A gastronomia como prazer e política



Se futebol também é política, como se tem sustentado nesse espaço, o que dizer da gastronomia?

Não vou me estender no assunto, que foge do meu conhecimento. Mas todo mundo sabe que comer é historicamente um ato social, ao menos entre os humanos. Elaborar pratos com mais ou menos requinte, servi-los com algum cuidado estético e reunir os amigos em torno deles é uma das mais antigas tradições, creio que todos os povos e civilizações. Tem sido em torno de mesas, bares e restaurantes, nas salas ou cozinhas domésticas, que muitos problemas e negociações são resolvidos. Pactos, armistícios, planos revolucionários, conspirações e estratégias de ataque ou defesa nasceram e estão sempre a renascer em almoços e jantares públicos ou privados, ostensivos ou clandestinos. Não precisaríamos sequer recorrer a exemplos como a Santa Ceia ou os banquetes que prepararam a Revolução Francesa para atestar isso.

Não é que o ato de comer seja imediatamente político no sentido mais simples da palavra política: disputa pelo poder. Mas é certamente político naquela dimensão da política como polis, vida civilizada, disposição para conviver e divergir mediante diálogos reflexivos.

Tudo isso para informar que Senhor Prendado agora virou um sítio, ganhando mais densidade e beleza. Bolado e alimentado pelo designer gráfico João Baptista da Costa Aguiar – um cobra na área, autor de algumas das mais belas capas de livros que conheço –, o espaço é gastronômico, mas enche os olhos e aguça os sentidos. Informa, ensina, incentiva a que se cozinhe e a que os amigos se reúnam. O Baptista se diverte, como ele mesmo diz, e ao fazer isso abre o apetite de todos os que gostam de comer e, vá lá, fazer política!

Visitem e aproveitem. Se possível, sem moderação.

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Nota de esclarecimento do Instituto Mineiro de Desenvolvimento

Sobre a reportagem "O Rei do Axé", da Revista Isto É, republicada nesse blog, segue uma carta de esclarecimento do Instituo Mineiro de Desenvolvimento (IMDC), de Belo Horizonte, com vistas a emitir posicionamento sobre a matéria.
Carta de esclarecimento a Jefferson Milton

Acerca da matéria O Rei do Axé, veiculada na revista Isto É e reproduzida no seu blog, o Instituto Mineiro de Desenvolvimento (IMDC) gostaria de ratificar que manteve relações com o deputado Miguel Correa Jr. apenas por ocasião dos eventos de axé e rock mencionados na reportagem e que envolveram o repasse de R$ 700 mil por meio de convênio celebrado entre o Governo Federal e o Instituto – que não é uma ONG, conforme citado, mas uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP). Esse valor foi repassado à empresa produtora do evento e submetido à prestação de contas dos órgãos públicos responsáveis, conforme documentos disponíveis para consulta.

Portanto, não procede a associação entre “R$ 12,8 milhões e ONG de amigo” citada pela revista. Diferentemente do que a reportagem sugere, nunca houve relação pessoal nem profissional do deputado Miguel Correa Jr. com os demais projetos do IMDC, um instituto que possui 30 anos de atuação e jamais teve seu nome envolvido com irregularidades.

Para esclarecer, o projeto mencionado na matéria – para pesquisas de opinião e com valor total orçado em R$ 5,9 milhões – foi aprovado e validado pelo Governo Federal através do Plano de Trabalho, tendo sido liberada para o IMDC uma parcela de R$ 790 mil, referente à estruturação de desenvolvimento turístico da Região Sudeste, por meio de consultoria especializada voltada para os projetos estruturantes atualmente formatados, com conseqüente promoção e divulgação dos destinos turísticos trabalhados.

Também não procede a informação da liberação de R$ 6,1 milhões para o IMDC, correspondentes ao Projeto de Construção de Cisterna no Semi-árido Mineiro, pois as parcelas são liberadas somente após a prestação de contas dos serviços executados. No caso deste projeto, os valores foram liberados em conformidade com a devida prestação de contas, sendo que metade dos serviços já foram realizados. Vale esclarecer que este projeto tem como característica a execução lenta, uma vez que depende da contrapartida de ações da comunidade.

Vale ainda pontuar que, como OSCIP certificada pelos órgãos constituídos, o IMDC pode celebrar termos com a administração pública através de dispensa de processo licitatório.

A maneira como os projetos do IMDC foram citados pela revista Isto É, associados no contexto da reportagem a ações sob investigação do deputado Miguel Correa Jr., causou surpresa, indignação e um dano sem precedentes frente a pessoas que conhecem e acompanham as atividades do Instituto há anos.

Agradecemos sua atenção e gentileza em publicar no seu blog o nosso posicionamento.

Atenciosamente,

Deivson Vidal
Presidente IMDC
Comentário do blogueiro: Para este blogueiro, os esclarecimentos prestados pelo representante do IMDC são suficientes, não merecendo maiores reparações de minha parte. Esse blog procura ser transparente e, nesse caso, apenas reproduzi uma matéria daquela revista, o mesmo fazendo com essa carta de esclarecimento.

O deputado Miguel Correia Jr., alvo da denúncia, é criticado aqui nesse blog pela sua póstura política, principalmente com relação aos rumos do PT em Minas Gerais. Na disputa interna do PT mineiro, partido do qual sou simpatizante, estarei sempre ao lado de Patrus Ananias, em razão de sua história e de suas qualidades como político. Nada impede que, em outro momento, esteja prestando apoio a grupos que hoje são rivais no Estado. No tocante às denúncias, essas seriam de responsabilidada da citada revista, não tendo qualquer juízo meu sobre a autenticidade da denúncia.

Desde já quero esclarecer para meus leitores que não tenho qualquer responsabilidade acerca do conteúdo da denúncia, bem como desse esclarecimento acima.
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Recadastramento de filiação do PT de BH

Em com a política, do jornalista Baptista Chagas de Almeida
Os adversários do ex-prefeito Fernando Pimentel vão tentar anular no Diretório Nacional todas as filiações feitas em 2008, inclusive dos que procuraram à sede do partido na capital mineira para se recadastrar. Entre os poucos que apareceram, alguns foram transportados em carros colocados pelo partido à disposição dos supostos filiados. A anulação dessas filiações pode ser um golpe fatal no grupo liderado pelo ex-prefeito. Além da desmoralização, vai haver queda no colégio eleitoral pró Pimentel. A briga na direção nacional promete.
Comentário: O Diretório Nacional precisa acabar com a farra de filiações em massa de BH, visando construir maioria para o grupo de Pimentel. Do jeito que a coisa ficou, pode ter ocorrido do grupo de Pimentel ter agarriado votos para sua aliança em BH com gente que pensava que estavam lá para receber moradia ou outros programas sociais. O certo é que boa parte dos filiados de 2008 nem sabiam que eram filiados no partido. É uma gente simples que somente buscava melhoria para as condições de vida de sua família e da comunidade em que vivem. Fica a indagação de como foi a participação desse pessoal na vitoriosa tese de aliança com o PSDB do ex-prefeito Pimentel. A cada dia, a cada descoberta, torna-se mais difícil compreender tudo que há de podre na maneira que Pimentel e seus aliados construíram a maioria no Diretório Municipal do PT em Belo Horizonte. O Diretório Nacional do PT tem que dar basta a essa malandragem. E anular de vez todas as filiações realizadas naquela época.
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Tudo conforme planejado

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No campo, radicais são a UDR e a ANJ

A Associação Nacional dos Jornais (ANJ) divulgou nota sobre o conflito no último sábado, no Pará, publicada em vários de seus veículos. Em certo momento, diz o texto: “os integrantes do MST atentaram contra o livre exercício do jornalismo, aterrorizando profissionais que cobriam o evento com objetivo de informar à sociedade”.

Como assim livre exercício? Objetivo de informar a sociedade? Haja desfaçatez. Os jornalistas presentes usaram avião da Agropecuária Santa Bárbara, estiveram o tempo todo ao lado de seguranças da fazenda de Daniel Dantas, inclusive quando estes abriram fogo contra os manifestantes, onde nove foram baleados. Que isenção é essa, que nem ao menos tem o critério de ouvir o outro lado? Somente na segunda, em nota do MST, pudemos saber detalhes importantes do episódio, com fatos e nomes, que desmentem versão anterior da imprensa, onde ela dizia que os jornalistas foram usados como reféns, obrigados a caminhar na estrada tal qual escudos humanos. O cinegrafista em nenhum momento capturou imagens que comprovam isso. A nota da ANJ chega ao cúmulo de parcialidade ao afirmar que “felizmente, ninguém saiu fisicamente ferido dessa ação criminosa”. Quer dizer, os nove baleados, alguns gravemente, não contam para a sociedade que a ANJ diz representar. É uma confissão.

Para entender a clara opção da mídia, em constante fabricação do medo ao MST, sugiro a leitura de texto do professor Gilson Caroni Filho, publicado originalmente no Observatório da Imprensa e repetido no Vermelho. Nele, um sério alerta: a UDR e a CNA, que representam os interesses dos donos de terras, planejam a radicalização política, visando 2010, inclusive com ações de sabotagem produtiva, promovendo o desabastecimento. Algo já conhecido da caixa de maldades das reações contra governos populares, de Allende a Chávez. É o que se pode entender das declarações recentes de seus representantes, e que não tiveram a merecida atenção da mídia, preocupada na constante repetição dos mantras neoliberais que afirmam existir uma “modernidade rural” com o agronegócio, sem espaço atual para um reforma agrária. Diz o professor Caroni:


Há um toque de ironia que não deve ser esquecido. No Brasil, ainda são os pequenos produtores sem terra (ou com muito pouca) que abastecem o deficitário mercado de alimentos, ativador de inflação, enquanto, até bem recentemente, os créditos, financiamentos, subsídios e favores do Estado eram monopolizados pela grande propriedade. A contrapartida perversa do repasse de recursos do setor público para o privado são os conflitos do Pará ao Rio Grande do Sul e os surtos de violência entre a UDR de um lado e os sem-terra de outro.

A solução das classes dominantes para resolver o problema agrário sempre foi a redução dramática da população rural, empurrada para as grandes metrópoles em ritmo que não cessava de se superar ano após ano. Nesse quadro, o MST, movimento de maior expressividade na América Latina, logrou estabelecer o contraponto necessário.




A questão agrária no Brasil ainda é um problema grave de erro de gestão capitalista. São seus atrasados representantes os principais responsáveis pelo inchaço das cidades, com a violência urbana. Representam a mais arcaica e perversa herança colonial, escravagista, e querem posar agora de modernos gestores do “agrobusiness”. Tomem vergonha, e paguem por seus crimes.
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