Nota da Comissão Brasileira Justiça e Paz pelo direito à comunicação

NOTA DA COMISSÃO BRASILEIRA JUSTIÇA E PAZ
SOBRE O DIREITO À COMUNICAÇÃO

O tema da comunicação tem sido, nos últimos tempos, objeto de amplo debate e discussão na sociedade brasileira na perspectiva de assegurar a cada cidadão o amplo direito a uma comunicação livre, democrática e plural.
Ratificando seu compromisso na defesa da comunicação como Direito Humano, a Comissão Brasileira de Justiça e Paz (CBJP), organismo vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), soma-se às entidades e organizações que empunham a bandeira da democratização da comunicação em nosso país.
Esta meta só será alcançada mediante um novo Marco Regulatório, que responda plenamente ao previsto na Constituição Federal e à revolução da comunicação provocada pelas novas tecnologias. O Estado não pode se furtar a essa responsabilidade que lhe compete.
É urgente uma rigorosa observância de padrões éticos, estéticos e culturais no conteúdo veiculado pelos órgãos de comunicação, sobretudo, aqueles explorados pelo próprio Governo, assim como nas campanhas publicitárias financiadas com o dinheiro público, para que se diferenciem e sejam referência de qualidade na comunicação.
Para atingir este objetivo, é imprescindível ainda que haja:
  1. Condenação a qualquer tipo de censura prévia seja de caráter governamental, judicial ou empresarial;
  2. Explicitação do impedimento de agentes públicos terem concessões de radiodifusão;
  3. Imediata criação, nos estados e no Distrito Federal, dos conselhos de comunicação como forma democrática de ampliação da participação da sociedade na formulação e acompanhamento das políticas públicas regionais de comunicação.
Nesta fase do debate público, a CBJP declara seu apoio ao “Manifesto da Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e o Direito à Comunicação”, divulgado em 19 de abril de 2011.

Brasília, 10 de junho de 2011.


Pedro Gontijo
Secretário Executivo
Comissão Brasileira Justiça e Paz,
Organismo da CNBB
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Ditadura das Minorias?

Parece que o público do RS, que ainda lê jornal impresso, está mal de novos articulistas. Nesta mesma tarde de domingo, depois de indexar vários artigos só da página inicial da Agência Carta Maior, deparei-me com o irretocável artigo do Vitor Necchi Eu tenho turma no RSurgente sobre mais um infeliz artigo de David Coimbra em Zero Hora.

Mais um, porque no dia 2 de junho de 2011, ele cometeu o artigo As vítimas do Brasil, também em ZH, que pode ser lido no Bike Drops e que gerou a análise abaixo. Imagens da página Cycle Chic.

Ditadura das minorias?
"O Brasil atingiu um nível de tolerância intolerável". Mentira. Nosso país é uma panela de pressão de intolerância. A começar pela intolerância de certos "cronistas", tão rápidos em identificar "minorias" que estariam oprimindo as maiorias, mas sem se admitirem eles próprios como uma minoria mais insignificante do que a suposta "minoria" que eles acusam de opressora. Se comparados ao conjunto da sociedade, tais "cronistas" são completamente inexpressivos e só se fazem ouvir, por se disporem a dizer, na mídia, aquilo que seus patrões permitem. E a insignificância não está só no seu número - uma meia dúzia de paus mandados - mas, sobretudo, no seu discurso raso e tendencioso. 
Walking Dry

Trazer a questão do eventual bloqueio de uma via pública por um pelotão de ciclistas para o centro do debate sobre o direito de ir e vir, é um truquezinho tão manjado quanto cretino. Bem ao nível e ao gosto desses davis coimbras que infestam a mídia. 
Copenhagen Bicycle Traffic in Rush Hour
E no mais das vezes, no cotidiano, o que acontece a um ciclista que ainda ousa aventurar-se sozinho no transito caótico de Porto Alegre? Como fica o direito de ir e vir desse cidadão que tem de lidar com as bestas feras motorizadas da cidade? Tal debate só poderia ser colocado nesses termos, se os ciclistas, tendo garantido o seu próprio espaço de circulação, invadissem o espaço dos automóveis, o que nem de longe é o caso. Eles precisam disputar os espaços com os carros numa desvantagem desleal, muitas vezes correndo risco de vida. Mas, para o "cronista" da RBS, esse parecer ser um dado irrelevante já que, de acordo com sua peculiar percepção da realidade a "vítima pode tudo, no Brasil." Os "inimigos do motor à explosão, defensores intransigentes da tração animal" sempre podem xingar o motorista e "chutar a lataria do carro". Desde que, fazendo a ressalva que o "cronista" "esqueceu" de fazer, consigam sair de baixo do automóvel que os atropelou e recolocar no lugar a perna ou o braço que lhes foram arrancados.
Montreal Cycle Chic_4
É muito comum tais "cronistas", no afã de legitimarem seus pontos de vista e fiéis ao seu complexo de vira latas, recorrerem a exemplos daquilo que acontece no que eles consideram como o "primeiro mundo". Por que no "primeiro mundo é assim, por que no primeiro mundo é assado". Mas existem exemplos e exemplos, aqueles que convém mencionar e aqueles para os quais deve-se fazer olho branco.
Red at Red Light *
Um dos poucos bons exemplos que podemos tirar desse "mundo civilizado", ao qual nossos "cronistas" recorrem com tanta frequência, é justamente o uso que se faz da bicicleta por lá. Na zorópia, um cidadão ciclista não é um cidadão de quinta categoria em cima do qual pode-se passar com o carro. A bicicleta é muito bem vista como um veículo de transporte, um sinônimo de modernidade, até, por tantas razões que seria tedioso enumerá-las aos leitores.
Montreal Cycle Chic_15
Mas está aí um exemplo que não nos serve, pois implica numa discussão em profundidade sobre a reformulação e democratização do espaço urbano, sobre o modelo de cidade onde queremos viver. Ainda mais quando temos um perfeito modernoso, que não colocaria um centavo na construção de uma ciclovia, mas se dispõe a trazer para nossa cidade a tal fórmula indy, torrando dinheiro público nessa bobagem, com o objetivo de compensar sua ineficácia, seu descompromisso com a população, sua falta de projeto, de rumo, mas sempre disposto a abraçar qualquer delírio megalômano na caça ao voto dos incautos, tudo dentro da lógica do "governo espetáculo".
Montreal Cycle Chic 002
E nisso o prefeito pode contar com o silêncio obsequioso desses "cronistas". Se não for pelo "nobre" motivo de garantir o emprego evitando emitir opiniões que possam desagradar ao patrão, no mais das vezes é simplesmente por que não conseguem ver o mundo com seus próprios olhos, acostumados que estão a vê-lo pelos olhos desse patrão.
Long John
Bizarro o malabarismo retórico do "cronista" e seu esforço para nos empurrar goela abaixo essa salada indigesta sob a forma de, vá lá..."crônica". Mistura alhos com bugalhos, ciclistas, homofobia, políticos...
É verdade, enxovalhar o parlamento é o esporte preferido da nossa população. Pela crítica que os brasileiros fazem aos políticos, o Brasil deveria ser uma país imune a corrupção. Mas então quem elege os políticos corruptos? Quem elege as "bestas" como Bolsonaro? Mais uma vez nosso "cronista " fica pelo meio do caminho perdido no emaranhado q ele próprio teceu. Sim, por q não é só a população q esculhamba o parlamento! Tem mais alguém fazendo isso. E esse alguém é a mídia. São recorrentes as matéria sobre corrupção na política veiculadas de maneira oportunista por uma mídia que se arvora a baluarte moral da sociedade. Um paradoxo, quando se sabe que grande parte desses políticos corruptos se elegem com o apoio da mídia. A eleição do Collor é o melhor exemplo. Isso quando esses mesmos políticos não operam concessões de mídia através de laranjas, o que também e uma ilegalidade.
Red Nuance
Trazendo essa conversa mais para perto de nós, ou melhor, mais para perto do "cronista" errebessiano, podemos afirma que a empresa onde ele trabalho tem sido um verdadeiro seleiro (ou seria chiqueiro?) onde foram engordados vários desse políticos, através dos quais a RBS assumiu o poder em nosso estado.
Um poder tentacular, que vai desde o controle da mídia na região sul do Brasil, num sistema ilegal de propriedade cruzada, até interesse imobiliários que destroem a legislação urbana, subjugando a cidade à especulação predatória do capital. Se Porto Alegre está transformando-se em uma cidade inabitável, isso se deve a essa relação promíscua entre políticos servis e interesses privados dos quais a RBS é uma típica representante.  
CNN in Copenhagen
Nesse ponto cabe recuperar o discurso do "cronista" sobre minorias que tiranizam maiorias. Se os ciclistas são uma minoria e os "cronistas" da mídia corporativa são mais minoria ainda, o que dizer de uma família que mantém todo um estado atrelado aos seus interesses, usando o poder da mídia para moldar a realidade de acordo com sua vontade, publicando estultices como essa "crônica" do David Coimbra?
Eugênio
06/06/2011

Copenhagen Milano

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SEM QUERER, PIG PRESTA SERVIÇO AO GOVERNO DILMA

     A fuzilaria do PIG contra o Antônio Palocci, que acarretaria a sua segunda morte (terá ele sete vidas?) em governos petistas, acabou, ao contrário do que podem pensar alguns, por prestar um relevante serviço aos setores desenvolvimentistas do Governo Dilma - ela própria partidária das políticas mais arrojadas de crescimento, em detrimento da visão conservadora de controlar a economia apenas pelo ângulo da moeda.
     Embora sem atuação direta na área econômica, a presença de Palocci na Casa Civil representava uma certa "sombra monetarista" a rondar a política econômica do governo.
     Sabidamente com livre trânsito entre o capital financeiro, Palocci detinha, na condição de chefe da Casa Civil e responsável pela articulação política do governo, poder suficiente para influenciar na tomada de certas decisões estratégicas, as quais influenciam também a política econômica.
     E, devolvido à cena política por Lula, Palocci havia ressuscitado com força no Governo Dilma, dada a projeção que o ex-ministro havia galgado como ministro da Fazenda de Lula, projeção esta havida por conta das boas relações que Palocci estabelecera com a banca, cujo reflexo na grande mídia é sabido.
    O tropeço com o caso Francenildo condenou Palocci a um ostracismo breve eis que, em 2006, elegeu-se deputado federal e, reabilitado por Lula, entrou na coordenação da campanha de Dilma, com passaporte garantido ao Ministério.
     Ocorre que o ex-ministro parece ter repetido o erro anterior: achou que, diante das suas boas relações com o poderio financeiro, ao qual a grande mídia abençoa, mercê dos interesses comuns, a repercussão midiática dos questionamentos sobre os seus negócios seria pequena e breve. Inclusive, segundo se noticiou, Palocci ficou surpreso com a reação da mídia, com a qual julgava ter também bom trânsito, aspecto a revelar certa ingenuidade pois, como sabemos, o capital financeiro e a grande mídia tem lado, e este não é o mesmo do PT.
     Mas, curiosamente, a grande mídia também cometeu um engano, ou agiu com non sense: ao patrolar Palocci, abriu a porta para que Dilma pudesse dar ao seu governo um pouco mais da sua fisionomia. A nomeação da senadora Gleisi Hoffmann para a Casa Civil demonstra bem isso.
    Noves fora, se o PIG achou que, acertando Palocci, enfraqueceria Dilma, se enganou: abriu uma fresta para a Presidenta imprimir ao desenho do seu governo uma marca mais pessoal. De quebra, tirou do caminho  o fantasma da amizade com a banca. 

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O Armarinho esteve funcionando a meia-porta durante o último mês devido a uma pequena peça pregada à saúde do seu dono, mas já devidamente superada, pelo que o estabelecimento retorna à plena atividade.
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O HUMOR NAS LUTAS DO POVO BRASILEIRO


As troças sempre existiram desde o surgimento da sociedade.
Piadas, chistes, anedotas, “causos”, tudo isso é parte da vida social.

No Brasil as piadas tiveram um grande valor nas nossas lutas , quer por independência, quer por libertação e democracia.

As piadas de português surgem durante o período colonial e visavam sobretudo desmoralizar  o colonizador.

Mais tarde seriam as piadas com ingleses e europeus em geral, quando da “invasão” do capital inglês, a partir da década de 30.

Em seguida as piadas com americanos. Sempre havia uma piada que começava  assim :
“- Era uma vez um francês, um americano e um brasileiro....”
e o brasileiro sempre se dava bem.

As piadas com judeus destinavam-se à crítica da agiotagem dos bancos internacionais e ao espírito anti-cristão dos juros cobrados por agiotas.

Durante as ditaduras,  de Vargas e de 64, as piadas  serviam de apoio na luta pela redemocratização do País.

Hoje, de tempos para cá, justamente o auge do neoliberalismo e  do individualismo,  em lugar do socialismo e do espírito coletivo, contar piadas tornou-se cafona. 

A juventude foi “orientada” a negar este tipo de literatura oral e  a substituí-la por medíocres reflexões em torno do seu próprio umbigo.

Em termos de humor saímos do Século XX e não chegamos ao XXI, retornamos aos séculos XVII e XVIII, quando a Corte renascentista sem ter o que fazer, vivendo do trabalho alheio, passava os dias pensando em chistes “brilhantes” para serem ditos à hora dos jantares com os poderosos. Era o chamado “humor de espírito”, sobretudo  da Inglaterra e da França, algo como hoje denominar de “humor inteligente” o humor de classe privilegiada em detrimento do humor popular.

Vale lembrar que são justamente a Inglaterra e a França, os países que colonizaram a hoje pátria-mãe do nosso exógeno  stand-up: os EEUU.

Somente a mudança na infra estrutura econômica trará de volta um humor épico, popular e nacional como o que nos honrou desde os tempos da Colônia. Até lá...vamos de umbigadas. Kiakiakia

OBS.: Claro que se todas as camadas políticas se expressavam nas piadas, assim, a Reação criava as piadas contra os negros, os gays e as mulheres. Mas de toda forma as piadas colocavam na ordem do dia a crítica aos poderosos  e os costumes da sociedade  e não o umbigo de cada um.


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HUMOR OFENSIVO É A MÃE !!!


O Jornal “O Globo” de hoje traz matéria sobre o chamado  “ humor sem limites”.
Claro que como toda linha editorial, ouve quem lhe interessa para direcionar a matéria aonde quer.

Rafinha Bastos e Danilo Gentilli, pivôs de casos recentes de “mau humor”  , recusaram-se à entrevista. No que penso, fizeram muito bem.

Já postei  anteriormente, duas vezes, posicionando-me sobre o assunto. Soube até por fofoqueiros de plantão que o  jovem e amado Adnet teria ficado magoado comigo.  Se verdade, isso passa. Ele é o vitorioso. Eu, já sênior,  morro logo e ele vai viver muito ainda, graças a Deus.

Mas , tirante a análise econômica e marxista que fiz sobre o surgimento deste novo humor, a questão é muito simples:
Os EEUU , sociedade sabidamente  doente e pervertida, é hoje origem e berço embalado do humor de insultos e ofensas. As pessoas lá,  como diz o próprio “O Globo” riem um riso culpado com esse tipo de humor.

Nossa sociedade tupiniquim pode ter seus desvios e mazelas, mas ainda não chegamos ao nível doentio e malfadado da sociedade americana.  Com um pouquinho mais de esforço chegaremos lá. O PIG; o assassino de Realengo; malafaias e bolsonaros que o digam.

Chegaremos. 

Não precisa de análise para entender o “novo mau humor” brasileiro: se os EEUU ditam nossas roupas; nosso fast food; nossa língua; nossa medicina; nossas academias; nossa ética política – nossos lobbys ; nossa farmacologia;  porque não ditariam também o nosso humor?

O  Brasil de Oswald e da Semana de 22 começou a ser desconstruído durante a Ditadura, com o triste acordo MEC-USAID. Complementa-se com a economia neo-liberal.

A Mãe Pátria violada em 64 continua parindo os frutos deste estupro.

Portanto, não sou otimista em relação ao futuro do humor brasileiro. Veremos de agora em diante muito humor insultuoso e ofensivo, agradando sobretudo a classe média, neurótica, imprensada,  entre classes e desejos de consumo e destruição. 

Nos EEUU também existem pessoas, grupos e sociedades contra esse tipo de “mau humor”. O capitalismo se alimenta dos dois lados, como de costume.

Em próximo post pretendo expor  como as piadas – hoje consideradas cafonice – fizeram parte das nossas lutas de independência e libertação.
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