Song To A Siren

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Homônimo

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Carta aberta aos pichadores do Brasil



Meus jovens, não façam isso. Vejam o exemplo de Caroline Pivetta da Mota. Ela, junto com outros pichadores, fez uma intervenção em sala vazia da caduca Bienal de São Paulo. Imaginava ali, em ato de rebeldia, poder expressar seus sentimentos artísticos, inclusive com um enorme “Fora Serra”. Tal obra não foi bem recebida pelo curador da Bienal, que acha que rebeldia não mais combina com arte. Para ele, esse desvio terminou com Marcel Duchamp, quando em 1917 expôs um urinol em salão, denunciando o fetiche da mercadoria na arte. O fetiche ganhou, hoje o urinol vale 3 milhões de euros.

Caroline sofre agora nas mãos da severa justiça brasileira. Está presa há mais de 50 dias e o pedido de hábeas corpus, entrado no último dia 5, até agora não foi julgado. Vejam só a lição. Se a arte de vocês fosse voltada ao uso de informações privilegiadas para obter vantagens econômicas, como Daniel Dantas praticou no plano Collor, ou ao se locupletar no processo de privatização das telefônicas, tentado subornar um delegado da polícia federal, teriam conseguido um hábeas corpus em 24 horas diretamente do presidente do Supremo Tribunal Federal.

Entendam as diferenças (e minha ironia). Pensem nisso e façam melhores escolhas artísticas.
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Festa de fim de ano na firma

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Arquiteto detona a Cidade da Dança de Serra



José Serra tem no atual prefeito carioca um modelo. Cesar Maia, do DEM, vai deixar aos cariocas uma péssima herança e uma obra inacabada que desde seu projeto inicial, que custaria R$ 80 milhões, foi motivo de forte polêmica: a Cidade da Música, agora já custando quase R$ 500 milhões aos cofres públicos, não tem ainda um projeto claro de ocupação, recebe críticas variadas da sociedade, músicos reclamam da falta de prioridade para melhorar o que já existe, pedido de CPI e ação no Tribunal de Contas do Município. Em São Paulo, Serra tenta algo semelhante com a sua “Cidade da Dança”, aqui já comentado pelo fato de custar inicialmente 6 Aerolulas.

A mídia paulista, notoriamente serrista, cobre o assunto burocraticamente. Nada comenta sobre a oposição ao projeto. Ela existe e em parte já está manifestada no próprio site do Sindicato dos Arquitetos de São Paulo. Destaco a opinião de Euclides Oliveira na caixa de comentários da notícia, publicada pelo sindicato:

Meu nome é Euclides Oliveira e exerço a profissão de arquiteto há 39 anos aqui em Sampa, e gostaria de deixar registrado no SASP minha revolta pela contratação de um escritório do "star-system" arquitetônico internacional, sem concorrência.

Os fatos

1 - O governador de São Paulo que contratou este escritório está em campanha aberta para a Presidência da República e pretende gastar 300 milhões de reais (que já sabemos que se transformarão, durante a obra, em 600 ou 700 milhões) visando um já manjado "Efeito Bilbao", em um estado com enormes carências na área habitacional, educacional, de saúde, fundiária, etc. E pagar ao Herzog & de Meuron 25 milhões de reais enquanto que a FDE, por exemplo, paga cerca de 15 mil reais por projeto de escola aos arquitetos tupiniquins, não deixa de ser uma afronta à nossa classe.

2 - O Secretário da Cultura, João Sayad, é um banqueiro (ex?) e político, que ajudou a ferrar o Brasil lá atrás, no plano cruzado do Sarney, além de, quando dono do banco SRL S.A., ter participado ativamente da privatização das Cias. de eletricidade e do Banespa. Só no Brasil mesmo: cultura, artes plásticas, bienais, ficam na mão de banqueiros e políticos profissionais.

3 - Para estar no "star system" internacional não é necessário muito talento arquitetônico, mas sim carisma, ambição social e uma boa assessoria de imprensa. O arquiteto catalão Ricardo Bofill, membro deste "jet-set", disse certa vez que almejava a fama, mas não a do tipo que tiveram Le Corbusier e Walter Groupious, mas sim como a dos Beatles; já Phillip Johnson, ícone maior do estrelismo arquitetônico certa vez respondeu candidamente a um interlocutor que lhe perguntava o porquê de uma solução inusitada: "because I am a bad architect", explicou. Pritzker por Pritzker prefiro mil vezes o Paulo Mendes da Rocha do que o de Meuron.

4 - Os estudantes de arquitetura devem estar indignados; por que os fazem estudar arquitetura brasileira, arte brasileira, cultura brasileira, se no final das contas contratam um escritório suíço cujos titulares mal devem saber onde fica o Brasil e sua capital, Buenos Aires.

5 - Podemos impedir esta barbaridade sim; no Rio de Janeiro os arquitetos foram a luta contra a pretensão do César Maia de contratar o Jean-Nouvel (outro "pop-star" da arquitetura) para construir o Guggenheim-Rio e venceram a batalha.
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Vamos cobrar de nossos jornalistas da mídia oficial o seu dever de casa, que ouçam outros arquitetos sobre o assunto e ofereçam a seus leitores o necessário debate. Afinal, eles pagarão de seus bolsos a conta, precisam de informações. Ou será que com a atual crise da mídia já está em falta esta mercadoria?
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