa relevante do Ministério da Saúde. É o início de uma série em que o governo é vítima de seu sucesso investigativo no combate às fraudes.

Na crise do mensalão, por uma incrível coincidência, novamente apareceu o dedo tucano. O esquema de financiamento eleitoral comandado por Marcos Valério era velho conhecido dos políticos ligados ao PSDB. Isso talvez colaborou com a rapidez com que o esquema fosse dissecado, revelando o seu “modus operandi”, pois a oposição política do governo tinha total familiaridade. A palavra mensalão suscita dúvidas que nunca serão respondidas, além de sua versão original ser totalmente desprovida de sentido lógico. Até um réu confesso, o ex-deputado Roberto Brant (DEM-MG) saiu ileso da denúncia do Procurador-Geral da República, o que ajudou a defesa de uma tese sem pé nem cabeça. O que importa é todos sabem que a origem do esquema do valerioduto teria sido na política mineira, a campanha de Eduardo Azeredo (PSDB) em 1998. Desconfio que o esquema seja bem anterior.

Na eleição de 2006, as denúncias de desvio de recursos públicos da “Máfia das Ambulâncias”, comandada pela família Verdoin, não tinha como deixar de respingar nos políticos do PSDB, e mais uma vez no ex-ministro da Saúde e hoje governador de São Paulo, José Serra. Entre 2001 e 2002, nas gestões de José Serra e Barjas Negri, o Ministério da Saúde bateu recordes de liberação de recursos para o esquema da família Verdoin. Além disso, o esquema mostrava a proximidade de homens ligados ao ex-ministro José Serra com os “Verdoins”.

Nesse contexto, em plena campanha eleitoral para a reeleição, surge a prisão de dinheiro com os “aloprados do PT”. O episódio deu uma espécie de “atestado de bons antecedentes” para os tucanos, sem que houvesse investigações, nem questionassem o conteúdo do suposto “Dossiê Verdoin”. A prisão partiu de uma denúncia anônima, sendo que a equipe de campanha de Geraldo Alckmin (PSDB) teria sido avisada com antecedência. Como bem disse o deputado Ciro Gomes na época, “O PT caiu numa arapuca (“armadilha”) no estilo José Serra”. Sem entrar no mérito da declaração, não há como negar que ficaram as digitais do PSDB naquele episódio. Mas é também uma operação de sucesso no combate às fraudes do dinheiro público que se volta contra o governo.

A história mais uma vez se repete. A revista Veja, com seu estilo de carnificina, produz uma matéria bomba sobre um suposto dossiê contendo as despesas pessoais da família do ex-presidente FHC. O que a revista divulgou foram despesas inocentes, incapazes de comprometerem a família do ex-presidente. Por mais de duas semanas, a oposição liderada pelo PSDB e auxiliada pela grande mídia, acusa o governo e, em especial, a ministra chefe da Casa Civil Dilma Rousself de montagem de um suposto dossiê para chantagem política. O governo e a ministra se defendem, negam a produção de dossiês, e alegam que possuem um banco de dados com as despesas com suplemento de fundos das gestões Lula e FHC. Portanto, seria algo perfeitamente legítimo.

E não é que aparece um senador tucano por trás da divulgação da revista Veja. Espremido por questionamentos da jornalista da Terra Magazine, o senador acabou admitindo que poderia ter sido uma das fontes da revista Veja. Depois, voltou a negar o dito. Mas não há mais dúvidas de que o senador é a fonte da revista. A tese inicial era de que o suposto dossiê era para intimidar (chantagear) a oposição, o PSDB em particular. Mas quem estaria fazendo chantagem política se foi um senador do partido que entregou os dados para a revista? A vítima de chantagem passa a ser a ministra Dilma, não o PSDB ou FHC, pois os dados relados não os comprometem.

Não há crime em manter o banco de dados. Mas é crime divulgar dados com sigilo protegido por amparo legal. Sendo comprovado que a fonte foi o senador, por dedução lógica, o senador cometeu um crime. Se os dados vieram de alguma fonte da Casa Civil diretamente, o senador fez arrapongagem. Seria tão criminoso quanto aquele que os desviaram, utilizando-se de meios obscuros para obter uma informação protegida por lei. Se o senador obteve os dados ilegais, mas sem estar com a fonte diretamente, deveria ter acionado o Ministério Público e outros órgãos contra a suposta prática de crime da Casa Civil.

Qual teria sido a atitude do senador do PSDB? Passar os dados sigilosos para a revista Veja. Ou os dados não vieram diretamente da Casa Civil, e o senador não teria como entrar com representação no Ministério Público (TCU, por exemplo). Ou o senador fez arrapongagem, sendo conivente com o crime praticado. De qualquer forma, deveria sofrer um processo no Senado Federal por quebra de decoro parlamentar, o que poderia resultar em cassação de seu mandato.

Mas o senador do PSDB também revelou que avisou FHC do conteúdo do suposto dossiê. Basta saber se avisou o ex-presidente de que passaria parte do conteúdo para a revista Veja – tendo em vista que admitiu ter feito isso. Nesse sentido, o jogo da oposição é esconder que FHC poderia ter ciência da divulgação do dossiê, que supostamente era para atingi-lo. Não tenho elementos para dizer que sim ou não. Mas a reação de FHC em defesa da ministra Dilma Rousself logo que saiu a reportagem da Veja, é forte indício de que o ex-presidente poderia saber mais do que está sendo publicado até agora.
O governo melhora a gestão, organiza a bagunça de dados com gastos de suprimentos de fundos, alguém vaza dados sigilosos, e o governo é acusado de chantagem política. Mas quem divulga os dados para a imprensa é supostamente alguém que seria vítima da chantagem. Um verdadeiro contra-senso. Assim, quem passou a sofrer chantagem política é o governo, não a oposição. O PSDB e seus aliados atiram na ministra Dilma, mas querem mesmo é atingir o presidente. Conspiram contra uma ministra de Estado, na tentativa de derrubá-la. A mídia muda o tom, sonega informação para seu público e protege a oposição política liderada pelo PSDB. O que os tucanos desejam de fato é o poder para retomar a agenda derrotada – privatização e redução dos gastos sociais. É a batalha de 2010.
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Até o Bird

concorda que nossa imprensa é golpista, preconceituosa e traz "recortes" enviesados e não faz idéia do que seja isenção. Peço desculpas por linkar um jornal dos mais representativos desta linha, mas vale a pena ver a indignação e o viés que o canalha colunista imprime à notícia... Auto-crítica? Rá, Claro que não.

Leia aqui.

O artigo, de Rui Falcão, cita um estudo do Bird que aponta a ideologia dos nossos jornalões quando estes trazem reportagens sobre o "assistencialista" Bolsa-Família, e os elogios que eram fartamente distribuídos aos programas "de distribuição de renda" da era FH.

Arrã.
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Imparcialidade só no bozó dos outros

Folha, Estadão e O Globo deram amplo destaque à demissão de Luiz Lobo, editor-chefe na TV Brasil. O jornalista foi ouvido e alegou que o motivo do afastamento foi sua resistência às interferências do governo na edição do Telejornal Brasil, o que comprometia a imparcialidade desejada. Entre os episódios citados, disse que na cobertura do vazamento de informações sobre gastos do governo FHC havia a orientação de só falar em “suposto dossiê”, e em uma reportagem sobre a situação da saúde no Brasil foi repreendido por não incluir o corte da CPMF, derrubado no Senado, como um dos desafios futuros.

Convenhamos, hipocrisia deve ter seus limites. A nossa mídia, em seu ódio a concorrência da imprensa do governo, resolveu defender que no quintal dos outros tem que haver um jornalismo imparcial. Ou seja, deveria falar de dossiê, culpar o tempo toda a ministra Dilma Rousseff, esconder que tudo é uma armação do PSDB, não dar destaque para a confissão de Álvaro Dias, e mais toda uma “imparcialidade” que só ela sabe praticar.

Saúde? Claro, culpa do governo Lula. Imaginem vincular isso ao fim da CPMF.

Convido vocês a verem um trecho de telejornal da TV Brasil. Prestem atenção em como ele é “parcial”:



Viram? Arthur Virgílio aparece com o mesmo tempo que outros representantes do governo. Algo muito parcial, não é mesmo? Deveria ser o dobro do tempo para ele, como o “imparcial” PIG costuma fazer.

A campanha contra a TV Pública está em curso. No último sábado, um acerto entre todos os jornais levou a ampla cobertura do lançamento do livro de Eugênio Bucci, ex-presidente da Radiobrás, onde ele analisa o período que lá esteve e as pressões para que não fizesse um livre jornalismo.

Muito comovente. Há um bom exemplo de “livre jornalismo” hoje na página A-6 da Folha, em uma pequena nota o título: “Câmara aprova aumento para servidores”. Como assim? Certamente vocês perguntariam: o governo federal encaminhou pedido de aumento de seus servidores às vésperas de eleição? Um escândalo, não é mesmo? A Folha esqueceu de chamar isso na primeira página, certo? Nada. É a “imparcialidade” do PIG. O aumento é para o funcionalismo público da prefeitura de São Paulo, encaminhado pela administração DEM/tucana. Lembrem que Serra detém 80% dos cargos da máquina municipal. E Serra e Folha, vocês sabem.

Ou um outro exemplo bem recente da “imparcialidade” da mídia, também uma ajuda do PIG ao Serra. Na última IstoÉ, em matéria sobre o MST, foi publicada esta foto:



Mas o site independente Brasil de Fato descobriu que a foto original, de Cristiano Machado, da Agência Folha, foi adulterada. Esta é a foto:



Eliminaram no Photoshop a pichação com o “Fora Serra”, pouco se importando com a adulteração da realidade e os direitos autorais. Claro, a foto é da Folha, que faz descarada campanha para Serra, em troca de muita publicidade do governo em suas páginas e muito alinhamento ideológico, e a IstoÉ tem 51% de ações de Daniel Dantas, que responde na justiça por espionagem e formação de quadrilha, mas apóia Serra.

Esta é a mídia que cobra imparcialidade do governo.
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