Jornalista da Globonews desmente Kamel e diz que Globo sabia do acidente da Gol desde o início da noite

O diretor de Jornalismo da Rede Globo, Ali Kamel, sempre  afirmou que o Jornal Nacional não deu a notícia do acidente da Gol, que se chocou com o jatinho Legacy pilotado por dois norte-americanos, em que morreram as 154 pessoas a bordo, porque a informação só chegou quando o telejornal estava no ar e ainda era imprecisa.

Não foi o que disse uma jornalista da Globonews em um curso na Petrobras, de que participou o jornalista e blogueiro Daniel Dantas. Em seu blog, Dantas conta que participou por três meses de curso de Comunicação Empresarial, como exigência da empresa (o destaque em negrito é meu):

Estivemos com uma jornalista de rádio (CBN), de impresso (Agência Estado) e tevê (Globonews).
As aulas com essas três profissionais ocorreram na semana seguinte ao primeiro turno eleitoral de 2006 - que ocorreu em 01 de outubro.  Dois dias antes da eleição, ocorreu a tragédia com o vôo 1907 da Gol, que caiu matando todos os 154 passageiros e tripulantes após o choque com um jato privado.
A segunda-feira nos alcançou a todos ainda chocados com o acidente.
Lembro que estava no quarto de hotel assistindo o Jornal Nacional que só falava das fotos vazadas pelo delegado Bruno do dinheiro que petistas usariam para comprar o dossiê Vedoin contra Serra - foram presos em meados de setembro, no escândalo conhecido como "dos aloprados".
Logo após o fim do jornal, após o primeiro break da novela das nove, William Wack entrou em plantão informando o desaparecimento da aeronave.
Algum tempo depois, a Globo foi acusada de ter manipulado a edição do jornal para prejudicar a candidatura de reeleição do presidente Lula.  Raimundo Pereira assinou uma matéria na Carta Capital afirmando que a emissora já sabia do acidente da Gol antes do início do Jornal Nacional mas preferiu segurar a informação para valorizar a divulgação das fotos do dinheiro na edição do jornal.
Só então fez sentido um fato ocorrido na aula com a representante da Globonews, ocorrida ainda na segunda-feira, 02 de outubro. Eu mesmo perguntei a ela como a Globonews lidava com a matriz com respeito a possíveis furos jornalísticos.  A jornalista nos explicou que a Globonews não dá furos, mas os segura para a Globo.  Eles podem até fazer um aprofundamento mais detalhado que a matriz, mas sempre os furos pertencem à Globo.
Nessa hora, ela usou como exemplo o caso do acidente da Gol.  Segundo seu relato, a redação da Globonews já sabia do acidente desde o início da noite, mas houve uma orientação da direção da emissora para segurar qualquer notícia até que a própria Globo noticiasse.
 Assim, quando William Wack interrompeu a programação normal informando o desaparecimento do avião, a Globonews entrou com uma pauta já bastante adiantada no aprofundamento da notícia. [leia a postagem completa aqui]

Esse depoimento da jornalista da Globonews confirma tudo  o que a blogosfera suspeita há tempos e que foi relatado por repórteres da própria emissora, alguns deles que saíram de lá por não concordarem com a manipulação do noticiário sob ordem de Ali Kamel.

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Hoje, o Blog do Mello completa oito anos

Os ataques contra a blogosfera que denuncia a mídia corporativa se intensificam.

Mas, quem iria esperar moleza, se eles ganham bilhões com a situação do jeito que está?

Quem esperaraia moleza, se eles são alinhados com os Estados Unidos, país que gosta de se relacionar com os outros desde que esses fiquem de joelhos, fruto da introjeção perversa da colonização pelo Império Britânico?

Agora mesmo, assim como o papa renunciou na semana do Carnaval, Azenha em plena Semana Santa anunciou que desistia de seu blog por conta das demandas judiciais que poderiam levá-lo à falência.

Várias pessoas, comentaristas, twitteiros, facebookeiros e blogueiros comentaram e lamentaram a decisão surpreendente do Azenha - que, felizmente, voltou atrás.

Mas grande parte dessas manifestações se baseou num raciocínio falho, que é o mesmo utilizado pela Secom do governo Dilma que criticam: Nosso (da webosfera - desculpe, criei agora - de esquerda) poder de atingir o público é muito limitado.

É verdade. Mas uma meia verdade. Seu poder ainda (friso, ainda) se mantém em seus nichos: tv, rádio, mídia impressa. Mas perdem público ano a ano. Na Web, a coisa não é bem assim. 

Vou colocar minha experiência aqui para demonstrar isso. Em 2008, quando houve o Prêmio Ibest, com votação livre dos internautas, nossa blogosfera de esquerda ocupou os principais lugares, deixando para trás blogueiros de O Globo, da Folha etc. Confira aqui.

Este modesto blog, que nunca foi campeão de visitações (longe disso) ficou em sétimo lugar, porque quem nos visita é um pessoal qualificado, que sabe o que quer e luta por suas convicções.

Por isso nós incomodamos o establishment. Por isso somos processados. Eles sabem que não somos muitos mas somos fortes.

Por isso temos que seguir em frente, sempre remando contra a corrente estabelecida. É assim que o Blog do Mello comemora seu oitavo aniversário e segue em frente, graças a você, leitor, leitora, e aos companheiros que não desistem, como o Azenha agora. Vamos em frente,

Repito aqui a frase de Bernard Shaw, que durantre muito tempo encabeçou o blog:

Você vê as coisas como elas são e pergunta: por quê? Mas eu sonho com coisas que  nunca foram e pergunto: por que não?

Citando agora Caetano, sigo para o nono ano: Eu vou, por que não? por que não? por que não? por que não?

Grato pela visita.


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Infeliz Aniversário


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No Jornal Nacional, processar jornalistas é um "revés catastrófico" para a liberdade de expressão. Só o Kamel pode?

Ano passado, o Jornal Nacional, da Rede Globo, principal peça do jornalismo da Rede, cujo diretor geral chama-se Ali Kamel, exibiu reportagem em que criticava duramente o presidente do Equador, Rafael Correa, que havia processado um jornalista e os donos do jornal que publicou a coluna, onde o jornalista afirmava o seguinte contra Correa:

Rafael Correa entrou com a ação por causa de uma coluna publicada em fevereiro do ano passado. Nela, Emílio Palácio criticava a atuação de Correa durante uma revolta de policiais em setembro de 2010. E dizia que o presidente, a quem chamava de ditador, "tinha dado ordem de abrir fogo, sem aviso prévio, contra um hospital cheio de civis e gente inocente".

O presidente Correa os processou e a Justiça condenou jornalistas e donos do El Universo (uma Rede Globo do Equador) a três anos de prisão e ao pagamento de uma indenização de US$ 40 milhões ao presidente.

Edições do Jornal Nacional (repito, sob Ali Kamel) criticaram a atitude do presidente Correa:

A OEA poderá pedir oficialmente ao governo equatoriano que respeite os direitos humanos dos jornalistas e que faça uma revisão de todo o processo.
A organização Repórteres Sem Fronteiras declarou que a decisão da Suprema Corte é um "revés catastrófico" para a liberdade de expressão.
A Sociedade Interamericana de Imprensa considerou a sentença desproporcional e teme que outros veículos adotem a autocensura. [Fonte]

O Instituto Internacional de Imprensa disse que ficou escandalizado com a sentença, desproporcional ao possível delito. A organização Repórteres Sem Fronteiras considerou a decisão uma intimidação judicial.

O Instituto de Imprensa e Sociedade afirmou que Rafael Correa é um exemplo deplorável de abuso e falta de tolerância de um mandatário. Para a Sociedade Interamericana de Imprensa a sentença é um golpe aos princípios da liberdade de informação. [Fonte]

O curioso é que o presidente do Equador, Rafael Correa, não é exatamente um defensor da liberdade de imprensa, ao contrario de Assange. O presidente equatoriano vive dizendo que a imprensa está a serviço de grandes grupos empresariais, que só querem desestabilizar as instituições. [Fonte]

Agora, o mesmo Ali Kamel do Jornal Nacional, que criticou processos contra jornalistas como atentados à liberdade de expressão, processa jornalistas, conseguindo algumas vitórias na Justiça, ainda que em primeira instância. O último condenado foi o Azenha, do Viomundo.

Será que o JN de hoje vai denunciar o Diretor de Jornalismo e Esportes da Rede Globo, Ali Kamel, por perseguição a jornalistas e atentado à liberdade de imprensa?

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1964: a atualização grotesca dos nossos liberais


Ao invocar o golpe de Estado de 1964, os editorialistas receitavam o antídoto contra a guinada da subversão como pretexto para barrar o avanço social e impedir a tomada de consciência política.


O resultado de duas décadas de oligarquia empresarial-militar, inaugurada com o golpe, exibiu um saldo sinistro com o que, à época, se convencionou denunciar como a pior crise econômica, política, social e moral da nossa história. O Brasil, urdido neste novo pacto, foi, por excelência, o “antipaís”. Subordinados, da forma mais completa possível, toda nossa economia e o aparelho estatal foram orientados e redimensionados de maneira a afastar, abafar ou reprimir qualquer obstáculo a essa subordinação. É dessa lógica que emergiu um regime que tinha como metodologia a censura e o terrorismo de Estado, ambos sob a bênção de nossas melhores consciências liberais e seus impérios jornalísticos.


Tempos passados? Sem dúvida, mas não nos iludamos: se mudou a conjuntura, alguns objetivos continuam na agenda da direita e de seus intelectuais orgânicos, como vimos nos dois governos de Fernando Henrique Cardoso.

Sempre é bom recordar que há 28 anos, apesar do deslocamento político, a hegemonia do processo de transição encontrava-se com a mesma burguesia brasileira condutora do golpe. Se não era mais possível a acumulação capitalista se realizar através de uma economia planejada, centralizada e estatizante, os corifeus dessa mesma classe erigem globalização, flexibilização, desregulamentação e livre concorrência como dogmas, mas o objetivo permanece: a modernização acompanhada da internacionalização da economia e da limitação, com a judicialização da política, da democracia ao grupo organicamente ligado a interesses financistas. Para isto, existe o Instituto Millenium e seus jornalistas, acadêmicos e juristas amestrados.

Em 2013, é visível que o espartilho autoritário não consegue mais conter a pujança do corpo social. Há dez anos, há diálogo entre quem governa e os movimentos sociais que expressam anseios de liberdade, de participação e de melhoria substancial das condições de vida de grande parte da população. O que assistimos é uma ruptura com os pilares de sustentação do regime militar e dos três governos que lhe sucederam.

O que resta à grande imprensa? Sufocar financeiramente quem denuncia seu modus operandi, esboçar cenários eleitorais contando com quadros partidários sem qualquer organicidade fora de suas bases regionais, como é o caso do governador de Pernambuco,Eduardo Campos, do senador mineiro Aécio Neves ou da eterna linha auxiliar, Marina Silva, a neoconservadora do ecossistema político.

O desespero acentua o efeito combinado de avanço tecnológico com furor reacionário,criando campo propício à proliferação de articulistas raivosos e humoristas de boteco. A extensão do grotesco é tão acentuada que seus "bons propósitos" não enganam a mais ninguém. Estão todos na ordem do riso. E da exclusão social.


*Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, colunista da Carta Maior e colaborador do Jornal do Brasil

Fonte: Carta Maior http://www.cartamaior.com.br  Edição final deste blog
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