Sobre o terrorismo.

Nos últimos dias, tenho lido em sites de diversas publicações conservadoras ou pró-Israel, brasileiras e estrangeiras, inúmeros artigos sobre o episódio da invasão pelas forças de segurança daquele país à flotilha que levava ajuda humanitária à Gaza. Em quase todos eles, os ativistas que estavam nos navios são chamados de "terroristas" e acusados de terem "reagido violentamente" à "abordagem pacífica" dos israelenses. Por isto, não pude deixar de lembrar dos versos do poema "Apóio o terrorismo", do poeta sírio Nizar Qabbani, transcritos por Tariq Ali em seu livro "Bush na Babilônia". Neste poema, Qabbani identifica-se com os movimentos de resistência palestinos que Israel e os setores pró-Israelenses no ocidente associam ao "terrorismo" e, que por isto, acabam sendo colocados em um grande saco-de-gatos, ao lado de grupos extremistas de toda a espécie, que proliferam às margens da tal "ordem mundial". Ah, é importante ressaltar que a própria esposa do poeta foi morta quando muhajedins libaneses atacaram a embaixada iraquiana no período da guerra entre o Irã e o Iraque. Mas isto não o impediu de se posicionar claramente em defesa do povo palestino e contra o terror de Estado implantado por Israel. Reproduzo abaixo trechos deste poema:

(...) Acusam-nos de terrorismo
se escrevemos a ruína de uma terra arruinada
dilacerada, fraca...
um lar sem endereço
uma nação sem nome

Um lar que nos proíbe de ler jornais
e de ouvir as notícias.
Um lar onde os pássaros são proibidos
de cantar.
Um lar onde, pelo terror,
acostumamo-nos a escrever
sobre nada. (...)

Estados Unidos da América
Contra a cultura dos povos
porém sem cultura
Contra as civilizações civilizadas
mas sem civilidade
Estados Unidos da América
Um poderoso edifício
sem paredes! (...)

Acusam-nos de terrorismo
se defendemos nossa terra
e a honra do chão...
e revoltamo-nos por sua honra
quando abusam de nós e de nosso povo
e acusam-nos se protegemos as últimas palmeiras do nosso deserto
as últimas estrelas do nosso céu
a última sílaba de nossos nomes
e o último leite do seio materno
e se este foi nosso pecado
como é belo o terrorismo (...)

Apóio o terrorismo
se ele pode libertar um povo
da tirania e dos tiranos
e salvar o homem da crueldade humana (...)

Apóio o terrorismo
enquanto a nova ordem mundial
quiser massacrar nossos descendentes
e atirá-los aos cães.
E é por tudo isso
que elevo minha voz às alturas:
defendo o terrorismo
estou com o terrorismo
apóio o terrorismo...
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E se fosse no Irã?


Imagino uma charge para representar a visão internacional de nossas elites e sua mídia: vários distintos senhores em seus belos ternos, de quatro, cabeça baixa, tal como se estivessem rezando voltados para Meca. Mas, neste caso, estariam de costas, oferecendo a retaguarda para Washington. Imagino assim representar o espírito de entreguismo desta gente a tudo que vem da nação do norte. Principalmente suas idéias.

Só assim podemos entender que apenas hoje a Folha de S. Paulo noticiou o caso do brasileiro Marcelo Santos, preso na Arábia Saudita, fato já há um bom tempo comentado por blogs e redes sociais na internet.

Imagine se o fato fosse no Irã? Teria virado manchete, colunistas amestrados estariam colocando a culpa em Lula e sua política externa. Mas foi na terra do fundamentalismo amigo dos EUA. Lugar onde vive a família Bin Laden, sócia em negócios dos Bush. Onde o farto petróleo é vendido a preço camarada pela família Real.

Aliás, o brasileiro sobrevive em um pequeno apartamento cedido por irmão de Osama Bin Ladem. Só este inusitado fato já teria merecido atenção da mídia.

A matéria na ediçaõ de hoje da Folha:


Arábia Saudita proíbe brasileiro de deixar o país

Ele agrediu policial em partida de futebol em abril; agora, tem de ficar no país enquanto durar o processo

Marcelo Santos atuou durante a partida como tradutor de Luiz Felipe Scolari; ele está na casa do irmão de Bin Laden

RICARDO GALLO
DE SÃO PAULO

GUSTAVO S. FERREIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Faz quase dois meses que o tradutor brasileiro Marcelo Santos, 40, está proibido de deixar a Arábia Saudita.

Acusado de agredir um policial após um jogo de futebol, tem de ficar no país enquanto o processo durar.

Ele trabalhou na partida como intérprete do brasileiro Luiz Felipe Scolari, então técnico do Bunyodkor, do Uzbequistão. A equipe uzbeque jogou em Jeddah contra o Al Ittihad, em 14 de abril, pela Copa dos Campeões da Ásia.

No final da partida, chutou um juiz e trocou pontapés com um policial à paisana.
"Não sabia que ele era policial. Fui agredido e revidei", disse à Folha, por telefone.

Segundo ele, o árbitro o havia chamado de "macaco" durante o jogo -fluente em russo, Marcelo estava ao lado de Scolari para traduzir as instruções aos jogadores.
O brasileiro está em Jeddah desde então. Vive de favor em casa de quarto e sala cedida por Khalil Bin Laden, cônsul honorário do Brasil e irmão de Osama Bin Laden.
Levado para delegacia, o brasileiro se livrou da prisão graças à intervenção de Khalill, que assinou termo de compromisso para liberá-lo.

O seu passaporte, porém, está com a embaixada brasileira -condição do governo local para não o prender.

"Para mim, é como se eu estivesse preso aqui. Não posso voltar para casa."
Agressão contra autoridade é crime grave no país, segundo a embaixada, que não informou eventual pena.

O governo Lula pediu duas vezes liberação "imediata" do brasileiro, sem resposta.
O ministro Celso Amorim (Relações Exteriores) ligou para o homólogo saudita em 24 de maio. Scolari e Rivaldo, jogador do clube, também apelaram. Um advogado designado pelo cônsul tenta resolver o caso na Justiça local.

Com a demora, os US$ 600 que recebeu do Bunyodkor para ficar no país estão no fim. Hoje, Marcelo afirma ter menos de US$ 200 (R$ 368).

Para economizar, come sanduíche e frutas. Tem só duas mudas de roupas. Esperança de ir embora, o brasileiro diz ter. Mas o processo pode demorar até oito meses.

Ele tem mulher e duas filhas, que vivem em Recife.

Na esfera desportiva, foi suspenso por cinco anos e multado em US$ 20 mil.
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Atual Diretoria do DCE descumpre solicitação da Comissão de Inquérito


Nota sobre a NÃO-entrega da documentação pelo Executiva do DCE

Às dezessete horas do dia sete de junho de dois mil e dez os integrantes da CEI, conforme deliberado na ata de número 5 desta comissão, estiveram no DCE-UFRGS para receber os documentos solicitados a esta entidade, para assim poder proceder as investigações. No momento em que a CEI esteve presente nenhum integrante da executiva da gestão se apresentou. Os integrantes da CEI apenas tiveram interlocução com dois bolsista e Paulo Roberto Paganella, como representante da gestão. Este disse ter entrado em contato com Renan Pretto (presidente do DCE), que justificou sua ausência por estar fora da cidade. Alegou que momentos antes havia entrado em contato com Claudia Thompsom (vice-presidente do DCE), que justificou estar indisponível. Diante da impossibilidade de contatar algum membro da executiva e buscando o diálogo para o melhor andamento das investigações a CEI decidiu aguardar ates às dezoito horas até que alguém pudesse esclarecer porque não havia nenhum documento disponível e porque nenhum membro da executiva, sabendo de nossa ida, estava presente na sede do DCE – UFRGS. Às dezoito horas a CEI se retirou do DCE sem NENHUM DOCUMENTO solicitado, nem mesmo documentos justificando tal ato. Por bem e para tornar público tal procedimento a CEI decidiu formalizar os seguintes fatos. Assinam este documento o presidente da CEI, Andreas Ostermann e o representante do DCE Paulo Paganella.
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Recado dado...

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Sobre patrolas


Destes deputados e deputadas da base governista, apoiadore$/apoiadora$ do desgoverno Yeda Rorato Cru$iu$ [PSDB/PRBS], marcado pela truculência, deveríamos esperar algo diferente do que manifestação com linguagem violenta? Claro que não!

Agora, lembrem senhora$ e senhore$ que habitam a ALERGS por conta do voto que, além de patrolar a população mobilizada, moradora ou não do Morro Santa Teresa, estarão patrolando a Justiça, como poderá ser lido neste documento aqui, assinado pelo Desembargador Leo Lima, nada mais, nada menos, do que o Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul! Um ofício em resposta ao memorial escrito pela Dep. Est. Stela Farias [PT] e Dep. Est. Raul Carrion [PCdoB] e Raul Pont [PT], que pode ser lido aqui.

Tomara que a resposta a este desaforo, a esta virulência, seja dada nas urnas. Tem muita gente boa, arriscamos a dizer que de partidos da direita inclusive, aguardando seu voto para deputada e deputado estadual e federal este ano. Ei povo! Ajude a qualificar a legislatura na Assembleia, livrando-a de oportunistas deste naipe, que ignoram o bom senso [deixando a questão ideológica de lado nesta hora]!

Tentem imaginar o que será o Morro Santa Teresa com construções como essas, abaixo, em que estudo do economista Mauro Salvo alerta para a evolução do mercado imobiliário de Porto Alegre com vistas a identificar sua vulnerabilidade à ocorrência de ilícitos financeiros no que tange a utilização do setor com intuito de lavar dinheiro de origem criminosa. Ou seja, qualquer precipitação, correria na aprovação de uma lei, que sequer destina as verbas da venda para a descentralizada da FASE, poderá suscitar dúvidas em relação à seriedade de quem "patrola" a população mobilizada riograndense contra essa venda...


Artes: Henrique Wittler
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