Abriram as portas das fábricas de salsichas

Obrigado ao meu leitor anônimo que deu a dica. A criação do blog da Petrobras é uma das melhores ações de comunicação recentes. No momento que a mídia parte orquestrada para cima da Petrobras, em mais uma tática demo-tucana, a resposta imediata da empresa a cada erro ou desvio de informação publicado é contraponto dos mais necessários e até aqui inexistente. É o que de melhor estamos conquistando com a blogosfera, o cidadão comum tendo acesso à informação sem intermediários. Tarefa que a grande mídia imaginava ser apenas sua. Não é. Ela é parcial e tem interesses específicos na apuração dos fatos, distantes do objetivo de dar aos seus leitores a chance de ouvir o outro lado.

A novidade já causa frisson nas redações, podemos perceber pelas perguntas que os jornais o Globo e o Estado de S.Paulo fizeram sobre a criação do blog. Este último, em nome do cartel, chega a tomar as dores da Folha de S.Paulo, com o patético argumento que o disclaimer no email enviado com as perguntas do “concorrente” proíbe reprodução. Não, não há reprodução de emails. O que o blog faz, para a grande dor de cabeça da mídia, é divulgar perguntas, respostas da empresa e matérias publicadas. O horror para os que até aqui podiam distorcer na edição cada apuração. Terão agora o contraponto da Petrobras e o acompanhamento das notícias por muitos.

Bola dentro. Já sou leitor diário.
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Pérolas do futebol





Meu amigo José Antônio Pinho – professor da Escola de Administração da Universidade Federal da Bahia e editor da excelente revista Organizações & Sociedade (http://www.revistaoes.ufba.br/) – é, como eu e milhões de outras pessoas, um amante do futebol. Sua revista publicará nas próximas semanas um número especial dedicado precisamente a esse esporte, visto como prática, negócio e desafio gerencial.

Acabei de receber um e-mail do Pinho com uma excelente coletânea de frases célebres do mundo do futebol. Agreguei algumas outras à sua lista e reproduzo tudo abaixo.

Como se sabe, muitas das frases consideradas “pérolas do futebol” são inventadas. Alguns dos personagens do universo futebolístico tornaram-se tão famosos e foram tão centralizadores das atenções que impulsionaram a construção de todo um imaginário a partir deles. Foi o caso, por exemplo, de Vicente Matheus (1908-1997), o “eterno” presidente do Corinthians, que mesmo depois de morto continuou a ser referência na área. Suas frases sem pé nem cabeça fizeram-no famoso, completando todo o folclore que se criou a partir de sua conduta irreverente, alegre, fora dos padrões do que se considerava “mundo educado”. Matheus morreu de câncer em 1997. Dez anos depois, quando o Corinthians caiu para a série B, sua viúva Marlene o homenageou: “Ainda bem que o Vicente não viu. Seria mais uma morte para ele”.

São atribuídas a ele algumas pérolas que jamais puderam ser comprovadas: “O Sócrates é invendável e imprestável”, “Depois da tempestade vem a ambulância”, “Agradeço à Antárctica pelas brahmas que nos mandou”, “Vou dar uma anestesia geral para os que estão com a mensalidade atrasada”, "Minha gestação foi a melhor que o Corinthians já teve."

Outro grande personagem foi Dario, o Dadá Maravilha, cuja irreverência concorria com a ingenuidade e a genialidade dentro e fora do campo. Consta que ele mesmo fixou seu slogan: “Com Dadá em campo, não tem placar em branco”. E que costumava se definir sem falsa modéstia: “Artilheiro são outros, eu não sou artilheiro, sou uma máquina de fazer gols”. Para ele, o gol seria “o orgasmo do futebol”. Também é atribuída a ele a conhecida “Tragam-me a problemática, que eu chego com a solucionática.

Garrincha teria de ser igualmente lembrado, e com ele se iniciaria a composição de um verdadeiro elenco de ouro.

Independente de serem falsas ou verdadeiras, as frases são fantásticas. E revelam toda a dimensão cultural (portanto, política e social) do “esporte das multidões”, que tem mesmo, ao menos no Brasil, a cara do povo.

Ao reproduzir algumas delas abaixo, faço o convite para que outros amigos do futebol continuem a completar a lista.

De Vicente Matheus

"Jogador tem que ser completo como o pato, que é um bicho aquático e gramático".

"O difícil, como vocês sabem, não é fácil".

"Se entra na chuva é pra se queimar”.

"Tive uma infantilidade muito difícil."

"Haja o que hajar, o Corinthians vai ser campeão”.

"Peço aos corinthianos que compareçam às urnas para naufragar nossa chapa".

De Dario, o Dadá Maravilha

“Só existem três coisas que param no ar: beija-flor, helicóptero e Dadá”.

"Eu me preocupo tanto em fazer gols, que não tive tempo de aprender a jogar futebol".

“Não existe gol feio, feio é não marcar gols”.

“A área é o habitat natural do goleador, nela ele está protegido pela constituição, se for derrubado é pênalti”.

“Num time de futebol existem nove posições e duas profissões: o goleiro e o centroavante”.

“Bola, flor e mulher, só com carinho”.

De outros

"Quando o jogo está a mil, minha naftalina sobe". (Jardel, ex-atacante de Vasco e Grêmio).

"Clássico é clássico e vice-versa". (Jardel).

"Nem que eu tivesse dois pulmões eu alcançava essa bola". (Bradock, amigo de Romário).

"No México que é bom. Lá, a gente recebe semanalmente de 15 em 15 dias". (Ferreira, ex-ponta esquerda do Santos).

"O clube estava à beira do precipício, mas tomou a decisão correta: deu um passo à frente". (João Pinto, jogador do Benfica de Portugal).

"Eu disconcordo do que você disse". (Vladimir, ex-lateral do Corinthians, numa entrevista à Rádio Record).

"Na Bahia é todo mundo simpático. É um povo muito hospitalar". (Zanata, ex-lateral do Fluminense).

“Estou de regime, e o doutor me proibiu de comer bicarbonato”. (Fabio Baiano, ex-zagueiro de Flamengo, Palmeiras e São Paulo).

“Para fugir do becão, fiz que fui, não fui, e acabei fondo..”. (Nunes, antigo centro-avante do Flamengo).

A partir de agora, meu coração só tem uma cor: rubro-negra”. (Do zagueiro central Fabão, ao ser contratado pelo Flamengo).

"Não tem outra, temos que jogar com essa mesma". (Reinaldo, centro-avante do Atlético-MG, ao responder ao repórter que queria saber se ele ia jogar com aquela chuva).

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O retorno

Amigos,

estou de volta depois de algumas semanas distante de notícias, ainda com malas por abrir. Há muito para comentar, pelo ainda pouco que estou tomando conhecimento em meu retorno.

A oposição sem rumo apostou em uma tática do velho FH, que ouviu passarinho cantar sem entender direito o som. Resultado: a coisa ficou torta para o lado deles nesta CPI da Petrobras, com o risco de tiro pela culatra, o próprio ex-governo tucano pode sair ainda mais chamuscado ao final. Arrisco um nome para ela: a “CPI da barata voa”.

O cúmplice O Globo, tentando fazer seu papel de agência tucana, tomou uma piaba de anúncio de Petrobras publicado no próprio jornal. Desnudaram ponto a ponto reporcagem de um dia antes. A resposta do jornal foi pífia, em discreta nota. Devem ter gostado do feito. Afinal, me conta uma fonte do mercado publicitário, o espaço custou quase meio milhão. É esse o nó dos donos da mídia em papel. Ganham em um dia essa grana e não tem como cobrar o mesmo na internet em meses. O ralo está ficando perto.

E tem tucano empurrando Lula para o terceiro mandato. Que coisa... E ainda falam mal do bolsa-família mas querem ser o pai da criança. No desespero, enlouqueceram!

Vejo boas discussões sobre a imprensa, seu papel.

E no triste acidente aéreo, a imprensa demonstra que seu negócio é mesmo showrnalismo. Tragédia e mistério e tudo que desejam. No meio, vão tentar arrumar um jeito de envolver o governo no acidente. Esse pessoal de propaganda vende qualquer idéia.

Aos poucos volto com melhores observações. Uma dúvida, pergunto a vocês, qual o canalha que está melhor merecendo subir ao pódio, ali no logo do blog?
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Odair José e "O Filho de José e Maria".

Após ter "confiscado" (mas com a devida autorização!) a imagem de São Odair José do Blog Pirão Sem Dono , decidi fazer uma homenagem a esse grande ícone da Música (realmente) Popular Brasileira, contando uma breve história sobre um dos momentos mais conturbados de sua longa carreira e que é relatada no livro "Eu não sou cachorro, não - Música Popular Cafona e Ditadura Militar", de Paulo César de Araújo.

Em meados da década de 1970, influenciado pelo sucesso de óperas-rock como "Tommy" e "Jesus Christ Superstar" e pelo som produzido por guitarristas como Peter Frampton, Joe Walsh e Jeff Beck, Odair José decidiu produzir um álbum conceitual em que faria uma adaptação livre da história de Cristo para os dias atuais. A idéia (ou conceito) do disco era contar a trajetória de um jovem homossexual, filho de José e Maria, que assumiu sua sexualidade aos 33 anos, passando a viver feliz, depois de uma vida marcada pela rejeição da sociedade. Para tocar este projeto, Odair José - naquele momento um dos maiores vendedores de discos do Brasil - trocou de gravadora (a Phonogram não havia comprado a idéia)e, em 1977, lançou o álbum "O Filho de José e Maria", pela RCA. Além das claras referências religiosas, o disco também defendia abordava questões como o amor livre, o que levou Odair a ter sérios problemas com a censura e com a Igreja, que considerou o álbum um sacrilégio e chegou a ameaçar o cantor de excomunhão. Boicotado pelas rádios e ignorado pelo público habitual de Odair José, "O Filho de José e Maria" - considerado pelo cantor/compositor o seu melhor trabalho - transformou-se em um enorme fracasso de vendas, com milhares de cópias encalhadas e recolhidas pela gravadora. Além disto, em vários shows realizados Brasil afora, Odair foi bastante vaiado - e em alguns lugares chegou a ser agredido fisicamente - por um público que não conseguia compreender as inquietações intelectuais e as reflexões metafísicas de seu ídolo. Nunca relançado, este álbum tornou-se uma raridade garimpada em sebos por colecionadores, mas para quem quiser conferir uma de suas músicas, uma boa pedida é ouvir a versão de "Nunca Mais", feita pela banda Shakemakers, que está presente no excelente CD "Eu Vou Tirar Você Deste Lugar - Tributo a Odair José", onde 18 bandas e cantores do rock brasileiro prestam uma homenagem ao cantor.
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Conteúdo da programação

Eu tinha rabiscado esta charge há algum tempo. É bem apropriada para momentos em que há uma superexploração de uma tragédia por parte da mídia, sobretudo os telejornais. Como está acontecendo agora e acontece quase sempre.

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