Meninos, meninos...


Assisto e leio as polêmicas abaixo sem me meter porque acho que os meninos estão quase brigando pela bola, o campo e o meião, e eu acho tudo muito esquisito, já que o que move todos aqui - na metáfooooora - é jogar (e no mesmo time, aliás), but...
1. Acho que antigüidade não é posto, ainda mais em blog. Este aqui tem tão poucos meses de vida, tadico, é um bebê, ainda assim, já tem seu lugar.
2. acho que ser militante não é desmérito para ninguém, vide meu post sobre Michael Moore.
3. Acho que comentários anônimos são potencialmente chatos, mas eu não sou o sni nem a abin nem serviço secreto para querer saber quem é quem e quem esse aí acha sei lá do que sabe-se lá. (Exceções feitas a agressões, claro).
4. O que eu acho é que ter achismo vale. Mas eu tomo umas posições. Mesmo que na base do achismo, já que assim como uns clássicos que andam vendendo livros até hoje, eu tenho minhas dúvidas - sérias - sobre ter certezas. Estou sempre checando minhas idéias, e as mudando, e sei que posso mudar, admitir bons argumentos e... caros, sei que não posso saber a priori tudo. Saber quando vacilei e admitir isso faz um bem, mas um beeem... E estou aberta a críticas. Always.
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Caso Janaína Leite 3

Idelber Avelar me faz uma pergunta:

Você poderia esclarecer a acusação publicada aqui de que eu estou "enredado numa artimanha"?

Creio que foi enredado por conta de sua amizade com Gravataí Merengue, que o levou a manifestar posição de imediato sem uma boa análise da questão. Foram suas as palavras: “O jornalista Luis Nassif pisou na bola, feio. Acaba de dar um tiro na credibilidade do seu dossiê Veja.”

Segue defendendo Gravataí:

“Eis que chega Gravataí Merengue e faz o que todo bom pesquisador, jornalista ou não, deve fazer: ouvir todos os lados, checar fontes, reunir documentação, cotejar versões. E faz um post absolutamente irrefutável demonstrando o total vazio das ilações de Nassif contra Janaína.”

“Insinua que a jornalista faz parte de um grupo de Dantas e tenta incriminá-la com o fato absolutamente banal de que uma fonte tenha declarado, sob pressão judicial, ser efetivamente fonte da jornalista, tudo isso sem contestar qualquer dado factual da reportagem de Janaína na Folha.”


Sinto, mas o post de Gravataí é facilmente refutável. Aqui já coloquei a minha opinião a respeito, inclusive em resposta direta ao GM.

Em um sucinto resumo:

1) Não há uma única frase no dossiê Veja onde Nassif tente incriminar Janaína Leite como aliada do Opportunity. Há, sim, uma suspeição que seu trabalho serviu a estes interesses, baseado estritamente no método jornalístico adotado por ela, principalmente em uma reportagem citada.

2) Não há ilação sobre o fato de existir uma fonte da jornalista ligada ao Opportunity. Mas, recai uma severa crítica de ser esta fonte a ÙNICA na matéria citada, onde estava em jogo uma acirrada disputa comercial, envolvendo milhões, e o banco era parte da disputa, entidade com uma das piores folhas corridas do mercado, com vários processos em curso, inclusive sobre espionagem e falsificação de documentos.

3) A matéria da jornalista fala por si. Citei trecho onde Janaína acua claramente a juíza que deu sentença contra o banco. Os argumentos de GM são de que a jornalista desejava dar voz à juíza. Não foi o que vimos. Todas as perguntas feitas estão ligadas a fatos desprezíveis, não ligados diretamente ao caso, e tinham como a única fonte o Opportunity. A honra da juíza foi colocada em xeque, com insinuações sobre as motivações de haver declarado que recebeu proposta de suborno, que recebia passagens da Varig, que comprou um apartamento depois de sentença, que já havia sofrido outras penalidades jurídicas antes etc. Tudo, depois, esclarecido em favor da juíza.


Está claro, Idelber, que o caso Janaína Leite é polêmico. Caberia a ela, em seu devido momento, ter contestado Nassif por seu nome aparecer no dossiê. Mas isto não foi feito. Agora, e com a ajuda de Gravataí, surgiu como uma possível polêmica. Não é. O método de Nassif foi correto. Levantou hipóteses sérias que ligam o resultado do trabalho da jornalista aos interesses escusos do Opportunity. Caberia a ela explicar seu método, se houve pressões de seus chefes, se o texto foi alterado na redação, o que justificaria não ter ouvido as outras partes envolvidas. Nada, até agora, por ela foi dito nesta defesa. Infelizmente, o que fez? Acusou Nassif de ter interesses no dossiê por causa de dívida perdoada no BNDES. O que não pode ser sustentado, e é uma acusação leviana que nada a defende do que lhe cabe na reportagem parcial.

Em seu post, Idelber, no Biscoito Fino, há uma convocação:

“Convoco especialmente aos meus amigos blogueiros de esquerda a que emprestem seu apoio irrestrito à Janaína Leite e ao Imprensa Marrom neste episódio – pelo menos até que Nassif apresente alguma prova contra ela, o que, pelo jeito, ele não está em condições de fazer”.

Declaro que não empresto minha solidariedade a Janaína, defendo o método de Nassif, a importância de seu trabalho em desvendar as relações venais da imprensa com o poder econômico, e gostaria que você, por quem tenho admiração, reveja sua posição manifestada. Só posso crer que tenha sido enredado pela precipitação em ajudar amigos, ainda há tempo para corrigir.

Abraços,
Jurandir
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Para favelado, a ética da mídia é outra

O Blog do Mello fez no último sábado uma das mais esclarecedoras observações sobre a hipocrisia de nossa mídia. No jornal O Globo, no mesmo dia, na página 2, na coluna “Por dentro do Globo”, uma enfática declaração sobre o “método” jornalístico adotado pelo jornal para a escolha de fotos no caso Isabela. Diz o jornal:

“Desde o primeiro momento, O GLOBO evitou publicar as imagens de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, pai e madrasta da menina Isabella, assassinada no dia 29 de março. Nosso entendimento foi o de que sem acusação formal e sem laudos técnicos que dessem base para qualquer decisão, seria precipitado expor publicamente pessoas que, se posteriormente inocentadas, já poderiam ter sido “julgadas” pela imprensa e pela opinião pública.”

Interessante, né? É um bom critério.

Mas, no mesmíssimo jornal, no dia 16/4/2008, publicaram esta foto:



São todos negros, favelados, moradores do Morro do Alemão, que estão amarrados, posando sob mira de armas, acusados de pertencerem ao tráfico.

Os critérios do jornal para quem é da classe-média são bem diferentes dos adotados para com os favelados.
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ALIANÇA PIMENTEL-AÉCIO: A POLÊMICA DA ESCÓRIA DE CIRO GOMES

Um artigo publicado no Jornal O Tempo sobre a aliança PT-PSDB em Belo Horizonte, levanta a polêmica sobre a escória de Ciro Gomes.

Do Jornal O Tempo , 19/04/2008.

A escória de Ciro

VITTORIO MEDIOLI
Recebi uma carta da Assembléia Legislativa de Minas que informa o voto de repúdio ao Ciro Gomes subscrito por 16 deputados. Motivo do qüiproquó é a declaração de 20 de março do ex-governador do Ceará, "Aqui o que eu vejo é que a escória da política não tem espaço.

A hegemonia moral e intelectual que preside esse movimento que Minas está fazendo é tão eloqüente e importante que a escória da política deve estar apavorada com isso". Ciro abriu assim as comportas da insolência, mais uma vez, contra os que não aprovam a aliança PT/PSDB, aliança em volta de seu pupilo e ex-secretário Márcio Lacerda para prefeito de Belo Horizonte.

Quem não quer saber dessa aliança em Minas são pessoas (talvez não atinou o boquirroto) como os ministros Luiz Dulci e Patrus Ananias que representam a vertente mais "moral e intelectual" do PT.

Mas há muitos outros, que possuindo uma intelectualidade mais avantajada que a tropa de "comissionados e apadrinhados", enxergam na aliança Frankestein um casuísmo. Melhor, uma fórmula sutil de golpe branco que tolherá o eleitor de Belo Horizonte do direito de escolha. Dar-se-ia uma eleição que lembra as eleições em Cuba durante os últimos 50 anos.

Lá vence apenas um partido porque existe só um e apenas um candidato. Castra-se assim como machado o princípio básico da democracia moderna, a alternância no governo e na oposição fiscalizadora.

Não sei que "intelectualidade" pode se ajoelhar a uma fórmula sem propostas, sem programas, sem meta diferente que o poder pessoal de algumas pessoas diretas, beneficiárias desse acordo.

Ciro provavelmente tem algo a ganhar também, mas não o revela. O ex-governador se agita para defender a escolha de seu pupilo Marcio de Lacerda, ex-tesoureiro de sua campanha, ex-secretário executivo de seu ministério e titular (segundo a "Folha de S.Paulo") de 82% das doações para a campanha presidencial de Ciro em 2002.

Ainda principal articulador da transposição do São Francisco que assalta a região mais pobre de Minas em suas parcas reservas para o futuro. E por falar de "moral", ingrediente que Ciro usa como se fosse sua exclusividade, Marcos Valério declarou, e nunca desmentiu ter entregado a Lacerda R$ 1 milhão para cobrir dívidas de campanha de Ciro.

Ciro, na época, afirmou que processaria Marcos Valério por essa infâmia. Ele o fez? Mesmo com isso consegue enxergar uma "hegemonia moral" ao lado de seu pupilo, como se fosse hegemonia quem conspira contra seu próprio Estado, e uma "escória da política" que se opõe.

Em sua terra natal, Ciro considera "hegemonia moral" o irmão governador que viaja à Europa com mulher e sogra em jatinho alugado por R$ 388,5 mil, ainda com direito a diárias, e "escória" quem protesta por este assalto ao erário do paupérrimo Ceará. Afinal, de que lado está a escória de Ciro?

Comentário do blogueiro:
O presidenciável Ciro Gomes volta e meia se excede nas palavras, além de se colocar numa superioridade ética e moral. Na tão propalada aliança mineira, o deputado cearense classificou como escória os políticos contrários à aliança esdrúxula entre PT-PSDB, sob a tutela do candidato do seu partido, o PSB.

A hegemonia moral de Ciro Gomes tem perna curta. Sem ater aos detalhes, nunca ele esclareceu como foram pagas suas dívidas da campanha de 2002. Depois, fez de seu secretário executivo no Ministério da Integração Nacional justamente o principal financiador de sua campanha, o próprio Márcio Lacerda, pré-candidato na aliança de Belo Horizonte. É só um começo.

Mas o que intriga mesmo é sua capacidade de inversão dos fatos. Aécio Neves, sem entrar no mérito de seu governo, é ligado ao que existe de mais tradicional na política mineira. Pimentel aliando-se com Aécio Neves se credencia para obter o apoio desse grupo político para uma candidatura ao governo do Estado. É a velha política clientelista das antigas famílias se perpetuando. Enfim, a verdadeira escória. Daí aparece o Ciro Gomes para dizer que na aliança de Belo Horizonte não tem lugar para a escória. Políticos mais comprometidos com a questão ética e moral dentro do PT como Patrus Ananias e Luiz Dulci, contrários à aliança, passaram a ser escória. Será esse o entendimento de Ciro Gomes? Inaceitável o posicionamento do presidenciável.

O artigo também tocou num ponto fundamental: a possibilidade da aliança representar um golpe branco que tolherá o eleitor de seu direito de escolha. Só assim alguém sem qualquer representatividade política na capital mineira como Márcio Lacerda poderá tornar-se prefeito. Pimentel e Aécio manipulam pesquisas para dizer que a população apóia a aliança PT-PSDB. O que isso quer dizer com relação à candidatura de Lacerda? Absolutamente nada. A população aprova a aproximação entre PT e PSDB, não o acordo como está sendo feito. Não tem nada que os autorize a dizer isso.

Sobre Ciro Gomes, é um político de qualidades, não escondo certa admiração, mas tem seus pecados. Só acrescento que ele não é mineiro, muito menos belo-horizontino. A eleição na capital mineira não lhe diz respeito. O fato de que o acordo costurado pela dupla Aécio-Pimentel favoreça seu principal financiador não é motivo para aceitar seu descontrole verbal. É isso.
Clique aqui para saber mais sobre o acordo Pimentel-Aécio (PT-PSDB) em Belo Horizonte.
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The Economist: Brasil superpotência econômica

Nos anos 70, em plena ditadura militar, era acalentado na mentes dos brasileiros o sonho do Brasil Gigante. Em busca desse sonho, os governos militares, principalmente quando o czar da economia era Delfim Neto, expandiram investimentos em diversos setores com vistas a reduzir a dependência de insumos básicos, substituir importações e diversificar o parque industrial nacional. Com a crise do final da década, o país passou por um longo período de crises, inflação elevada, dívida externa, desequilíbrio fiscal e, sobretudo, baixa capacidade de investimento do Estado e da iniciativa privada.

A boa notícia é que isso ficou na história. O momento que o país vive é histórico. Um governo de esquerda, de um partido que nasceu das lutas operárias contra a ditadura militar, cada vez mais deixa o país próximo do sonho do Brasil Gigante, uma superpotência do Cone Sul. A política externa do país colocou o país como ator na cena política mundial. O país deixou de ser mero reprodutor de políticas de Washington para a posição de liderança nos organismos multilaterais mundiais.

Por outro lado, o país conseguiu aliar políticas redistributivas com crescimento econômico. Na época dos militares, o lema era crescer o bolo para depois distribuir a renda. Era uma velha oposição entre crescimento e distribuição de renda. Segundo essa fórmula, ou o país crescia ou distribuía renda. No governo Lula, a equação econômica mudou. Com os programas de transferência de renda, como Bolsa Família, a queda na desigualdade social passou a ser o motor do crescimento econômico. A explosão de crescimento dos setores mais pobres da população gerou um círculo virtuoso sobre a economia: mais renda, elevação do consumo das famílias, aumento da geração de emprego, que produz mais renda e o círculo se repete. É o país crescendo e distribuindo renda, ou será que é o contrário?

Mas de que mesmo trata este post? De um país que deixou para trás o privatismo do Estado. De um país que amplia sua presença no mundo, ampliando as oportunidades para as empresas brasileiras, gerando mais emprego e renda para os brasileiros. De um país que é cada vez mais estratégico para a economia mundial, seja pelas riquezas minerais, seja pela agricultura que ocupa posição de liderança ou de suas fontes energéticas renováveis. Esse país é o Brasil, uma superpotência econômica, na definição da importante revista inglesa The Economist.

A revista destacou o crescimento de 5,4% do PIB brasileiro em 2007 e sua pujança como produtor de matérias-primas. De acordo com a publicação, as razões para o crescimento brasileiro atual são três - o controle da inflação, o fim da dívida externa e a democratização. A descoberta dos campos de petróleo e gás de Tupi e Júpiter, mais o potencial estimado do campo de Pão de Açúcar, na bacia de Santos, transformariam o País no oitavo do ranking mundial dos produtores de petróleo. “Conseguiria o Brasil se tornar uma potência do petróleo assim como é um gigante agrícola?”, questiona a revista. “De todas as commodities que o Brasil exporta, o petróleo foi considerado, durante anos, como o menos relevante, devido a reservas modestas.” Se as recentes descobertas se concretizarem, o Brasil estará lado a lado com Venezuela ou Arábia Saudita, publica a revista. Estamos no caminho certo em busca do sonho perdido. O gigante adormecido enfim acordou.
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