Ana Hollanda, ministra de Serra!



A postura da Ministra da Cultura, em uma de suas primeiras atitudes, causou surpresa.  Retirar o símbolo do Creative Commons do portal do Ministério da Cultura. Pois dona Ana Holanda mostrou as unhas afiadas, mais cedo do que o esperado. É ligada ao ECAD (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição) que regula e cobra pelos direitos autorais.

Ela retirou um símbolo da resistência, que é o Creativa Commons. O Creative Commons Brasil é um projeto sem fins lucrativos que disponibiliza licenças flexíveis para obras intelectuais. O ECAD tem fins lucrativos e parece que a ministra também.

A democracia não se conclui no dia em que depositamos nosso voto na urna. Ela apenas começa ali. Inicia-se uma luta pela manutenção de conquistas e ampliação de mudanças que visam o bem coletivo, o bem público.

Certa vez assisti a um debate pela internet, de um evento que se realizava na PUC-RS, onde entre outros atores estava Raul Pont. Não lembro assunto, mas ficou uma frase gravada a fogo: "as mudanças que a sociedade necessita, não devem ser esperadas como uma coisa automática a ser executada pelos partidos políticos, mas pela mobilização e pressão da sociedade organizada.”  Não foram exatamente essas palavras, mas o sentido foi este!

Nestes nove anos de militância política, a partidária, este é um momento único: a possibilidade da regulamentação da comunicação, no Brasil, que já vem atrasada. Como a Reforma agrária. É o momento de discutirmos o que nós queremos, e não o país que os grupos de comunicação "dizem que nós queremos". O protagonismo da democracia, é nosso.

Nos oito anos do governo do Presidente Lula, tivemos a democratização das verbas para a cultura, atingindo todos aqueles grupos que fazem um trabalho pró-cidadania e cujos recursos, antigamente, iam para os mesmos de sempre. A indignação dos “Arrnaldo Jabores da vida ficou evidente. Os inúmeros “Pontos de Cultura”. Para  Arnaldo Jabor conseguir uma verba para o seu projeto, deve haver  um cunho social.

Ana Holanda inicia sua gestão, dando sinais de que o projeto vencido no processo eleitoral do último pleito saiu vitorioso!

Aos que pedem prudência, contra os ataques à ministra, danem-se.

Portanto, pau na ministra!

A Carapuça

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Você consegue imaginar o Panamá livre dos EUA?

Você consegue imaginar o Panamá livre dos EUA? Eu confesso que não consigo, e creio não estar curto de imaginação.

Trato isso à baila porque Panamá, Egito, é tudo ao mesma coisa, em ao menos dois aspectos: são países com canais artificiais que permitem ir de um mar a outro, e são países na área do tráfico de influência dos EUA. Os EUA gastam bilhões corrompendo capangas locais para transitarem numa boa por tais canais, e nada indica que isso vá mudar.

Dá pra imaginar isso mudando? Claro que não! Isso quer dizer que a corrupção de autoridades egípcias vai continuar de qualquer jeito.

Quer dizer, também, que não há nenhuma perspectiva crível de mudança política no Egito. (Nem no Panamá, é óbvio.)

O que se poderia esperar de melhoria social da tal revolução egípcia? A meu ver, forçando muito, no máximo a passagem de uma ditatura economicamente estagnada a algo como o capitalismo autoritário de Cingapura, isto é repressão política continuada, mas com desenvolvimento econômico. Mas isso também é inacreditável, pois não há base alguma para achar que algo assim vai acontecer. Quer dizer, há base para achar que o autoritarismo político vai continuar, mas não há base alguma para achar que a economia vai se mexer. O provável é que a situação econômica da população continue ruim, e a situação política leve, no máximo, à troca do capanga no poder.

Ainda assim, é óbvio que a movimentação dos egípcios é salutar, principalmente porque destroi o néscio dualismo repetido pelos islamófobos estadunidenses e seus papagaios locais. Não é o caso que no imaginário islâmico só há ditadura ou jihad. Há muito mais do que isso. Há, principalmente, um desejo de democracia tal qual aquele que se atribui aos ocidentais. Aliás, é uma pena que os tais ocidentais façam de tudo para frustrar tal desejo.
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Crianças (foto)

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• Mubarak


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MÍDIA E CORRUPÇÃO



Por Roni Chira, do blog O que será que me dá


Corromper ou subornar são verbos tão antigos como a própria história da humanidade. No Brasil, vão desde aquela singela cervejinha para o guarda de trânsito – mais conhecida como o “jeitinho brasileiro” – até o que Chico Buarque expressou genialmente em “Vai Passar”:


Dormia a nossa Pátria mãe

tão distraída

Sem perceber que era subtraída

Em tenebrosas transações


Os mecanismos de “subtração” aos quais Chico se referia florescem muito mais onde não há democracia, direitos humanos e justiça social. No Brasil, ganharam maior consistência nos bastidores da ditadura militar, onde a classe política foi imobilizada após o fechamento do congresso pelo AI-5 em 1968. Num cenário destes, qualquer “favorzinho” era negociado na base de propina. Do segundo escalão para baixo do governo militar, a corrupção corria solta enquanto a “Pátria mãe dormia”.
Muita gente usou deste recurso, muitas empresas cresceram quando tiveram “visão de mercado” aliando-se aos governos militares de forma pragmática. Falha e Globo são exemplos clássicos disso.
Quando recebeu das mãos dos militares a concessão pública para operar em território nacional, a Globo era associada ilegalmente ao grupo americano Time-Life. Significa que, além de darem suporte logístico e até militar aos generais (frota marítima americana estacionada na costa brasileira pronta para qualquer intervenção que se fizesse necessária para garantir a “normalidade da ordem golpista”), os americanos também atuaram na outra ponta do esquema. Para sustentar-se, o governo militar precisava ter voz e apoio na mídia. Isso é fundamental em qualquer golpe (até o surgimento da Internet). Assim, associados à Time-Life, que injetou o capital necessário, os militares e o jornalista Roberto Marinho vitaminaram o grupo Globo – jornal e TV - para tornarem-se a potência que são hoje. As diretrizes básicas: alinhamento e subordinação total do país aos interesses americanos na região.
Devemos lembrar que, naquela época, os monopólios midiáticos ainda estavam engatinhando no Brasil. A Record – que era a vanguarda da TV brasileira – possuía uma única emissora e um auditório com estúdio na Rua da Consolação. Silvio Santos começava a engatinhar com seu Baú e o horário “nobre” da Globo era um pastelão de luta livre que apresentava Ted Boy Marino – o “galã” da emissora. Havia um enorme espaço a ser ocupado para quem incorporasse a ideologia de subserviência aos EUA. A Falha era um jornaleco provinciano. Ofereceu-se como uma prostituta barata à ditadura. O Estadão representava a ultradireita 100% nacionalista.
No ambiente de 64 e nos anos que se seguiram, os caminhos eram estreitos: hipocrisia ou clandestinidade. No prisma da hipocrisia formaram-se políticos como Maluf e Serra. Um lambeu muita botina de milico até adquirir “maioridade” e caminhar com as próprias pernas, recebendo verbas públicas através do voto popular. “Roubou mas fez” – como dizem os paulistas “espertos” que o fazem campeão de votos em cada eleição que participa. O outro chutou a UNE para o alto e deu no pé quando sentiu o cheiro de botina de milico. Só retornou para lamber os sapatos da elite paulista e, através dela e de sua imprensa, conseguir eleger-se a cargos públicos.
O exemplo mais grave de corrupção no Brasil deu-se no final do primeiro mandato de FHC: a compra de votos parlamentares para aprovar a emenda constitucional que garantiria a reeleição do presidente. Foi um golpe de estado do colarinho branco. E, mais uma vez, precisava da mídia. Ou melhor, de sua omissão. O PIG não fez cerimônia: tratou o caso como um mexerico que não merecia mais do que algumas notas de rodapé em seus jornais. Há transgressão maior do que corromper para obter mais um mandato?
Já em 2005, as doações ao caixa dois do PT – que foram usadas para o financiamento de campanhas de diversos parlamentares e envolveram TODOS os partidos – foram um banquete para o PIG. A partir da denúncia de Roberto Jefferson (que embolsou R$ 4 milhões) armou-se um circo “nunca antes visto neste país”. Em seu embalo golpista, a imprensa amplificou e batizou o esquema de Mensalão. Plantou a idéia de que as verbas do esquema eram roubadas dos cofres públicos através de um labirinto de factoides e personagens emaranhados em intermináveis conexões. E essa percepção continua a ser alimentada ou, para se dizer o mínimo, nunca foi contestada. Até hoje não foi provado que o tal Mensalão era um procedimento mensal. Muito menos que utilizava verbas públicas. Rendeu a cabeça de José Dirceu, e quase derrubou Lula. José Dirceu, aliás, não renunciou para garantir elegibilidade, como a maioria dos acusados fez na época. Preferiu submeter-se à cassação e perder seus direitos políticos convicto de que, mais tarde, provaria sua inocência. A conferir.
Enquanto FHC e os que o antecederam controlavam a mídia e a Polícia Federal, engavetando denúncias e processos de diversas falcatruas que “subtraiam a Pátria”, Lula fez o oposto: deu total autonomia à PF e não impediu nenhuma CPI. Isso gerou números bem contrastantes (veja aqui). E o PIG tratou de configurar estes números como uma avalanche de corrupção orquestrada pelo PT. Colou? Além de colar fácil nas cabeças preconceituosas que não admitiam um operário ser presidente, também criou uma legião de cães raivosos empesteando a sociedade com palavras de ordem fascistas.
O episódio do Mensalão ainda aguarda julgamento para ser passado a limpo. É uma dívida que a justiça e o PT têm com a sociedade brasileira. E a imprensa corrupta e golpista? Continuará impune até quando?
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