A disputa pela posse da paradisíaca Ilha do Urubu, na região de Porto Seguro, Bahia, é um dos fatos narrados no livro “A Privataria Tucana” (que faz uma série de denúncias envolvendo negócios em paraísos fiscais da filha e do genro de José Serra, além do primo e ex-sócio Gregório Preciado, junto com o ex-caixa de campanha de Serra, Ricardo Sérgio de Oliveira).
Na posse da Ilha, de um lado, disputava Gregório Preciado, casado com a prima de José Serra, e que já foi sócio do tucano em um terreno em São Paulo.
Do outro, pessoas humildes, herdeiras de um pescador que adquiriu o terreno há 48 anos.
O Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), reconheceram por 3 votos a 0 a posse de terra de Vandeíta de Jesus Martins dos Santos sobre a Ilha do Urubu, derrotando o primo de José Serra.
Segundo explicações do advogado dos herdeiros legítimos da propriedade, cuja escritura é de 1964, Gregório Preciado teria uma escritura fraudulenta da terra e desalojado os verdadeiros donos. A terra foi esbulhada por Gregório e pelo belga Phelipe Meeus, que tinha uma escritura de doação irregular feita por Paulo Souto, no seu último dia de governo à frente da gestão do Estado da Bahia.
A decisão das magistradas Heloísa Graddi, Telma Britto e Lisbeth César Santos, por unanimidade, garante os direitos da terra de forma quase definitiva, já que não cabe recurso.
O advogado afirma que a “decisão do tribunal confirma a denúncia da Privataria Tucana”, e que, no seu entendimento, a justiça foi feita. “Não importa se as pessoas são humildes e se a área vale milhões, e foi isso que a Justiça reconheceu”, refletiu. Ele completa que a decisão da Justiça é “atualmente positiva para a cidadania, democracia e o Estado Democrático de Direito”. (Com informações da
RBA)