O Avanço de Patrus Ananias

Do Sítio do Novo Jornal
Por Geraldo Elísio, 29/04/2009
“Em política não se deve aproximar com tanta afoiteza para não parecer ofensa e nem se afastar com tanta pressa que possa parecer fuga”. – Antigo ditado mineiro atribuído aos ex-pessedistas.
Uma segura fonte petista assegurou a este repórter que todo o campo está sendo aplainado para que possa vir a ser viabilizada a candidatura de Patrus Ananias ao governo do Estado de Minas Gerais.
A mesma fonte, respeitada no meio partidário, acrescenta que o ministro das Comunicações poderá também aceitar ser vice, o que facilitará a vida de Patrus, criando uma situação delicada para o Palácio da Liberdade em termos de sucessão do governador Aécio Neves.
Esta fonte analisa que os recentes encontros entre Patrus e Hélio Costa “avançaram muito”, elogiando o desprendimento do ministro das Comunicações. Segundo ele, a imagem de Ananias desfruta de um “conceito raro em termos de honestidade, transparência e credibilidade política nos tempos modernos, com o foco voltado tanto para Belo Horizonte quanto para o interior do Estado. Em determinados setores da divisão territorial de Minas, a ajuda do ministro Hélio Costa será fundamental, consolidando a ampliação do leque”.
Outro que mereceu elogios foi o ex-prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel. Tal fonte garante que estão superados os episódios que envolveram a última eleição para prefeito de Belo Horizonte, tendo os fatos posteriores ao pleito contribuídos para a base do Partido dos Trabalhadores “despertar para a reorganização de seus princípios e união”.
Relativamente à figura de Patrus Ananias é relevado “o espírito calmo e cordato, porém sem perder a energia quando isto se torna necessário e a confiança que ele inspira, lastreada “numa experiência que resultou numa modificação histórica dos parâmetros de administração de Belo Horizonte. Eu diria, politicamente existem duas eras: antes e depois de Patrus. Com um detalhe importante: sem rotas de colisões com ninguém. Patrus tem um objetivo fixo de apresentar propostas de governo, não atacar eventuais adversários. E o povo tem demonstrado que é isto que ele quer. A população despreza querelas inúteis. “E busca saber de qual forma poderá se beneficiar ao escolher seus representantes”.
Quanto ao plano federal, ele diz que o nome de Dilma Rousseff “está posto em definitivo” e que é “muito ampla” a sintonia dela com Patrus Ananias, o que aumenta a expectativa de vantagem eleitoral petista tanto no ângulo nacional quanto estadual.
“Afinal, Minas é o segundo maior colégio eleitoral do País e, se o presidente Lula está sendo bem avaliado, por vias de consequência este é um forte apelo popular a que não temos o direito de colocar em risco. Em política não pode existir como verdade a máxima se eu quiser elejo um poste. Ninguém pode esquecer que tudo tem de ser tratado às claras e de maneira democrática com o povo”.
“Por isto não estamos preocupados com quem possa vir a ser o adversário. Estamos preocupados é com um moderno programa de governo. Preocupações adversárias são deles, não as nossas”.
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Relendo "Bilhete para um Operário" no Primeiro de Maio.

Em 1980, Lula – então líder dos metalúrgicos do ABC paulista – foi preso pela ditadura militar, com base na famigerada Lei de Segurança Nacional. Na ocasião, o cronista Lourenço Diaféria (que falta ele faz!) publicou na Folha de São Paulo (bons tempos em que a “Folha” publicava crônicas como esta!) o belíssimo texto “Bilhete para um Operário”, que decidi reler – e compartilhar - neste primeiro de maio, quase três décadas depois. Hoje, o ex-líder operário tornou-se Presidente da República, mas, de certa forma, continua sendo “acusado” da mesma maneira que há 29 anos atrás. Só que desta vez, o seu “crime” é o de estar tendo a ousadia de – entre erros e acertos, recuos e avanços, marchas e contramarchas – promover uma revolução democrática e silenciosa que corrói as tradicionais bases de apoio de oligarquias seculares e que deixa aturdida uma certa esquerda conservadora, retrógrada e anti-dialética, que só consegue enxergar o mundo com lentes do século XIX.

Bilhete para um operário

Pegaram um dia um operário e disseram-lhe:
Senta-te no banco dos réus.
És acusado de haveres nascido com sonhos na cabeça. És acusado de teres os cabelos encaracolados.
És acusado de teres bigodes vastos, negros, provocativos.
És acusado de teres alguns pedaços de dedos a menos que o comum dos mortais, podados pelas engrenagens das máquinas.
És acusado de ficares pelas esquinas conversando em voz baixa com amigos enquanto a luz dos postes te ilumina o suor do rosto. És acusado de terem te visto no bar dando gargalhadas.
És acusado de tua casa ter um pequeno jardim com grama e flores.
És acusado de conheceres a sinfonia das sirenes das fábricas anunciando a aurora do primeiro turno.
És acusado de seres reconhecido na portaria e todos te cumprimentarem, e te baterem levemente nas costas com alegria, e te dizerem: olá, meu chapa.
És acusado de inventares um partido que não é o único, mas não se confunde com siglas e teorias de alfarrábios envelhecidos.
És acusado de fazeres discursos de improviso com vigor e garra que nascem do fundo das vísceras do espírito.
És acusado de não seres magro nem raquítico como teus irmãos deviam ser.
És acusado de jogares baralho e dares dores de cabeça aos homens sérios deste país.
És acusado de usares gravata em vez de macacão, vestindo-te com roupas só permissíveis no enterro do melhor amigo.
És acusado de freqüentar reuniões e discutires com sábios e iluminados sem pedir licença nem apresentar diploma.
És acusado de te haverem visto com ministros, criaturas importantes, e não te ocorrer submeter-se a elas.
És acusado de não teres te colocado no lugar cavado para o oprimido.
És acusado de haveres gritado com toda a força de teus pulmões fuliginosos.
És acusado de teres filhos bonitos e uma mulher doce, que devia ser feia e talhada a foice.
És acusado de não seres rapaz comportado, meigo, gentil, acetinado.
És acusado de conheceres a prensa e não te afugentar o ronco que ela faz na madrugada.
És acusado de quereres a pátria livre e livre, também, o coração e os sentimentos do homem.
És acusado de rezares e de pôr a boca no trombone quando todos se calam e descrêem de Deus e dos homens.
És acusado de teres o desplante de ser líder num país desnaturado onde quem levanta a fronte é triturado.
És acusado de haveres perdido a paciência de esperar pelo futuro que não chega nunca.
És acusado de usares sapatos 42, de couro, quando o normal é sandália havaiana.
És acusado de romperes as cadeias invisíveis que amarram teus braços peludos e tuas mãos penadas.
És acusado de atraíres os operários com tua voz, teu berro, teu silêncio, teu olhar, tua dor, tua ânsia, teu mistério, e saberes contar, sorrindo, tristes histórias recolhidas em barracos e cômodos-e-cozinhas.
És acusado de estares em pé, quando devias estar de bruços, de borco, exangue e vencido.
És acusado de não seres o que queriam que tu fosses.
Meu caro operário sentado no banco dos réus, por favor, recebe este recado:
Se existir mesmo essa senhora difusa e vaga a que chamam Justiça, confia nela.
Não creio que essa matrona seja cega.

Folha de São Paulo, 15/09/1980.
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"O futuro do PT"

Por José Dirceu, publicado no Blog do Zé Dirceu
"Para uma legenda de 30 anos, o PT pode ser considerado um caso à parte na história recente dos partidos políticos de esquerda socialista e democrática. Fundado no auge das lutas sociais na década de 1970, filho das lutas contra a ditadura, conquistou o apoio da esquerda independente, dos intelectuais e artistas, e de amplos setores da classe média. Nascido sob a liderança de Lula, consolidou-se como agremiação partidária, ganhou experiência nas lutas sociais e sindicais, aprendeu a disputar eleições, a legislar, a governar e a construir políticas públicas, programas de governo e alianças. 
Não foi um caminho fácil, mas se consolidou como um partido nacional com amplo apoio popular e formou quadros políticos, parlamentares e administradores. E o mais importante: conheceu o Brasil e seus problemas. Como toda a legenda, enfrenta o drama e a riqueza de ser um partido vivo de militantes, diretórios e núcleos setoriais; de atuar no Parlamento e governar, além de viver a contradição de um partido socialista que tem que governar sem maioria no Parlamento e no país, fazendo alianças e reformas econômicas, sociais e políticas.
Combatido e rejeitado pelo conservadorismo e pela direita, o PT vive sob o fogo cerrado da oposição e de grande parte da mídia, mas é, acima de tudo, um  partido que tem como credencial ter governado a nação e reeleito um presidente popular que mudou o Brasil para melhor. No governo, retomou um projeto de desenvolvimento nacional, apoiado no mercado interno e na distribuição de renda, no combate à pobreza e à miséria, na integração sul-americana e na presença soberana do país no mundo.
Sobre o futuro, qualquer que seja o resultado das eleições presidenciais de 2010 (a tendência é de mais uma vitória), o PT será uma força política institucional decisiva na vida brasileira, governará Estados importantes e, tudo indica, será de novo o partido mais votado para a Câmara dos Deputados, terá presença forte no Senado, e um número razoável de deputados estaduais, prefeitos e vereadores, sem esquecer sua força na sociedade e liderança nos movimentos sociais e populares.
Independentemente do resultado eleitoral de 2010, o PT terá novos desafios, entre os quais destaco o fortalecimento de sua estrutura de organização, de comunicação, de formação política, de construção de políticas públicas, sua autonomia financeira e sua consolidação como uma organização nacional de massas. Para que isso seja realidade, a legenda precisa superar seu estreitamento de hoje – um partido de tendências - , precisa abrir-se para se transformar numa agremiação de milhões de filiados para evitar se tornar um partido parlamentar ou de governo, exclusivamente, o que está acontecendo, não apenas pela força dos mandatos, mas também pela incapacidade de decisões políticas e formas de organização que permitam seu crescimento.
O PT tem desafios imediatos: enfrentar junto com o presidente Lula a crise econômica, retomar o crescimento, construir uma candidatura de Dilma Rousseff e suas alianças, seu programa, começando pelo resgate da bandeira das reformas política e administrativa. Essas são, acredito, as tarefas do PT e de seu 3º Congresso em novembro deste ano, com um olhar nas conquistas do passado, mas consciente dos desafios do futuro."
Comentário do blogueiro: O PT, como partido de massas, precisaria de fato se abrir para a sociedade, e assim multiplicar seu número de filiados. Dirceu está certo quando fala que o partido deve superar o estreitamento de ser "um partido de tendências". Não que essas tendências não devam existir, na medida em que elas trazem visões para o partido, mas não podem ter força para bloquear decisões internas do partido. Para tanto, é preciso que haja maior abertura do PT, com filiação em massa de simpatizantes, geralmente não ligados a nenhuma tendência. Como petista de coração, alguém que sempre votou no PT, teria prazer de participar desse novo PT, inclusive filiando ao partido. 
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Fingindo que nada acontece

Bom artigo publicado no Blog do Alon sobre a sucessão do presidente Lula em 2010.
O problema de saúde que atingiu a ministra Dilma Rousseff não parece ter gravidade suficiente para levar o Palácio do Planalto a pensar a sério numa alternativa para 2010. As informações médicas dão a ela, de fato, chances imensas de superar a doença. E há um outro ingrediente. No instante em que o oficialismo fizer o primeiro movimento para o plano B, este automaticamente se transformará em plano A. Numa situação assim, o mundo político entenderá qualquer marola como a senha para o desembarque.

Uma coisa são os eventuais aspirantes à vaga saírem por aí sondando o terreno. Outra, bem diferente, é imaginar que alguém esteja a fazer isso com o aval do presidente da República. Aliás, qualquer sondagem a esta altura nos grupos sociais e econômicos dominantes é em larga medida inútil. O candidato de Lula virá não “da sociedade”, mas do Palácio. E terá como trunfo o fato de ter sido indicado pelo mais popular presidente da História do Brasil. Daí que a sabedoria esteja a recomendar cautela para os pretendentes.
Preocupação maior nas hostes governistas, neste momento, é com um eventual acordo interno de pacificação no PSDB. Os sinais têm vindo tanto do Bandeirantes como das Mangabeiras. A dança entre José Serra e Aécio Neves é complexa e sinuosa. Aécio vem de mostrar flexibilidade quanto à data das prévias do partido. E Serra tem dito por aí que não afasta a possibilidade de se candidatar à reeleição em São Paulo.
Estão os dois, como dizia o ex-presidente Jânio Quadros, na posição do remador: fazendo força, mas de costas para o verdadeiro objetivo. Serra trabalha para aproveitar ao máximo a inércia, que o favorece. Aécio tem o grande trunfo de Minas. O estado foi a chave das vitórias de Luiz Inácio Lula da Silva em 2002 e 2006. Aliás, a esperança do PT para daqui a um ano e meio é repetir 1930. Uma aliança de Minas com o Nordeste contra São Paulo, abrindo espaço para a emergência política do Rio Grande do Sul. Com a vantagem de que Dilma pode ser gaúcha ou mineira, conforme a conveniência.
O problema do PT é que desta vez ele tem pouco a oferecer ao PSDB em Minas. Em 2002 e 2006, os petistas lançaram chapas menos competitivas no estado, um movimento que permitiu alianças informais. Assim, nas duas eleições Aécio e Lula venceram por ampla margem entre os mineiros. Desta vez, porém, PMDB e PT têm nomes fortes em Minas, no caso dos petistas mais de um. A eleição ali não será um passeio em céu de brigadeiro para ninguém.
Se o PSDB não pode bobear em Minas, tampouco pode dormir no ponto em São Paulo. Os tucanos paulistas são hoje favoritos a continuar, mas a soberba e as divisões internas sempre podem atrapalhar. Além do que, há uma certa fadiga de material e a pendenga não resolvida entre o prefeito da capital, Gilberto Kassab (DEM), e o ex-governador Geraldo Alckmin. E há também o movimento de Lula para tentar construir uma chapa competitiva em São Paulo, com uma cara nova, algo descolada da imagem tradicional do PT.
Para o PSDB, essa é uma diferença importante entre a eleição de 2010 e as duas anteriores. Em 2002 e 2006, a derrota nacional estava relativamente precificada e antecipadamente compensada pela quase certa conquista do poder nos dois maiores colégios eleitorais do país. A equação agora é um pouco diferente. Os tucanos precisarão fazer sua engenharia política nacional sabendo que podem ganhar tudo, mas com inteligência suficiente para notar que podem também perder tudo, inclusive o forte poder regional.
Daí a calmaria. De um lado e de outro, no PT e no PSDB, o que mais se faz nos últimos dias é fingir que não se está fazendo nada. O Palácio fareja o ambiente e mede as consequências do repentino obstáculo que apareceu diante da ministra Dilma Rousseff. A oposição tateia para evitar que, mais uma vez, sua divisão abra caminho para a continuidade do projeto de poder do PT. No meio dos dois, o PMDB aguça ao máximo seus já naturalmente aguçados sentidos, tentando desesperadamente antecipar para que lado a balança vai pender.
Comentário do blogueiro: Preferia que o PT e Lula tivessem optado por outra alternativa política, mas a Dilma é boa candidata e, portanto, tem a simpatia e o apoio desse humilde blogueiro. O que não tenho é certeza quanto às reais condições de Dilma para enfrentar uma cansativa campanha eleitoral. Ah, o problema de saúde dela não é grave. De fato, faz parte da minha extensa lista de desejos a ministra com toda saúde em 2010 e durante todo o seu futuro mandato, mas mineiro desconfia até de sua própria sombra. Tal dúvida deve ser dissipada antes de 2010, senão pode ser trágico para sua candidatura.
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Patrus reforça candidatura ao governo de Minas

Hélio Costa analisa apoio à candidatura de Patrus Ananias ao governo; diretório do PCdoB confirma adesão ao petista
Do Sítio do Novo Jornal   
O diretório estadual do PCdoB anunciou apoio ao ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias (PT), nas eleições de 2010 para o governo de Minas.     
Segundo a presidente da legenda, deputada federal Jô Moraes, o apoio a Patrus já estava sendo planejado porque o partido não terá candidatura própria e irá trabalhar no sentido de apoiar as siglas que estarão a favor da candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT).    
"Nós não vamos entrar na disputa pelo governo de Minas, portanto, já estamos iniciando as conversas com lideranças que apoiam projetos populares", afirmou.    
Patrus agradeceu. "Todo apoio é bem vindo neste momento. Nós sempre caminhamos juntos, temos um diálogo histórico, com compromissos comuns com os pobres, com os trabalhadores e com a justiça social", destacou.    
O PT de Minas está dividido desde a disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte. Uma ala do partido, comandada pelo ex-prefeito Fernando Pimentel, fechou aliança com o PSDB para eleger o prefeito Marcio Lacerda (PSB) no ano passado. Na outra ponta, ficou o grupo de Patrus, contrário à dobradinha.     
O clima de animosidade interna continua. Tanto Patrus quanto Pimentel intensificaram os encontros com lideranças no interior do Estado.     
Com o apoio do PCdoB, o ministro larga em vantagem nas negociações eleitorais. Mesmo restando mais de um ano para as eleições, Patrus acredita que o apoio do PCdoB fortalece sua pré-candidatura, não só dentro do PT, mas também no Estado.    
O ministro espera ter também o apoio de outras legendas que formam a base do governo Lula. “Sem dúvida. Estou conversando dentro do PT. A minha candidatura está colocada. E estamos conversando com nossos interlocutores históricos como o PCdoB, o PDT e o PMDB. Vou procurar também o PSB na perspectiva de fazermos uma grande aliança, que nos possibilite que ganhemos o governo de Minas e façamos no Estado o que o presidente Lula fez no Brasil”, afirmou.
Hélio Costa
O ministro das Comunicações, Hélio Costa (PMDB), voltou a admitir que poderá abrir mão de sua pré-candidatura ao governo do Estado para intensificar as negociações com o ministro Patrus Ananias.    
Informações extra-oficiais dão conta de que Costa aceitaria compor apenas com o ministro petista - e não com o adversário de Patrus dentro do PT, o ex-prefeito Fernando Pimentel.    O próprio peemedebista disse que tem mantido conversas constantes com Patrus e com o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Dulci (PT), na construção de um projeto para 2010. 
"Tenho pensado seriamente no meu futuro. O compromisso que assumi com o povo mineiro eu já cumpri. Gostaria muito de continuar trabalhando de alguma forma em benefício do meu Estado. Mas não tenho essa ansiedade que outras pessoas têm", disse.    
Costa negou que estivesse desmotivado na disputa e afirmou que "lá na frente", se o PMD conseguir construir uma candidatura, seria, sim, o candidato.     
"Eu e meu partido não somos empecilho, não somos obstáculo a qualquer composição ou negociação. Estamos muito confiantes de que já cumprimos a missão que temos. O PMDB nunca esteve tão bem em Minas Gerais, tão pacificado. Mas isso não quer dizer que temos que ter, obrigatoriamente, candidato", argumentou.    
Questionado sobre seu afastamento do ex-prefeito Fernando Pimentel, Costa reconheceu que o relacionamento entre os dois ficou estremecido depois que o PMDB foi excluído das negociações para a disputa pela prefeitura da capital, em 2008.    
Ao mesmo tempo, o ministro contou que foi procurado pelo petista e que o episódio foi superado e "está no passado". 
Retrospecto
Contrário à aliança com o PMDB, Pimentel lembrou os problemas enfrentados pelo PT nas últimas eleições para o governo de Minas, quando fechou uma ampla aliança partidária com a participação de adversários históricos, como a ala do PMDB comandada pelo ex-governador Newton Cardoso. 
"O retrospecto das nossas alianças com o principal partido da base aliada do presidente Lula em Minas é muito ruim. Nós disputamos duas eleições estaduais aliados ao PMDB e o resultado foi ruim", declarou o ex-prefeito de BH, praticamente descartando a aproximação com os peemedebistas. 
Pimentel lembrou que, seja qual for o candidato petista escolhido, o grande desafio será enfrentar um governo com altos índices de popularidade.    
Comentário do blogueiro: 
Fica cada vez mais claro que o único candidato com condições de unir a base do governo Lula em Minas Gerais é Patrus Ananias. A união é importante para conquistar o governo de Minas como também para o projeto político de eleger Dilma presidenta. É até engraçado o Pimentel queixar-se de aliança com o PMDB.     
É fato que em 2006 foi um equívoco aliar-se ao PMDB do Newtão. O PT tinha todas as condições de eleger um senador pelo partido, e preferiu uma aliança eleitoral que sacrificou sua bancada de deputados federais (o PMDB foi claramente beneficiado na coligação), abriu mão do candidato ao senado, e como contrapartida o partido carregou toda a rejeição do ex-governador Newton Cardoso. O PT naquele momento fez uma escolha errada ou equivocada. Pimentel, Nilmário Miranda e diversos outros petistas apoiaram a aliança.  Aliás, é a turma do Pimentel.
Só que as circunstâncias políticas de 2010 são bem diferentes de 2006. Um equívoco não justifica o outro. Caso o PT alie-se com o PMDB no Estado, o fiador da aliança será Hélio Costa, ministro do governo Lula, e não Newton Cardoso, como ocorreu em 2006. Isso por si só faz toda diferença. Além disso, o PMDB nacional deve indicar o vice de Dilma. O próprio Hélio Costa é um dos cotados para o cargo.     
O que o Pimentel deseja é isolar o PT no Estado. Como não terá apoio do grupo de Aécio, que já tem seu candidato, o vice Anastásia, Pimentel busca distanciar o PT dos partidos que não apóiam sua candidatura, mas têm simpatia pela candidatura de Patrus. A estratégia divisionista de Pimentel tem tudo para causar mais estragos no PT mineiro. O PT nacional deve ficar de olho nas articulações de Pimentel. O menino travesso pode naufragar de vez o PT no Estado. 

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