A informação não é de nenhuma organização não-governamental, de um movimento social ou de um ativista de esquerda. A revelação de que a rede Mcdonalds utilizava hidróxido de amônio com o objetivo de converter carnes gordurosas em recheio para seus lanches foi divulgada pelo cozinheiro Jamie Oliver e foi confirmada por executivos americanos da empresa. Segundo declaração dos chefões da rede ao jornal Mail Online, a empresa mudará a receita. Para Oliver, "estamos comendo um produto que deveria ser vendido como carne mais barata para cachorros e, após esse processo, dão o produto para humanos". Se ingerido, o hidróxido de amônio é nocivo ao estômago e aos pulmões, podendo causar irritações e edemas na garganta, pneumonia química e edema pulmonar. Seria importante saber também se o cozinheiro, que traz essa importante informação sobre o Mcdonalds, não utiliza produtos transgênicos ou que fazem mal à saúde em suas receitas.
Pinheirinho: "Excessos devem ser punidos", diz ministra dos Direitos Humanos
A remoção violenta das mais de 1,6 mil famílias que ocupavam a favela Pinheirinho na cidade paulista de São José dos Campos no último domingo (22/01) expõe a política de Geraldo Alckmin e do PSDB para a população de baixa renda e sem direito a uma moradia digna. O saldo da truculenta ação policial de reintegração de posse determinada pela justiça daquele estado e imediatamente acatada pelo peessedebista foram 3 pessoas desaparecidas, 32 presos, centenas de feridos e cerca de seis mil pessoas desabrigadas. Alckmin não buscou uma solução negociada, sua polícia ameaçou a população através de panfletos jogados do céu por helicópteros e não foi garantido sequer um local provisório para as famílias ficarem. Muitas ainda dormem ao relento, em bancos de praças ou mesmo no chão. Simplesmente determinou o uso da força contra homens mulheres e crianças e a destruição das casas, devolvendo a área de 1 milhão de metros quadrados ao megaespeculador Naji Nahas, preso pela Polícia Federal em 2008 durante a Operação Satiaghara sob acusação de corrupção e lavagem de dinheiro.
Na avaliação da ministra dos direitos humanos Maria do Rosário, “é inaceitável o uso da violência em qualquer situação, especialmente para tratar com pessoas nessas condições”. Ainda no domingo, o governo Dilma movimentou-se para garantir assistência às famílias despejadas e, através do serviço de ouvidoria, busca colher denúncias de agressões policiais e abusos de autoridades durante a violenta ação promovida pelo governo do PSDB. Rosário afirmou via Twitter em 24/01, dois dias após a reintegração de posse que “os excessos devem ser punidos”. A truculência policial também foi registrada por vídeos postados no Youtube.
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB de São José dos Campos, Aristeu César Pinto Neto, afirmou que “o que se viu aqui foi a violência do Estado típica do autoritarismo brasileiro, que resolve problemas sociais com a força da polícia”. Atento ao caso e sem descartar a possibilidade de que pessoas possam ter morrido em consequência da violência, Neto informou que a OAB paulista está fazxendo um levantamento no Instituto Médio Legal e promete tomar “providências para responsabilizar os governantes que fizeram essa barbárie”, completou.
“Esse não é o nosso método, do governo federal”, informou Gilberto Carvalho, ministro-chefe da Secretário Geral da Presidência da República. Para ele, o local se transformou em praça de guerra por uma desocupação que só interessava a um “grande especulador”.
O episódio foi lembrado durante a marcha de abertura e em diversas atividades realizadas até o dia de hoje pelo Fórum Social Temático. O sociólogo português Boaventura de Sousa Santos foi um dos muitos participantes a repudiar publicamente a ação. Na maioria dos estados brasileiros houveram ou estão sendo organizadas manifestações contra ação de Alckmin e do PSDB.
Battisti, a mídia e o Fórum Temático
Assim como o Fórum Social Mundial, o Fórum Temático que está ocorrendo em Porto Alegre conseguiu reunir um amplo espectro de organizações, movimentos e partidos do mundo inteiro para debater um outro mundo possível, baseado na democracia real, na justiça social e no desenvolvimento sustentável. Graziano, Boaventura, Ramonet, Camila Vallejo, Emir Sader, Leonardo Boff, Gilberto Gil, Dilma, Pepe Mujica são alguns dos nomes presentes que buscam articular alternativas capazes de superar o capitalismo, principal responsável por uma crise mundial sem precedentes. Apesar disso, a mídia tem se omitido de informar sobre os grandes debates realizados e centrou sua atenção na presença do italiano Cesare Battisti em uma das mais de mil atividades que compõe o Fórum. Tática já utilizada em outras edições do Fórum, quando condenou a participação do ativista francês José Bove, de representantes das FARC e da delegação cubana buscando macular a importância dos debates e jogar a sociedade contra a esquerda.
Battisti é somente um dos mais de quarenta mil participantes do Fórum Temático. Tem lá sua importância política pela trajetória militante na esquerda italiana durante a década de 1970. Década marcada pela violência política naquele país protagonizada tanto por organizações de esquerda quanto por organizações de direita. Foi condenado à revelia e sem direito a defesa pela justiça daquele país à prisão perpétua por suposto envolvimento em ações armadas que teriam resultado em morte de quatro pessoas. O ex-militante da organização italiana “Proletários Armados pelo Comunismo”, viveu na França e chegou ao Brasil em 2007. A pedido do governo de Sílvio Berlusconi, que deixou o poder após denúncias de corrupção, envolvimento com a máfia e escândalos sexuais com menores de idade, Cesare ficou preso por quatro anos até o julgamento de sua extradição. Sua libertação ocorreu após o ex-presidente Lula negar o pedido de extradição em dezembro de 2011, decisão confirmada pelo Supremo Tribunal Federal em junho último. Durante o Fórum, o ex-militante da esquerda italiana esteve presente como ouvinte no colóquio de José Graziano sobre a importância da sociedade civil na segurança alimentar e foi convidado pelo Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro a lançar seu 15º romance, escrito durante o período de reclusão e intitulado “Ao Pé do Muro”. Fora isso, não será palestrante de nenhuma atividade. Como bem declarou, a legislação brasileira impede a participação e mesmo a declaração de refugiados sobre a política.
Portanto, nada de excepcional. Apenas mais uma tentativa das grandes empresas de comunicação de denegrir as discussões em torno da troca de experiências e da construção de conceitos políticos voltados ao combate às desigualdades sociais proporcionadas pelo capitalismo em todas as suas fases, bem como para a defesa da soberania alimentar, dos direitos humanos e do desenvolvimento ambientalmente sustentável em todo o mundo.
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