A gente sabia que era só questão de tempo. Agora não é mais: a dengue chegou de fato a Porto Alegre.
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A Prefeitura faz o que pode, e até o momento tem vencido batalha por batalha dessa guerra que ela sabe perdida de antemão. E perdida não por incompetência, sequer por desleixo da população. É uma guerra perdida porque é travada contra a elite da força aérea da biomassa mais poderosa do planeta.
Dengue em Porto Alegre
Campanha promovida no PIG...Chega às raias do ridículo.
Mas os adeptos do totalitarismo não desistem. Obcecados pelo controle do pensamento alheio, de vez em quando eles ressuscitam projetos autoritários disfarçados de avanços sociais. Foi assim com a frustrada tentativa de criação de um Conselho Nacional de Comunicação no primeiro mandato do presidente Lula, que ganhou nova versão na Conferência Nacional de Comunicação, realizada em dezembro do ano passado. Mais recentemente, o chamado “controle social” dos meios de comunicação foi outra vez contemplado num dos capítulos do polêmico Programa Nacional de Direitos Humanos, que conjuga boas intenções e inexplicáveis aberrações. Por fim, surge agora no texto-base da Conferência Nacional de Cultura, programada para março, a mesma ladainha autoritária afirmando que “o monopólio dos meios de comunicação representa uma ameaça à democracia e aos direitos humanos”.
Aqui, o PIG (Partido da Imprensa Golpista) e simpatizantes, declamam a velha cantilena do totalitarismo. Velha como as inúmeras justificativas para apoio de ditaduras. E como se a própria imprensa não tivesse apoiado e se locupletado com as sanguinárias ditaduras militares latino-americanas.
Controle da sociedade pelo pensamento único é justamente o que a imprensa nacional e meios de comunicação eletrônicos fazem com a população, desrespeitando-a ao distorcer verdades e manipular o imaginário na defesa unicamente de seus interesses e de seus parceiros.
Não é por acaso que o PIG, associado a uma parcela do empresariado nacional, está interessado em continuar mantendo o controle total dos meios de comunicação, desejando para ela e somente ela o direito de informar, comentar, julgar e condenar e determinar sobre o bem e o mal. O contraponto é uma "entidade" para inglês ver! A informação como mercadoria.
A Conferência Nacional de Comunicação tratou justamente sobre esse tema, e foi boicotada de todas as maneiras pelos órgãos empresariais de comunicação. O CONAR associada a ESPM lançam uma campanha que atenta a nossa inteligência. E vejam como o PIG se movimenta, através da propaganda. Cremos que informação e propaganda sejam duas coisas um pouco antagônicas, a menos que se use a informação como ferramenta de manobra de massas. Justamente o que a direita sempre acusou dos regimes totalitários de esquerda.
A peça publicitária é uma afronta e é, para nós, uma prova do que realmente significa o monopólio da mídia corporativa, controlada majoritariamente no Brasil, por seis famílias. E isso a cidadania não pode mais tolerar.
O que queremos é a diversidade de meios de comunicação, sem monopólios, e que os sindicatos e movimentos sociais possam ser concessionários de rádios ou TVs, para discutir e difundir suas idéias. O que se quer é a diversidade. Hoje isso não é possível.
Este é o verdadeiro monopólio. Hoje há a verdadeira ditadura dos meios de comunicação.
Mas significa uma terrível perda política, das elites econômicas, passo já dado pelos países que costumamos chamar de “primeiro mundo”.
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CONAR (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) é uma associação patronal. A peça publicitária age contra o que o CONAR chama de sua "MISSÃO":"Impedir que a publicidade enganosa ou abusiva cause constrangimento ao consumidor ou a empresas. Constituído por publicitários e profissionais de outras áreas, o CONAR é uma organização não-governamental que visa promover a liberdade de expressão publicitária e defender as prerrogativas constitucionais da propaganda comercial. Sua missão inclui principalmente o atendimento a denúncias de consumidores, autoridades, associados ou formuladas pelos integrantes da própria diretoria. As denúncias são julgadas pelo Conselho de Ética, com total e plena garantia de direito de defesa aos responsáveis pelo anúncio. Quando comprovada a procedência de uma denúncia, é sua responsabilidade recomendar alteração ou suspender a veiculação do anúncio. O CONAR não exerce censura prévia sobre peças publicitárias, já que se ocupa somente do que está sendo ou foi veiculado. Mantido pela contribuição das principais entidades da publicidade brasileira e seus filiados – anunciantes, agências e veículos –, tem sede na cidade de São Paulo e atua em todo o país. Foi fundado em 1980."
O que esperar do CONAR se este conselho atropela sua própria missão, ao participar da publicação dessa peça enganosa?
ESPM:(Escola Superior de Publicidade e Marketing)
Missão
• Manter a nossa identidade; reforçar compromissos com a comunidade
• Ser reconhecidos nacionalmente como um centro de excelência (“Aqui se ensina a competir com competência”)
• Alcançar expressão internacional; centro de geração de conhecimentos e de formação de líderes e empreendedores de negócios nas diversas arenas da Comunicação, Marketing e Gestão Empresarial
Valores
Na formação de nossos alunos, valorizamos a ética pessoal e empresarial, a noção do dever, o raciocínio lógico, a criatividade e capacidade de resolver problemas com competitividade. Queremos incutir neles os quatro valores que nos acompanham há mais de meio século, a saber:
1. Busca da excelência
2. Responsabilidade Social
3. Ética nas Relações
4. Integração com o mercado
Responsabilidade Social e ética nas relações acabaram de ir para o brejo!
À Respeito do Instituto Millenium
O Título é meu, o texto é do Blog Comunismo Nunca Mais:
A FARSA DO MILLENIUM
O Instituto Millenium, que pretende ter como missão promover a democracia, a economia de mercado, o estado de direito e a liberdade, promoveu hoje o 1º Fórum Democracia e Liberdade de Expressão. Participam do encontro vários medíocres como Fernando Gabeira, Arnaldo Jabor e Reinaldo Azevedo, e alguns intelectuais até que respeitáveis, como Demétrio Magnoli, Denis Rosenfield, William Waack e Otavio Frias Filho. Respeitáveis, mas ingênuos. Eis o cardápio dos debates:
9h30 - Painel de Abertura: Liberdade de Expressão: Cenários, Tendências e Práticas na América Latina
11h - Ameaças à Democracia no Brasil
14h - Restrições à Liberdade de Expressão
16h - Liberdade de Expressão e Estado Democrático de Direito
17h30 - Especial de Encerramento: Democracia e Liberdade de Expressão
A agenda é divina. Até parece que o instituto defende a democracia, o Estado democrático de Direito e a liberdade de expressão. No entanto... Em julho do ano passado, fui convidado a escrever no site do instituto. Por que não? Pediram meu currículo, enviei-o. Com uma ressalva: “Não aceito censura a nenhum artigo que pretender publicar no site Millenium. Se houver hipótese de censura, considere-me excluído do Instituto”. Resposta de Anita Lucchesi, coordenadora de redes do Instituto Millenium:
Caro Sr. Janer,
consultei a nossa editora, Cristina Camargo, para que pudesse lhe informar sobre nossa linha editorial, com mais certeza, pois é ela que cuida da publicação dos artigos. Envio-lhe, portanto, a linha editorial do Millenium:
Não publicamos artigos que contenham defesa ou condenação dos seguintes assuntos:
- Aborto
- Pena de morte
- Células-tronco embrionárias
- Eutanásia
- Suicídio
- Legalização das drogas
- Homossexualismo
- Adoção de crianças por casais homossexuais
Se o senhor não se importar com estas colocações, podemos prosseguir, no entanto, se o senhor se sentir "censurado", faça-me saber, podemos conversar sobre outras formas de participação, se for do seu interesse.
Claro que não prossegui. O instituto que pretende defender a liberdade de expressão começa excluindo qualquer hipótese de debate sobre os temas mais candentes da imprensa contemporânea. No mínimo, deve servir de plataforma a algum partido político, provavelmente o PSDB.
E depois enchem a boca falando em democracia e liberdade de expressão. O mais espantoso é que jornalistas, que sempre pretenderam defender a democracia e liberdade de expressão, participem desta farsa.
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