Chávez fabrica inimigos externos


O Estado de S. Paulo - 27/07/2010

O equilibrista Hugo Chávez está marcando sessões extras do Circo Bolivariano. Bastou o presidente em fim de mandato na Colômbia, Álvaro Uribe, sacar do bolso a acusação de que a Venezuela dá abrigo a lideranças da narcoguerrilha colombiana, e apresentar provas, para Chávez emendar novo ciclo de malabarismos.

Há interpretações de que o objetivo de Uribe, poucos dias antes de deixar o cargo, é criar um fato consumado que dificulte o objetivo de seu sucessor, Juan Manuel Santos, de trabalhar para a reaproximação entre os dois países. A Colômbia é o maior aliado dos EUA na América do Sul e Uribe não vê com bons olhos a reconciliação com Chávez, extremamente hostil ao império ianque, como ele se refere aos EUA.

As acusações de Uribe dão novo combustível à pirotecnia do bolivariano, que rompeu as relações com Bogotá fato grave e raro entre países sul-americanos , passou a falar de uma iminente guerra com a Colômbia e a ameaçar os EUA, sem que ninguém possa levar a sério, com o corte do fornecimento de petróleo se o país for atacado pelo vizinho (ou pelo império). Ora, já em crise, a Venezuela se desestabilizaria de vez sem os dólares americanos.

Note-se que, para ganhar as eleições com facilidade, Santos surfou no prestígio de Uribe, que deixa o cargo com 70% de popularidade.

Ambos são do mesmo partido e Santos significaria a continuidade, em linhas gerais, dos rumos traçados pelo antecessor, que governa o país há oito anos. Registre-se também que, mesmo pregando a reaproximação com a Venezuela, o presidente eleito da Colômbia foi ministro da Defesa de Uribe, responsável pela política de linha dura contra a guerrilha e pelo ataque colombiano ao acampamento das Farc no Equador, que matou um líder guerrilheiro e levou Quito, aliado de Chávez, a romper com Bogotá.

O objetivo de Chávez é manter a plateia do Circo Bolivariano entretida, porque circo tem, mas o pão está cada vez mais escasso.

A Venezuela mergulha na pobreza, no banditismo, no desabastecimento, na inflação, na desorganização da economia via estatização. A exatos dois meses das eleições parlamentares, é preciso criar inimigos externos, exacerbando o nacionalismo, para tentar reter eleitores suficientes para continuar em maioria na Assembleia Nacional. Há quem encontre semelhanças entre Uribe e Chávez, ambos carismáticos e midiáticos. Só que a Colômbia, democraticamente, optou por renovar o ocupante do mais alto cargo do país.

Já o caudilho instaurou a reeleição ilimitada na Venezuela. Em vez de pirotecnia eleitoreira, bem faria ele se aceitasse uma missão internacional para verificar as denúncias colombianas.

A colaboração chavista facilitaria o objetivo de reaproximação de Santos, com o que ambos os países só têm a ganhar. O conflito entre Bogotá e Caracas demonstra, por outro lado, o esgotamento da diplomacia compañera, de cunho ideológico, do governo Lula. O país, que se arvora a mediar, sem sucesso, conflitos fora de sua área geopolítica, perdeu credibilidade para atuar nas disputas entre os vizinhos sul-americanos, em relação às quais já foi um mediador confiável. Tudo devido às demonstrações de simpatia de Brasília em relação ao chavismo.
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PROMESSA DE SERRA SOBRE ESCOLAS TÉCNICAS É UM EMBUSTE

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Candidato do atraso à presidência da República, Zé Chirico demonstra, a cada compromisso que assume como “programa de governo", ter perdido completamente o senso de ridículo – se é que algum dia o teve. Sem rumo, sem projeto, sem ideias próprias e, sobretudo, sem-vergonha, o tucano não sabe mais o que inventar para abastecer a Imprensa Golpista e Pestilenta de manchetes ribombantes. Onde quer que chegue com seu séquito de xeleléus, Serra vai logo dizendo que faz-e-acontece, que é o bambambã da parada, o rei das cocadas, que não tem para ninguém. E, sem qualquer pejo, passa a desenfiar as mais estapafúrdias promessas, imediatamente guindadas às primeiras páginas dos jornalões e dos tabloides de todo o país. “Eu vou fazer a ponte do Guaíba”, estampou, outro dia, a gazetinha do Grupo RBS, como se não houvesse ponte alguma unindo as margens opostas do encantador estuário gaúcho.
A verdade é que Serra dirá sempre qualquer coisa sobre qualquer coisa, visto que caberá aos conglomerados mafiomidiáticos que o sustentam dourar suas falas e fazê-las parecer exequíveis ou verossímeis.
No último sábado, 24, José Serra andou batendo perna no interior do Paraná. Na cidade de Paranavaí, discursando para uma multidão de, aproximadamente, 90 pessoas, o tucano levou seu desvario ao paroxismo, prometendo “entupir o Brasil de cursos técnicos”. De acordo com a versão edulcorada do comício, publicada n’O Estado de S. Paulo, o candidato afirmou que “se for eleito irá criar o Programa do Ensino Técnico (Protec), com 1 milhão de vagas em quatro anos”. Ainda conforme a notícia, “o Protec seguiria o modelo do Programa Universidade Para Todos (Prouni), em que as universidades particulares oferecem bolsas de estudos subsidiadas pelo governo federal para os estudantes sem recursos”.
Não é bonito isso? Serra vai dar bolsas de estudos para os alunos das escolas técnicas brasileiras, praticamente todas estatais, públicas e gratuitas. Talvez seja a senha de que ele pretende, antes, privatizar os CEFETs. Ou, provavelmente, seja mais um de seus desvarios da boca para fora – dos quais os brasileiros sérios já estão entupidos de ouvir.
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EUA e Paquistão, quem fará a reportagem?









O inglês The Guardian está dando uma bela lição de jornalismo. Recebeu o arquivo com mais de 91 mil relatórios secretos vazados para o site WikiLeaks e preparou um enorme banco de dados, com ótimas ferramentas e infográficos para pesquisa. A coisa é tão vasta e complexa que David Leigh, seu editor de investigações (sim, eles ainda fazem isso) aparece em vídeo para explicar em tutorial como usar o material. Um lorde.

Mas, do que já surgiu de informação, uma me parece maior que todas, e é claro que boa parte da mídia internacional e a nossa não deve dar a devida importância: o apoio do governo paquistanês aos talibãs. Trairagem com os americanos, diriam alguns? Talvez o buraco seja mais em cima. Caberia uma belíssima reportagem se alguém juntasse informações que a própria mídia forneceu ao longo dos últimos nove anos sobre as relações entre EUA e Paquistão. Esta poderia ter feito seu trabalho, mas não o fez. Só agora aparecem fatos graças à internet e a um provável militar descontente.

Sugiro alguns pontos:

A CIA e a ISI, a central de inteligência paquistanesa, trabalham coladinhas há anos. A última é cria da primeira, usam o mesmo modelo, é permanente a colaboração entre as duas. Quem diz é o New York Times. E a CIA já repassou centenas de milhões de dólares para sua congênere no Paquistão, diz o Los Angeles Times.

A CIA e a ISI criaram o talibã, disse Asif Ali Zardari, o próprio presidente do Paquistão, registrado no The Times of India. Interessante, não? Será que isso não dá uma bela reportagem em edição dominical? E não foi o único a dizer. Selig Harrison, um especialista em Ásia do the Woodrow Wilson International Centre for Scholars, confirmou o mesmo, com dados abundantes, no Emperor's Clothes.

E a denúncia de que a ISI estava por trás dos ataques em Mumbai em 2008? Teoria da conspiração? Há nomes envolvidos, diz o News Daily, cadê a reportagem?

E a história, de variadas fontes, que relataram que pouco antes do 11 de setembro o chefe do serviço secreto paquistanês, General Mahmood Ahmed, esteve em Washington. Lá, manteve conversas no Pentágono com o conselho de Segurança Nacional, depois com o diretor da CIA, Tenet, com pessoas da Casa Branca e com Marc Grossman, subsecretário dos EUA para assuntos externos. As mesmas fontes dizem que Mohamed Atta, um dos alegados terroristas do 11/9, recebeu pagamento no valor de 100 mil dólares de Amed Omar Saeed Sheikh, da ISI, que deposita o dinheiro em nome do general Mahmood Ahmed, diz o Asia Times.

Quem vai fazer a reportagem?
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Provas sao faceis porque os meliantes confiaram na impunidade

Muito boa postagem Stenio as declaracoes de Indio da Costa so colocaram as coisas nos devidos lugares. Lula estava muito tranquilo navegando em mares calmos, fazendo propaganda para sua candidata que alias nem vai mais a debates. Ele desobedece as leis o tempo todo, desafiando o Judiciario descaradamente e ainda por cima deixando de dar as explicacoes que o povo realmente precisa. Indio so foi a
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Brasileiro já pagou R$ 700 bilhões de impostos em 2010


Do início do ano até esta segunda-feira (26), os brasileiros já pagaram mais de R$ 700 bilhões em impostos estaduais, municipais e federais. A marca foi registrada hoje pelo Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), que está instalado no centro da capital. Em 2009, a marca de R$ 700 bilhões foi atingida 41 dias depois, no dia 4 de setembro.

Pela internet (www.impostometro.org.br), é possível acompanhar o avanço do Impostômetro no Brasil, nos estados e nos municípios. Inaugurado em abril de 2005, o sistema também informa o valor total pago de impostos desde janeiro de 2000 e faz estimativas de quanto será pago de impostos até dezembro de 2010. A metodologia utilizada considera impostos, taxas, contribuições, juros, multas e correções monetárias pagos às três esferas de governo.

G1
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