Abrimos o armário do Kassab

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Sinal dos tempos

Uma menina de 15 anos passa vários dias sob a mira do revólver do namorado da amiga. É liberada pelo seqüestrador e depois mandada de volta ao cativeiro pela polícia (!?!). Leva um tiro na cara. Vai parar no hospital, enquanto sua amiga é morta pelo seqüestrador. Tudo isso transformado em um show televisivo macabro e repugnante.

Depois de toda essa experiência traumática, o que ela sente a respeito? Vontade de ser visitada pelo Alexandre Pato, naturalmente...
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Femme Fatale.

Ouvi o Velvet Underground pela primeira vez, no início da adolescência, na velha Fluminense FM. Aquelas canções soavam muito diferentes de tudo o que eu já tinha escutado até então. Era uma combinação explosiva: a voz e a poesia cortantes de Lou Reed, o experimentalismo instrumental de John Cale, a guitarra econômica e ao mesmo tempo ousada de Sterling Morrison... Literalmente, pirei. Mas, naquele momento, o que me deixou absolutamente fascinado foi a voz de Nico em “Femme Fatale”: a tonalidade grave e o inglês cantado com sotaque alemão causaram em mim uma sensação, ao mesmo tempo, de estranheza e doçura. Imediatamente, procurei mais informações sobre a dona daquela voz que me havia impressionado tanto e descobri uma das mais interessantes figuras dos loucos anos 60. Modelo belíssima, atriz em filmes de Fellini e Philippe Garrel, musa de Andy Warhol, parceira de cama de alguns dos homens mais desejados da época como Alain Delon e Jackson Browne, amiga de Bob Dylan e Brian Jones, Christa Päffgen – seu verdadeiro nome - teve uma vida intensa e agitada. Após o seu antológico disco com o Velvet Underground – o da famosa capa com a banana, desenhada por Warhol – desenvolveu uma carreira solo extremamente original (que ela já havia iniciado na fase pré-Velvet), com belos álbuns marcados por profundos sentimentos e inúmeras experimentações sonoras (a gravação feita por ela de “These Days”, do Jackson Browne, é de cortar os pulsos de tão bonita e melancólica). Depois de toda uma existência de loucuras, regadas à álcool e drogas, Nico morreu de forma extremamente prosaica, após ter sofrido uma queda enquanto andava de bicicleta, em Ibiza, há exatamente vinte anos. Bem, por que logo agora fui me lembrar da Nico? Acontece que minha cabeça agitada e não muito normal tem por hábito estabelecer associações instantâneas e inesperadas entre músicas e imagens. Assim, quando vejo nas ruas cenas que me impressionam, imediatamente meu cérebro programa uma música, como se fosse a trilha sonora de um filme. E ontem, ao passar pelo Centro do Rio meio esvaziado pelo feriado do Dia do Comerciário, vi uma mulher belíssima andando pela calçada que divide as pistas da Almirante Barroso. O rosto expressivo, a pele clara, os cabelos escuros cortados à chanel e a écharpe agitada pelo vento destes dias com jeito de outono formavam uma cena que era pura poesia. Assim, a trilha sonora que me veio à cabeça não podia ser outra: “Femme Fatale”, na voz da linda e misteriosa alemã.

Here she comes,
You'd better watch your step,
She's going to break your heart in two,
It's true.

It's not hard to realize,
Just look into her false colored eyes,
She'll build you up to just put you down,
What a clown.

'Cause everybody knows (She's a femme fatale)
The things she does to please (She's a femme fatale)
She's just a little tease (She's a femme fatale)
See the way she walks
Hear the way she talks.

You're written in her book,
You're number thirty-seven, have a look.
She's going to smile to make you frown,
What a clown.

Little boy, she's from the street.
Before you start you are already beat.
She's going to play you for a fool,
Yes it's true.

'Cause everybody knows (She's a femme fatale)
The things she does to please (She's a femme fatale)
She's just a little tease (She's a femme fatale)
See the way she walks,
Hear the way she talks.

(“Femme Fatale” – Lou Reed)
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Quando a sociologia abraça a estética





Sou amigo de Bruno Liberati há quase quarenta anos. Estudamos na mesma época na Escola de Sociologia e Política de São Paulo, no começo dos anos 1970. Foi lá que Liberati iniciou a carreira que acabou por consagrá-lo como um dos melhores e mais instigantes ilustradores, cartunistas e chargistas brasileiros. Equilibrando-se entre as ciências sociais e o desenho, enveredou pelo jornalismo e foi trabalhar no Jornal do Brasil, onde permaneceu por três décadas. Hoje é free-lancer e continua a cada dia melhor, produzindo a todo vapor, numa clara demonstração das possibilidades de integração criativa entre a consciência sociológica e a sensibilidade artística.

Visitas regulares a seu blog – o Liberati News – pode comprovar facilmente isso. São postagens diárias riquíssimas em desenhos, cartuns, ilustrações e textos cheios de humor, ironia e interpelação crítica da realidade. Para mim, as caricaturas são um caso à parte, por recobrirem – com uma pena precisa e perceptiva – um amplo panteão de figuras-chave do nosso tempo. Com sua permissão, pretendo reproduzir algumas delas por aqui, a partir de hoje.

Passem sempre que puderem pelo Liberati News e curtam uma empolgante experiência estética e política. Aprendo muito sempre que faço isso.

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Tiras do Sindiágua

Para não deixar o blog parado, aí vai uma sequência de tiras que eu desenhei para o Sindiágua-RS. Apresentando Batista, o privatista.



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