A CASA DO ESPANTO, ver.1.45


Já circula pela democrática internet, mais uma peça do quebra-cabeça da fábrica de trouxas ME-ENGANA-QUE-EU-GOSTO: A CASA DO ESPANTO, ver.1.45.

É a venda de um imóvel na Chácara das Pedras, que saiu na revista especializada em imóveis Imóvel Class de março/abril de 2006.

Adivinhem de quem é aquela casa???

De tia Yoda Cruzeta.

Casa de 467 metros quadrados, 4 suítes (master com hidro), piso de mármore italiano na parte social, gabinete, lavabo, jantar com churrasqueira integrada, adega, sala de fitness, ampla copa/cozinha, dependência de empregada, canil, jardim com árvores frutíferas, piscina aquecida, garagem para 3 carros.

Tudo pela irrisória quantia de R$ 1.450.000,00.

A Governadora do Estado do Rio Grande do Sul, comprou este casebre pela bagatela de R$ 750.000,00 em dezembro de 2006 do Sr. Eduardo Laranja da Fonseca.

É bom lembrar que o Banrisul "descascou" a dívida do Sr. Laranja somente após o estouro do escândalo.

Bem que a governadora poderia nos contar como comprar um imóvel por menos da metade de seu valor real.

Hoje ninguém tem a menor duvida do significado daquilo que Yeda dizia durante a campanha eleitoral:"fazer mais com menos".
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Do Kayser

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Porto Alegre 2008. Excelente texto de Ayrton Centeno

O Grande Nada

Ayrton Centeno

Após os primeiros dias de propaganda eleitoral na TV em Porto Alegre, o que emerge da tela é algo que, ao longo da minha não curta vida, nunca havia visto. A começar pela sensação de que não existem mais partidos. Ou talvez haja um só, o do Nadismo. O Nadismo é desmembrado em tendências bastantes sutis: o Nadismo radical e o Nadismo moderado, o Nadismo fisiológico e o Nadismo revolucionário, entre tantas. Nenhuma delas, porém, implica conflito com a outra. Convivem harmonicamente, já que desfraldam idêntico estandarte: a defesa convicta do Grande Nada.

No Partido Nadista, todas as correntes fraternalmente empunham as mesmas propostas: fazer um Porto mais Alegre, realizar o sonho de Porto Alegre, ou afirmar, intrepidamente e não sem um certo grau de temeridade, que amam o pôr-do-sol do Guaíba. E tome-lhe contraluzes do crepúsculo e jingles de uma pieguice que alguém mal humorado diria que soqueiam violentamente o baixo ventre do eleitor.

Outro fenômeno é a ausência completa da política. A política, esta coisa chata que fermenta o nascimento de tantos conflitos foi ejetada ao ostracismo. Presume-se que, antes da deflagração da campanha, os coordenadores dos diversos Nadismos, sabiamente aconselhados pela marquetagem, reuniram-se e decidiram dar um basta nessa história de política. Chega! Onde já se viu aborrecer as pessoas, num momento de civismo e exaltação da cidadania, com discussões tão desconfortáveis como, por exemplo, saber quem e por que apóia o (a) candidato (a) X e como este mesmo (a) candidato (a) se posiciona claramente diante dos problemas concretos, presentes ou futuros da cidade?

Claro que sempre haverá aquele eleitor inconveniente querendo, por exemplo, saber do candidato qual é exatamente, sem papas na língua, sua posição a respeito do estupro imobiliário planejado da orla do Guaíba na zona sul. São aquelas chateações que acabam se refletindo lamentavelmente na redução do aporte tão necessário dos desinteressados recursos empresariais para a produção de campanhas bonitas na TV. É um tipo de extremismo que o Grande Nada não pode tolerar. Discrepâncias, sim, até poderão ser tratadas. Afinal, é preciso contentar a todos e a nenhum. Nada é exatamente igual ao outro. O Nada é Uno mas também é Múltiplo. Há que ter esta flexibilidade.

Para tanto, a TV, de modo tão absorvente, já está proporcionando à atenta cidadania um debate profícuo. Que, claro, está centrado naquilo que os candidatos e seus programas democraticamente nos oferecem: a imagem, a fachada, o lado externo de suas candidaturas.

Será, sem dúvida, impactante discutir se a candidata A tornou-se mais merecedora do sufrágio agora depois da chapinha ou se era melhor antes com os cabelos crespos [1]. Debater, conceitualmente, se o semblante sonâmbulo do candidato B é compatível com sua auto-propalada audácia e se seu ar letárgico, de fato, fomenta a esperança [2]. Ou se a blusinha da candidata C combina, republicanamente, com os seus olhos cor de anil [3]. Avaliar se houve progresso na lavourinha laboriosamente cultivada no topo do crânio pelo candidato D — eu diria que não, mas você, caro (e)leitor, pode dizer que sim, que ela é intensamente produtiva e viçosa, atingindo índices de produtividade enaltecidos até pela Farsul [4]. É seu direito. Ou, por outra, pode concordar comigo, mas responsabilizar a avara resposta da natureza à falta de apoio do Pronaf. Pronto, assim do Nada eis aí o debate instalado. Tão civilizado, tão estimulante, tão cidadão.

Templo do Grande Nada, a RBS ajudou sobremaneira na conversão dos candidatos que, um a um, vieram, genuflexos, queimar incenso no altar de Zero Hora. Um mergulho de profundidade cosmética no cotidiano dos concorrentes do qual emergimos enriquecidos pela informação de que um é papai coruja, que aquele sabe de cor as músicas da Disney, que outro adora cozinhar, que aquela foi obesa [5], que esta borda em ponto cruz, e que há ainda quem expresse sua rebeldia mesmo sem cachos e quem a faça através de brincos. Ufa!

Olívio Dutra sempre repetiu – e repete – aquele bordão que sintetiza boa parte do sentimento e das ações que Porto Alegre vivenciou especialmente nos anos 90. Aquele que afirma que, para construir uma nova e mais justa sociedade, é imprescindível que cada cidadão não seja objeto, mas sim sujeito da política. Sentiam-se e portavam-se como sujeitos, até então, somente os candidatos.

Porém, agora, neste ano da graça de 2008, largada de campanha, os candidatos é que abdicaram de serem sujeitos da política. Sua nova condição é a de objetos. Estão na TV como se estivessem na gôndola dos supermercados. Não têm história. Não porque a perderam, mas porque optaram por sepultá-la. Escolheram serem coisas. São produtos práticos e versáteis, adaptáveis a qualquer gosto ou ambiente. Desconstróem-se num palco de ilusões de olho no teleprompter dizendo um texto em que só eles acreditam (Acreditam?). Não parecem de carne e osso. Aparentam hologramas cambiantes e fugidios, projetados desde um passado longínquo e impreciso, repetindo palavras ocas que se desmancham no ar.

Quem é de esquerda apresenta uma narrativa – que carrega tanto de Nadismo quanto de ambição — sonhando cabalar o voto não apenas do eleitor de centro sempre oscilante, mas até da direita. Esta, por sua parte, lança, além do centro do tabuleiro, piscadelas para o eleitor de esquerda. A conseqüência deste discurso aguado do qual a política foi exilada só poderia ser a superfluidade. Parte de nenhum lugar para lugar algum. A diferença é que a direita está na sua: este é o mundo que pedra por pedra levanta a cada dia. É o que temos. E o que nos esmaga. À esquerda caberia questioná-lo, expor a sua estreiteza, as suas contradições, a sua insuficiência e as suas vastas iniqüidades. Mas isto só se faz fazendo campanha além da epiderme. E quem faz isso são homens e mulheres, pessoas com história, com partido, com política e com diversas e divergentes visões da vida e do mundo. Não é uma tarefa para espectros.

OBSERVAÇÕES:
[1] Luciana Genro (Dep. Fed. PSOL/RS)
[2] José Fogaça (PMDB, atual prefeito)
[3] Mª do Rosário (Dep. Fed. PT/RS)
[4] Onyx Lorenzoni (Dep. Fed. DEM/RS)
[5] Manuela D’Ávila (Dep. Fed. PCdoB/RS)
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"Hay que endurecerse, pero sin perder la ternura, jamás." (C.Guevara)


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Política Pública de Saúde da Prefeitura de Porto Alegre é : FODAM-SE!


Esta é a conclusão que se chega sobre a política DST/AIDS da prefeitura, ao ler o e-mail recebido de Gustavo Bernardes do SOMOS - Comunicação, Saúde e Sexualidade.

Não é possível que as políticas públicas, especialmente relativas à saúde, passem longe das necessidades reais da população, perdidas entre promessas, mentiras e desvio de recursos para financiamento de partidos e campanhas eleitorais.

Na Prefeitura de Porto Alegre, “a cara da cidade”, coligação do PMDB, PDT, PTB,PPS, PP entre outros, a realidade da população é bem outra do que contada em prosa e verso. Está na hora dessa gente ter um pouco de vergonha na cara!

Este é o exemplo de como algumas ideologias tratam a população; e não é possível dissociar determinadas atitudes de determinadas ideologias.

Mas estamos em um período pré-eleitoral e espero que a população que se acha a mais politizada do Brasil, não entre pelo cano mais uma vez.

Abaixo o e-mail...
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Nenhuma camisinha foi comprada pela Prefeitura de Porto Alegre neste ano, descumprindo a pactuação com o Governo Federal e Estadual e deixando a população sem insumos básicos de prevenção à aids. Medicamentos para enfrentar efeitos colateriais dos antiretrovirais e outros básicos, de responsabilidade do município, estão faltando nos postos de saúde. Somado a isto, os recursos do Plano de Ações e Metas - PAM destinados ao atendimento de pacientes com HIV/Aids da capital gaúcha teriam sido utilizados para o pagamento de funcionários do Hospital Vila Nova. A denúncia foi feita nesta terça-feira (26/8) à tarde pelo coordenador do grupo Somos - Comunicação, Saúde e Sexualidade, Gustavo Bernardes , durante reunião da Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam) da Câmara Municipal.

O Hospital Vila Nova mantém convênio com a prefeitura, disponbilizando 40 leitos para atendimento de pacientes soropositivos. Lembrando que o PAM foi construído de forma conjunta entre governo e sociedade, Bernardes informou que a denúncia foi formalizada ao Ministério Público e que o Conselho Municipal de Saúde (CMS) havia dado parecer contrário ao uso dos recursos no Vila Nova. "O Executivo alegou que os recursos do governo federal estavam parados. O Município deveria utilizar esses recursos federais aos pacientes com HIV/Aids e ainda complementá-los com verbas municipais."

Segundo Bernardes, Porto Alegre registrou 14.701 casos de pessoas contaminadas pelo vírus HIV em 2006. Bernardes também reclamou a falta de distribuição gratuita de preservativos pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS). "O governo licitou a compra apenas depois que os preservativos haviam se esgotado para distribuição. Os 1,140 milhão de camisinhas que a prefeitura teria de ter comprado estão prometidas apenas para dezembro". O Somos também reclama que não há campanhas educativas de prevenção à Aids na Capital e que o número de funcionários na Coordenação da Política Municipal de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST)/Aids da SMS teria diminuído de 18 para apenas três. Além disso, acusa Bernardes, os programas de planejamento familiar excluem gays, lésbicas, transexuais e pessoas que não desejam ter filhos.

A coordenadora da Política Municipal de DST/Aids, Miriam Weber , afirmou que os recursos são escassos para o atendimento aos pacientes e elogiou a atuação histórica dos movimentos sociais em favor dos portadores do vírus HIV em Porto Alegre. Ela confirmou a diminuição no número de profissionais de saúde na Coordenação ao longo dos anos e destacou que Porto Alegre tem sido, desde o início da epidemia, a terceira capital brasileira em número de casos de Aids no país. "Antes, a nossa Coordenação era ordenadora de despesas; agora, ela é encarregada do planejamento", esclareceu. Sobre o Hospital Vila Nova, Miriam afirmou que o gestor municipal pediu autorização ao CMS para utilizar recursos do PAM no pagamento de parcelas do convênio firmado com a instituição no ano 2000. "Não havia autorização para pagamento de funcionários do hospital, mas não sabemos como o Vila Nova utilizou esses recursos." Segundo ela, a SMS tem optado pelas campanhas de prevenção com a distribuição de kits contendo materiais educativos, uma vez que fôlderes e outros impressos teriam se mostrado menos eficientes.

Travestis

A presidenta da Associação das Travestis e Transexuais do RS e do Conselho Municipal de Direitos Humanos, Marcelly Malta, denunciou a discriminação ainda existente no atendimento de saúde prestado aos gays, lésbicas, travestis e transexuais nos postos de saúde e nos Serviços de Atendimento Especializado (SAE) aos pacientes com HIV/Aids da Capital. Segundo ela, as travestis mostram resistência a internações no Hospital Vila Nova, pois não se sentem respeitadas. Ela também reclamou das dificuldades para marcação de consultas por telefone, visto que a Associação geralmente precisa intervir para facilitar a abertura de vagas em hospitais para esses pacientes.

Marcelly relatou o caso do falecimento de uma travesti, ocorrido no PAM-3 na semana passada, por falta de vaga nos hospitais, e a dificuldade em conseguir a internação de outra travesti com sífilis, hepatite e Aids no Hospital Cnceição. "Freqüentemente temos de levar os doentes de táxi aos hospitais, pois não há ambulâncias disponíveis." A presidenta da Associação reivindicou ainda que as travestis e transexuais sejam atendidas pelos nomes sociais nos postos de saúde e SAEs. "É preciso capacitar os funcionários para que prestem bom atendimento." Citando o exemplo de uma travesti de 13 anos que havia sido violentada, Marcelly alertou para a necessidade de que as escolas também recebam treinamento para lidar com essas questões.

Prevenção

O vereador Claudio Sebenelo (PSDB) apontou haver falta de leitos nos hospitais "porque não há políticas de prevenção em saúde", enquanto a presidente da Cosmam, Neuza Canabarro (PDT), salientou que é preciso "uma ação mais enérgica na aplicação dos recursos do Município", com envolvimento da Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc) no trabalho de prevenção à Aids. Sofia Cavedon (PT) sugeriu a realização de um programa conjunto entre as áreas de Saúde e Educação no Município, com a capacitação de pais, professores e alunos para lidar com as questões relativas à sexualidade.

Já a vereadora Maria Celeste (PT) se disse preocupada com a destinação dos recursos que deveriam ser utilizados na prevenção aos casos de HIV/Aids no município para outras finalidades. Também estavam presentes à reunião o vereador Beto Moesch (PP) e o presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Transgêneros (ABGLT) da Região Sul, Alexandre Böer, além de outros integrantes do grupo Somos, da Secretaria Estadual de Saúde e da SM.

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Quando um governo não quer que alguma coisa ande ou aconteça, é só deixar que os prazos vençam. Aí basta se fazer uma compra emergencial, sem os trâmites legais e cristalinos que uma administração pública honesta exige. Sempre faltará um carimbo, uma vírgula, uma rubrica, uma mentirinha aqui, outra acolá, para travar um processo.

Outro aspecto curioso, é o de não se dar andamento a projetos na área da saúde com verbas federais, com rubricas pré-determinadas, alegando-se que a "prefeitura já dispões de um projeto naquela área"!

Regado pelo silêncio de uma imprensa tendenciosa, medíocre e apenas interessada em seus interesses corporativos e verbas publicitárias, os problemas tendem a se perpetuar, ou seja: deixadas ao acaso, as coisas tendem a piorar!

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