Porto Alegre: empresas de comunicação tentam impor favoritos numa eleição sem favoritos

Tentar impor o favoritismo de uma ou outra candidatura e relegar ao segundo plano um partido que historicamente lidera a preferência dos eleitores é, no mínimo, arriscado, para não dizer imprudente. Afinal, poucos são os pré-candidatos colocados na disputa, partidos importantes não definiram suas táticas eleitorais e o próprio eleitorado sequer começou a pensar com mais profundidade sobre o processo futuro. Além do mais, a política é dinâmica e tal qual um jogo de xadrez, todos os movimentos são cuidadosos e tem seu tempo para acontecer. Como acertadamente diz a peça publicitária de um determinado veículo de comunicação, “em um minuto tudo pode mudar”.

Pois é dentro deste cenário que duas grandes empresas de comunicação buscam impor desde já o favoritismo de um ou outro candidato em Porto Alegre. O ponto em comum entre elas é que ambas desconsideram o PT, que governa o Brasil com Dilma, o Rio Grande do Sul com Tarso, que governou a cidade por quatro mandatos consecutivos e sempre esteve presente no segundo turno nos pleitos eleitorais na capital. Também desconsideram solenemente a indefinição de partidos como o PTB, PMDB e PP sobre o comportamento que adotarão em 2012. Sobre os novos PSD e PPL, que já nascem com vereadores e alguma expressão na política municipal, tecem algumas poucas linhas.

Ambas as empresas de comunicação utilizam semelhante estratégia para projetar os candidados de sua conveniência. Através de pesquisas, notas plantadas, críticas, elogios, buscam novas formas e fatos no intuito de criar uma verdadeira confusão no eleitor menos atento. Aliás, cabe lembrar, esta mesma tentativa de construção do favorito foi realizada em pleitos anteriores. Na eleição de 2010, por exemplo, um ano antes da eleição, as mesmas empresas disseminaram que o PT poderia compor a chapa do PMDB ao governo estadual e, em nível nacional, a vitória de Serra era algo quase natural diante da falta de candidato de expressão do PT. Nada disso ocorreu. O favoritismo foi desfeito ao longo do tempo, com Tarso vencendo Fogaça ainda no primeiro turno no Rio Grande do Sul e Dilma aniquilando Serra e tornando-se a primeira presidenta do Brasil.

Por hora, é evidente que a tendência é pré-candidatos já lançados aparecerem melhores colocados em pesquisas eleitorais. Porém, a mudança deste cenário até o início do processo eleitoral é algo inevitável. Certo é que o PT caminha para ter candidatura forte em Porto Alegre, o PMDB pode ter candidatura própria ou ser vice do Fortunati, O PTB e o PSD esperarão 2012 chegar para definir em qual chapa serão vice, podendo compor inclusive com o PT, o PP tem como opções compor com Paulo Borges do DEM, Marchezan do PSDB ou mesmo Manuela do PCdoB-PSB.

Conclusão? O que todos já sabem. Não há candidatos favoritos um ano antes de qualquer eleição, mesmo que as empresas de comunicação, por um motivo ou outro, busquem impô-los. A propósito: na última década, os favoritos apontados um ano antes do pleito pelas empresas de comunicação quase sempre perderam as eleições no Rio Grande do Sul.
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Hasta Siempre Comandante Che Guevara!


Em 09 de outubro de 1967, Ernesto Che Guevara era assassinado na Bolívia com a ajuda da CIA. Calaram sua voz, mas não calaram suas ideias e sua paixão revolucionária. El Che continua a ser um simbolo para todos aqueles que acreditam e lutam por um mundo mais justo e igualitário.


Hasta siempre comandante Che Guevara
Carlos Puebla (versão de Sílvio Rodriguez)

Aprendimos a quererte
Desde la histórica altura
Donde el sol de tu bravura
Le puso un cerco a la muerte.

Aquí se queda la clara,
La entrañable transparencia,
De tu querida presencia
Comandante Che Guevara.

Tu mano gloriosa y fuerte
Sobre la historia dispara
Cuando todo santa clara
Se despierta para verte.

Aquí se queda la clara,
La entrañable transparencia,
De tu querida presencia
Comandante Che Guevara.

Vienes quemando la brisa
Con soles de primavera
Para plantar la bandera
Con la luz de tu sonrisa.

Aquí se queda la clara,
La entrañable transparencia,
De tu querida presencia
Comandante Che Guevara.

Tu amor revolucionario
Te conduce a nueva empresa
Donde esperan la firmeza
De tu brazo libertario.

Aquí se queda la clara,
La entrañable transparencia,
De tu querida presencia
Comandante Che Guevara.

Seguiremos adelante
Como junto a ti seguimos
Y con Fidel te decimos:
Hasta siempre comandante.

Aquí se queda la clara,
La entrañable transparencia,
De tu querida presencia
Comandante Che Guevara.
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A primavera norte-americana*

A primavera árabe, elogiada nos meios de comunicação como movimento popular pelo fim das tiranias naquela parte do mundo, pode estar se repetindo onde menos se esperava: no coração financeiro do planeta, de onde emana o modelo que o leva a um impasse de grandes proporções, que ameaça sua própria sobrevivência. O movimento “Ocupar Wall Street”, embora ainda sem objetivos muito bem definidos e sem a mesma atenção midiática dispensada aos povos árabes, está colocando o dedo na ferida do capitalismo financeiro e arregimentando cada vez mais pessoas.

Manifestações pacíficas, aplaudidas em outros cantos do mundo, naturalmente não são bem-vindas no quintal norte-americano, ainda mais quando decidem acampar no distrito financeiro de Nova York. Na praça Tahir, pode, na Porta do Sol, vá lá, mas em Wall Street não. A democracia dos Estados Unidos tratou seus pacíficos cidadãos a cassetetes e gás de pimenta, quando se dirigiam ao local. Mais de 700 pessoas foram presas pelo "crime" de se manifestarem contra uma ordem mundial que causa crise, recessão e desemprego.

Mas o tiro está saindo pela culatra. Assim como nas praças árabes, a repressão gera mais mobilização, e diversas categorias profissionais aderem ao movimento. A solidariedade começa a se espalhar por outras cidades dos Estados Unidos e o movimento cresce, aparece e luta pelo que o presidente Obama não conseguiu. Inverter a ordem do jogo em que ricos ficam cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais numerosos. O desemprego nos EUA atinge cerca de 20 milhões de pessoas, enquanto os bônus nos grandes bancos e empresas movimentam fortunas ofensivas, principalmente em tempos de crise e déficit fiscal elevado.

Qualquer tentativa de elevação de imposto, taxação dos mais ricos ou algo que o valha é bombardeada pelos republicanos e pelo setor conservador da sociedade, que não entrega os anéis, mas periga perder os dedos. O movimento norte-americano se organiza pelas redes sociais e funciona de forma horizontal, sem lideranças definidas. Na Praça Tahir também não havia lideranças claras, mas a persistência do povo egípcio derrubou o governo.

Os manifestantes norte-americanos não pedem a cabeça de Obama, mas em seu protesto ainda difuso está a revolta contra o domínio do capital financeiro sobre o país. Os americanos de lá perderam suas casas na crise do subprime e seus empregos no repique da convulsão econômica, da qual o país não conseguiu emergir. Para um país forjado por sua classe média deve ser insuportável conviver com tanta desigualdade social, ameaçando sua democracia política.

O movimento ainda irá enfrentar mais repressão policial e boicote midiático. Seu futuro é incerto. Mas pela solidariedade que tem despertado e o envolvimento de categorias de peso, como o sindicato nacional dos trabalhadores do setor siderúrgico (USW), com mais de um milhão de filiados, pode ganhar massa muscular e conquistar corações e mentes de um país que não se mobiliza de forma abrangente desde os protestos pelo fim da guerra do Vietnã.


* por Mair Pena Neto, jornalista que trabalhou em O Globo, Jornal do Brasil, Agência Estado e Agência Reuters.
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TRANSPARÊNCIA ZERO

A FALTA...
De transparência, no portal da Câmara Municipal e Prefeitura de Colombo. É difícil verificar o destino,poderiam colocar esses dados de forma fácil, para o acesso da população.

OS...
Gastos especialmente com pessoas fisicas e jurídicas, nos leva a ter dúvidas do procedimento dos orgãos.Procurem serem mais explícitos, para não acreditarmos, em má intenção.


PARTIDOS...
Políticos, nesse troca troca, mostra que não existe ideologia, são apenas bandeiras usadas, com conivência da legislação. "Dirigentes", defendem grupos que cheguem a cargos, se eleitos para alavancar bancadas. Pré candidatos, colhidos nas esquinas, nos botecos, sem nenhuma qualificação,sem preparo,apenas por interesse da candidatura majoritária, para ser cabo eleitoral, e resolver o problema de legenda do seu apadrinhado. Além de termos hoje, um legislativo fraquissímo, pelo andar da carruagem, parece-nos que a próxima será um pouquinho pior.
Vamos ficar alerta gente.


TEM...
Pré-candidato, que nem sabe o que quer dizer, a sigla do partido que se filiou.Onde fica a sede do partido, isso é de menos,pois até os presidentes desconhecem.O mais incrível não sabem o partido que estão filiados,parece brincadeira, mais é só perguntar para alguns.


VEREADOR...
Tem o dever de fazer o papel de fiscalização e de representação da sociedade. Portanto faça um pedido de investigação das licitações que trazem dúvidas a população. É dever de todos, mas os da bancada do executivo, ficarão em situação difícil. Não podem ir contra o patrão, já os da oposição não devem, ter tempo suficiente de buscar essas informações, ou são incompetentes da mesma forma que os demais.


O REPASSE...
FEITO PELA PREFEITURA DE COLOMBO, A SANTA CASA DE COLOMBO NO VALOR DE R$ 10.000.000,00 (DEZ MILHÕES DE REAIS) SEGUNDO O PREFEITO JOSÉ ANTONIO DE CAMARGO.
É um caso a ser apurado, urgentemente pelo legislativo, deve haver um responsável, pelo destino desse dinheiro.
O municipio não tem um hospital digno da sua população,e a prefeitura destina esse valor fabuloso a uma casa beneficiente quebrada. PRESTAÇÃO DE CONTAS É OBRIGAÇÃO DAS AUTORIDADES.
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Estudantes do Chile se rebelam contra a ditadura do mercado*

“Um rasgo neoliberal do Chile, que irrita particularmente, é a privatização dos serviços públicos. Porque significa um roubo manifesto do patrimônio dos pobres. Aos humildes que não possuem nada, fica pelo menos a escola pública, o hospital público, os transportes públicos, etc. que são gratuitos ou muito baratos, subvencionados pela coletividade. Quando se privatiza, não só se arrebata da cidadania um bem que lhe pertence (custeado com os seus impostos) mas também se retira dos pobres seu único patrimônio” – Ignacio Ramonet (Diretor da edição espanhola do Le Monde Diplomatique).


Há mais de três meses milhares de estudantes chilenos tomam as ruas e avenidas das cidades do Chile, em grandes mobilizações de massa, contra a privatização do ensino e por uma educação pública, laica e gratuita.

No último dia 22 de setembro tive a oportunidade de, não só presenciar, mas também participar de mais uma grande manifestação com mais de 100 mil estudantes e populares nas grandes alamedas de Santiago do Chile. Para mim, que fui exilado político no Chile, e que senti na carne junto com o povo chileno o golpe de Estado no dia 11 de setembro de 1973 (que derrubou e assassinou o saudoso Presidente Salvador Allende), foi emocionante ver se materializar nesta manifestação de milhares de jovens estudantes a frase de Allende no seu último discurso, em pleno bombardeio do Palácio de La Moneda, que diz: “Fiquem vocês sabendo que, muito mais cedo do que tarde, de novo se abrirão as grandes alamedas por onde passará o homem livre para construir uma sociedade melhor”.

O movimento estudantil já conseguiu grandes vitórias políticas, como ganhar o apoio da maioria da população e demonstrar a desigualdade do sistema de ensino privatizado pela ditadura neoliberal do general Pinochet (1973 a 1990), e que mais de vinte anos de democracia liberal (1990 a 2011), acordada entre as elites democráticas da Concertação (Democracia Cristã - DC e Partido Socialista - PS) e as elites autoritárias da direita, não conseguiram desmontar. Por isso, exigem que o direito a uma educação pública e gratuita de qualidade seja inscrito na Constituição Nacional e constituíram uma maioria na sociedade favorável para uma transformação profunda na educação chilena.

Este movimento não é puramente estudantil, pois ele é também uma manifestação do mal estar geral da sociedade chilena com o modelo de desenvolvimento imposto, bem como do esgotamento do pacto da transição de uma saída pactuada da ditadura, firmado entre a Concertação e a direita.

A mobilização dos estudantes também abriu um forte questionamento no sistema político representativo, a forma de eleição dos parlamentares e regras institucionais da Constituição de 1980 da ditadura. O pacto de transição da ditadura estabeleceu o voto distrital binominal e ainda a proibição que o Partido Comunista (que foi um dos principais partidos que fizeram a resistência armada contra a ditadura) não podia fazer parte da Concertação (DC+PS). Desta maneira, estava assegurada, pelas elites, a transição democrática com o domínio dos distritos pelas duas grande coalizações: Concertação (Centro) e a Direita, excluindo o PC e outros partidos minoritários de esquerda. Não é por acaso que as principais lideranças do movimento estudantil são do Partido Comunista, como Camila Vallejo (Presidenta da Federação de Estudantes da Universidade de Chile) ou de grupos de Esquerda Autônoma como Francisco Figueroa (Vice Presidente da Federação de Estudantes da Universidade de Chile) entre outras lideranças. O PC e outros movimentos de esquerda já levantam a bandeira de uma nova Constituição com uma ampla reforma política, que termine com o sistema político distrital binominal e implante o sistema proporcional, assegurando os direitos das minorias, assim como defendem a construção de uma democracia participativa.

O modelo de mercado no Chile, que funciona como uma ditadura e que impõe regras a toda a cidadania, na saúde e educação (privatizadas), nas relações de trabalho (precarização), no cobre (privatização), na economia completamente aberta e o capital financeiro predomina sobre todas as atividades. Hoje, os estudantes, que tem dívidas de créditos escolares, e a cidadania que está presa aos mesmos credores tem um inimigo comum e uma ampla aliança social. Contra esta ditadura do mercado se levanta hoje não só os estudantes mas o conjunto dos trabalhadores e inclusive setores da classe média chilena (com manifestações nos bairros como Nuñoa, Providência e Las Condes saindo nas ruas para fazer panelaços).

O movimento estudantil com suas reivindicações e mobilizações se constituiu em um movimento social que incluiu setores da classe média, trabalhadores e o movimento popular dos bairros e vilas. Está em marcha uma revolução democrática e anti-neoliberal que fará grandes transformações na sociedade chilena.

Como dizia um dos cartazes da manifestação dos estudantes com a foto do Presidente Allende: “O Sonho Existe”.


* Ubiratan de Souza – economista e dirigente do Partido dos Trabalhadores de Porto Alegre. Artigo originalmente publicado no Blog Diário Gauche. http://diariogauche.blogspot.com/
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